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A Importância de Tornar-se como Criança

Da edição de outubro de 1974 dO Arauto da Ciência Cristã


Certa vez, quando eu estava dando aula na Escola Dominical para um grupo de garotos muito vivos, veio juntar-se a eles uma pequena visitante, menina bem mais nova que os demais presentes. De início ela manteve-se séria e calada, mas dentro em pouco estava irradiando alegria e simpatia espontâneas.

Havia tal radiância em toda a sua amável maneira de ser que, embora ela não dissesse uma única palavra, os meninos mais velhos começaram a expressar, cada um à sua maneira, o que de melhor havia neles. A vivacidade humana deles tomou maiores aspectos de vitalidade espiritual quando eles compartilharam com a novata o que sabiam a respeito da Ciência Cristã, e como esta lhes tinha ajudado. A influência da pequena visitante continuou a se fazer sentir no encerramento dos exercícios, inclusive sobre os adultos e os outros jovens de toda a Escola Dominical.

Dirigindo-me para casa, lembrei-me do quanto Jesus amava as criancinhas e pude compreender a razão. Certa vez, quando algumas crianças foram trazidas à presença do Mestre para serem abençoadas, os discípulos repreenderam os adultos. Mas Jesus disse: “Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis. .. Quem não receber o reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele.” Marcos 10:14, 15; Em outra ocasião, disse: “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus vêem incessantemente a face de meu Pai celeste.“ Mateus 18:10;

Os discípulos, olhando através das lentes distorcidas da crença material, talvez vissem as crianças como pequenos mortais imaturos, irriquietos e barulhentos. Mas Jesus, graças à inspiração do Espírito, o Amor divino, deve ter percebido o verdadeiro ser angelical das crianças, feito à imagem de Deus — deve ter percebido a individualidade espiritual delas.

Cristo Jesus reconhecia e honrava as qualidades de Deus, que se expressam nas crianças, e nós devemos fazer o mesmo. Ao darmos a essas qualidades o devido apreço, estas passam a fazer parte de nossa vida diária, fazendo-nos sentir a presença de Deus, e desse modo o reino de Deus, o governo do bem, vem à nossa consciência.

É claro que o tornar-se como criança, tal como Jesus esperava que seus seguidores viessem a fazer, nada tem a ver com infantilidade. A definição de “filhos” que a Sr.a Eddy nos dá em Ciência e Saúde faz uma distinção clara entre a realidade e a contrafação. Parte dessa definição diz: “Os pensamentos e representantes espirituais da Vida, da Verdade e do Amor.

“Crenças sensuais, mortais; contrafações da criação, cujos originais melhores são os pensamentos de Deus, não no estado de embrião, mas no de maturidade.”Ciência e Saúde, p. 582–583; Essas verdadeiras qualidades em geral expressas nas crianças, essas qualidades de origem divina e que também podem ser expressas por qualquer adulto, incluem alegria, admiração, inocência e sinceridade, de par com flexibilidade, afeição e obediência.

Assim como as crianças se beneficiam em obedecer rigorosamente aos pais, os adultos precisam obedecer de todo o coração às exigências de Deus a fim gozarem de Sua paz e serem por Ele abençoados. Governar as nossas vidas harmoniosamente, isto é, receber o reino de Deus, inclui um pensar puro, obediente e amável. Requer a disposição de subordinarmos a nossa própria vontade à vontade de Deus. A obediência às exigências espirituais é o elo de ligação essencial para a compreensão espiritual que nos leva a reconhecer nossa perfeição inata.

Suponhamos que ainda não tenhamos obtido uma cura, apesar de termos declarado inúmeras vezes a verdade a respeito do ser espiritual e impecável. Justamente essa verdade que vai se estabelecendo em nossa consciência pode estar trazendo à superfície algum erro sutil, ou mal, que precisa ser corrigido. Quando isto acontece, só podemos ficar gratos, em vez de desencorajados. Embora possa parecer difícil substituir o erro pela idéia espiritual, podemos fazê-lo, pois o nosso ser real à semelhança de Deus, inclui essa idéia.

A verdadeira obediência não aceitará a sugestão agressiva de que não somos perfeitos. Ela reivindica a perfeição constantemente. Podemos empenhar-nos em saber com fé irrestrita, que Deus nos está ajudando a ser realmente obedientes, está vindo ao nosso encontro em pensamento, com Seu amparo carinhoso e onipotente. Quando compreendermos que Deus sustenta o esforço que estamos fazendo, nossas orações não voltarão a nós vazias.

Assim como os filhos reconhecem a autoridade do pai, ou da mãe, sensato e amável, precisamos admitir que a verdade tem autoridade indisputada sobre o seu oposto, em todos os tempos. O Amor tem domínio sobre o ódio e o medo. O pensamento claro triunfa sobre a confusão e as sugestões errôneas. A inteligência espiritual não pode estar mesmerizada pela sugestão agressiva. Podemos realmente reconhecer os fatos divinos, pois a autoridade de Deus é suprema em todos os casos, em todo lugar e a qualquer tempo.

Em Ciência e Saúde, lemos: “A disposição de tornar-se como uma criancinha e de deixar o velho pelo novo, torna o pensamento receptivo à idéia avançada. A satisfação de deixar os falsos marcos e a alegria de vê-los desaparecer — eis a disposição que contribui para apressar a harmonia final.”ibid., pp. 323–324; Às vezes o acúmulo de angústias diversas, de atitudes inflexíveis a respeito de questões sociais, políticas ou teológicas, de crenças médicas ou higiênicas não corrigidas, ou de sutil interesse próprio, podem aparentar ser uma montanha real, que bloqueia o caminho, e o pensamento mortal pode ser que resista à cura necessária. Persistindo no esforço de substituir a ansiedade ou a rigidez por qualidades tais como confiança, flexibilidade e obediência, podemos dissolver progressivamente o que é velho e dar lugar ao novo.

Como uma criancinha, podemos atirar fora as nossas cargas sem olhar para trás e seguir com alegria e de coração leve, seguros na certeza do triunfo da Verdade sobre tudo aquilo que lhe é dessemelhante. Podemos fazê-lo, pois na consciência de cada um de nós está a alegria, a inocência, e outras qualidades inerentes ao Espírito divino e com as quais Deus nos dotou para sempre. Expressando essas qualidades que caracterizam a idéia de Deus, o homem, silenciamos as sugestões que parecem existir como pensamentos nossos, sob a forma de negativismo, cinismo e dúvida.

Às vezes podemos sentir-nos com vontade de provar essas qualidades tão comuns nas crianças, mas sentimo-nos um pouco inseguros. O que precisamos para nos tornarmos como criança e assim atender a exigência específica de Cristo Jesus?

Para algumas pessoas, essas qualidades tão comuns nas crianças se apresentam como uma sensação de novidade, admiração e encanto ao se acercarem de algo — as flores, o sol, o tempo e mesmo o orvalho. Pode se apresentar como a mente receptiva e o entusiasmo que saúda os pensamentos de Deus à medida que eles nos vêm durante a oração e o estudo diários. É confiar no desvelo do Pai com a mesma certeza com que um filho confia no amor de seus pais. Como uma criança, podemos apreciar o bem em qualquer lugar onde o encentremos. Podemos ser flexíveis, receptivos, e estar dispostos a aceitar novos valores de origem espiritual.

As crianças não ficam inibidas ao expressarem suas intuições e afeição. Como alguém disse, certa vez: “Estranhos são os amigos que não conhecemos ainda”. O mundo necessita muito do cálido e terno afeto que penetra além das aparências externas a fim de apreciar o filho querido de Deus, que é a verdadeira individualidade do homem.

Quando nos lembramos com que facilidade as crianças gostam de alguém, podemos utilizar as nossas qualidades para sermos menos exigentes a respeito de nosso próximo, especialmente para com os membros de nossa família e os companheiros de trabalho. O pensamento imbuído do amor expressado em casa se ampliará automaticamente, envolvendo também a comunidade.

Em uma palestra para adultos, a Sr.a Eddy diz: “Queridas crianças, o mundo necessita de vocês — e mais como crianças do que como homens e mulheres: necessita da sua inocência, altruísmo, afeto leal, e de suas vidas in- contaminadas. Vocês precisam igualmente vigiar, e orar para preservar livre de máculas essas virtudes, e para não perdê-las no contato com o mundo. Que grandiosa ambição é esta, a de manter em nós aquilo que Jesus amava, e de saber que o seu exemplo, mais do que as palavras, estabelece o padrão moral para a humanidade!”Miscellaneous Writings, p. 110.

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