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A Oração que Nos Liberta

Da edição de outubro de 1974 dO Arauto da Ciência Cristã


A janela de meu quarto dá para os galhos superiores de um venerando pé de acácia e emoldura a vista da vila e do mar mais ao fundo. Durante o verão, essa janela está sempre aberta à perfumada florescência amarela que cascateia da árvore. Ocasionalmente, abelhas ou mariposas perdem o rumo e voam para dentro do quarto; são visitantes bem- -vindos, logo auxiliados a seguir de novo o seu caminho.

A enorme acácia também é o abrigo favorito dos beija-flores. No entardecer de um dia agradável, uma dessas avezinhas, que se parecem com jóias, entrou como uma flecha pela janela aberta e voou através do quarto, indo bater na janela oposta, que estava fechada. Apanhei aquela forma mole e em estado deplorável, que não era maior que um botão de rosa. Como me senti desalentado diante dessa tragédia em miniatura!

Parecia-me sem sentido eu afirmar naquele momento a irrealidade da morte, a impossibilidade de acidentes num universo governado por uma Mente única e boa, Deus, como a Ciência Cristã ensina. Isso pode ser espiritualmente verdadeiro, pensei, mas humanamente, aqui estou eu, diante do oposto!

Não sei se o fato de eu haver, com freqüência, sido testemunha de que o erro se desvanecera diante da Ciência Cristã, ou se era porque eu ainda amava a Deus, mas de repente me dei conta de que não podia concordar com as conclusões a que eu mesma chegara. Fui para a sala de estar levando em minhas mãos o pequenino fardo. “Pelo menos posso orar a Oração do Senhor”, pensei. Assim, comecei a oração que satisfaz a todas necessidades humanas: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome; venha o Teu reino. . .” Mateus 6:9, 10;

“O Teu reino já veio; Tu estás sempre presente”Ciência e Saúde, p. 16;, é como a Sr.a Eddy explica aquelas últimas palavras.

“Sem dúvida! Teu reino veio, Pai”, foi o que pensei. “Teu reino está aqui. É este. Agora mesmo. Não pode haver um reino Teu, e ao mesmo tempo um beija-flor à morte. Não pode haver nem mesmo um reino Teu, e um beija-flor em separado. Há somente o Teu belo reino, cheio de vida. O encanto da acácia diz algo do Teu amor. O regozijo da mariposa dá um vislumbre do regozijo que tens em Ti mesmo. A vibrante vida do beija-flor expressa algo de Tua vida eterna que se expressa a si mesma.

“As formas materiais são apenas sombras, imagens tiradas de conceitos limitados e não espirituais. Não disse o Mestre, Cristo Jesus, que «o espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita» João 6:63;? Pai, Tu és tudo o que eu necessito — Tu és tudo o que eu tenho!”

A estas alturas eu havia ido para a sacada da frente. Repentinamente o pequeno pássaro voou de minha mão e numa fração de segundos chegava ao galho mais alto da acácia dourada, gorgeando de alegria (e gratidão, pensei).

Assim, o que começara como uma aparente tragédia, acabara numa canção de alegria.

É evidente que a maioria dos problemas faz com que a queda de um beija-flor pareça um tanto insignificante. No entanto, às vezes é por meio das coisas pequenas e simples que compreendemos a pura simplicidade do poderoso amor de Deus. Ele governa o infinitésimo assim como o infinito. Tal como uma visitação sagrada, Seu amor é visível no menor evento do dia, e manifesta-se numa atmosfera de paz e serenidade que nos circunda totalmente, quando discernimos as coisas espiritualmente.

Tudo o que nos faz sofrer, tudo o que nos torna tristes, é um engano — a ilusão de que o perfeito bem de Deus não está aqui. Se estamos perturbados, podemos estar certos de que, em certa medida, aceitamos a ilusão material em vez da realidade da presença de Deus. Não alcançamos a perfeita paz enquanto espreitamos um universo físico em busca de mudanças. Tal paz é descendente — ou ascendente — à medida que, em nossa consciência, volvemo-nos somente a nosso Pai infinito. Sentimos em nosso coração o reino espiritual do bem perfeito quando ousamos deixar de lado o quadro material de problemas e isso é nosso contato com a realidade eterna. É nosso despertar nos braços de Deus, onde até mesmo um beija-flor não pode cair. E assim ele voa livre!

Certa feita escreveu a Sr.a Eddy: “Nenhuma evidência que se apresente aos sentidos materiais pode cerrar meus olhos à prova científica de que Deus, o bem, é supremo.” Miscellaneous Writings, p. 277. Essa é a convicção, essa é a oração, que nos liberta das jaulas, cavernas, dores e pesares da existência humana. No fundo de cada coração a semente dessa convicção já está plantada. Façamos por nutri-la. E vejamos nossa vida elevar-se em vôo livre!

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