Os jovens que desejam obedecer à moral sentem-se, algumas vezes, isolados de seus pares. Acham que muitas atividades comuns a alguns outros indivíduos de sua faixa etária — experimentação de drogas, fumo, álcool e sexo — não se coadunam com suas convicções. Ao mesmo tempo, sentem a necessidade de ter amizades com outros jovens.
Certa jovem numa escola superior para moças enfrentou esse problema durante a primeira parte dos seus anos na universidade. Muitos sábados à noite, achou-se virtualmente sozinha em seu dormitório, enquanto amigas saíam com rapazes de universidades próximas com os quais haviam travado conhecimento. Pareciam minguadas as perspectivas dela sair com algum rapaz, e também pareciam um tanto superficiais as amizades com outras colegas.
Essa moça achava que o problema poderia ser resolvido através de seu estudo de Ciência Cristã. Sabia que o primeiro passo tinha de ser a convicção acerca de seu próprio ser completo, a convicção de que não necessitava de uma pessoa masculina para que se realizasse. Constatou que Cristo Jesus não começou a atrair seguidores senão depois de sua experiência solitária no deserto. Depois desse período de jejum e oração, sua compreensão da própria identidade como o Filho de Deus deve ter-se estabelecido firmemente.
A estudante raciocinou que os calmos fins de semana poderiam ser considerados seu período no deserto quando podia trabalhar a fim de ver-se como idéia completa de Deus, a Mente divina. Durante esse tempo encontrou a seguinte afirmação de nossa Líder, a Sra. Eddy: “A união das qualidades masculinas com as femininas constitui inteireza.” Ciência e Saúde, p. 57; A estudante compreendeu que essas qualidades estavam unidas nela — em sua verdadeira identidade como idéia completa da Mente divina.
Com o passar dos meses aumentou sua convicção de que, como expressão individualizada de Deus, só podia ser completa e alegre, e que, portanto, humanamente a companhia acertada fazia-se inevitável. Sabia que sua expressão das qualidades carinhosas de Deus atrairia amigos, tanto masculinos como femininos, que pensavam como ela.
Os restantes dois anos de universidade foram muito mais felizes e mais produtivos, inclusive com muitas amizades sinceras com colegas estudantes — algumas das quais nunca teria escolhido se tivesse abordado a questão de amizade em sua antiga maneira. Também travou conhecimento, através de circunstâncias consideradas improváveis por seus amigos, com um soldado que também era Cientista Cristão numa base militar que havia nas cercanias. Alguns anos mais tarde eles se casaram, e ambos consideram o fato de se haverem conhecido como prova do amor de Deus.
Expressar inteireza individual é processo contínuo que traz tudo quanto é necessário em cada estágio de nossa vida. Às vezes, tal como Jesus, é preciso subir “ao monte, a fim de orar sozinho” Mateus 14:23;. Esse ato de nos afastarmos do sentido material das coisas a fim de procurar a compreensão de Deus pode ser um volver-se calmamente a Deus numa rua movimentada ou pode induzir-nos a nos retirar da companhia de outros, como as narrações bíblicas dizem que Jesus fez algumas vezes. Quer a levemos a efeito de uma maneira ou de outra, essa solidão espiritual traz refrigério e é essencial para mantermos a compreensão de nossa inteireza.
É importante não pretender que o Amor divino satisfaça a nossas necessidades somente de certos modos predeterminados. Orar para ter um amigo ou achar um cônjuge pode contrair nossos horizontes mentais e limitar nossa demonstração. Orando para conseguir compreensão mais clara de Deus e de Sua vontade para conosco, descobriremos que todas as nossas necessidades reais se acham satisfeitas. Nosso único relacionamento essencial é com Deus. Durante a vida da Sra. Eddy houve épocas em que Deus virtualmente era o único amigo em quem ela podia confiar. Baseada nessas experiências ela nos adverte: “Ser-teia a existência, sem amigos pessoais, um vazio? Virá então a ocasião em que estarás solitário e privado de simpatia; esse aparente vácuo, porém, já está preenchido pelo Amor divino.” Ciência e Saúde, p. 266.
O Amor divino é nosso companheiro mais veraz e nos liberta da solidão, mesmo quando estamos sozinhos. A alegria dessa associação reflete-se em todas as áreas de nossa vida, e essa alegria atrai com naturalidade aqueles que serão nossos melhores amigos.
