A janela de meu quarto dá para os galhos superiores de um venerando pé de acácia e emoldura a vista da vila e do mar mais ao fundo. Durante o verão, essa janela está sempre aberta à perfumada florescência amarela que cascateia da árvore. Ocasionalmente, abelhas ou mariposas perdem o rumo e voam para dentro do quarto; são visitantes bem- -vindos, logo auxiliados a seguir de novo o seu caminho.
A enorme acácia também é o abrigo favorito dos beija-flores. No entardecer de um dia agradável, uma dessas avezinhas, que se parecem com jóias, entrou como uma flecha pela janela aberta e voou através do quarto, indo bater na janela oposta, que estava fechada. Apanhei aquela forma mole e em estado deplorável, que não era maior que um botão de rosa. Como me senti desalentado diante dessa tragédia em miniatura!
Parecia-me sem sentido eu afirmar naquele momento a irrealidade da morte, a impossibilidade de acidentes num universo governado por uma Mente única e boa, Deus, como a Ciência Cristã ensina. Isso pode ser espiritualmente verdadeiro, pensei, mas humanamente, aqui estou eu, diante do oposto!
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