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Preservemos o décimo mandamento

Da edição de setembro de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


Moisés não usou de subterfúgios quando chegou a hora de apresentar as normas de comportamento para seu povo. Os Dez Mandamentos eram específicos. Não deixaram dúvidas quanto ao que era certo e ao que era errado. Há ocasiões em que se faz necessário haver regras bem definidas diante de nós. De uma forma geral, as pessoas respondem a regras justas. Segui-las, auxilia-nos a encontrar estabilidade na vida. O último mandamento, por exemplo, estabelece uma lei que governa um instinto mortal básico — instinto que necessita da disciplina de uma norma.

A proximidade de Deus que Moisés sentia capacitou-o a reconhecer a vontade de Deus. E Sua vontade não inclui a cobiça. “Não cobiçarás” Êxodo 20:17; é a forma como Moisés percebeu a orientação divina para a humanidade, e essa é uma regra boa. Quando as pessoas a seguem, poupam a si mesmas as discórdias que em geral surgem quando irrompe a inveja. Que podemos fazer quando sabemos ser correto obedecer à regra, mas constatamos estar nutrindo sentimentos de inveja, ou, como às vezes acontece, constatamos estarmos sendo alvo da cobiça alheia?

A Ciência Cristã provê-nos das ferramentas metafísicas que mostram como cumprir as exigências desse mandamento e como destruir as tentativas da cobiça em o violar.

A inveja não é pessoal. Não se origina num indivíduo, nem tampouco pode ser orientada contra um indivíduo — não quando compreendemos a verdadeira individualidade. A verdadeira identidade do homem é espiritual. Ele é o descendente do Amor divino. Nada é retido do homem. Como reflexo do Amor, ele é possuidor de todo bem. A inveja é a crença impessoal de que a totalidade de Deus não esteja plenamente representada, de que Sua expressão seja inadequada ou excessiva, e de que haja mentes pessoais que se sentem perturbadas diante de tal desequilíbrio. Conquanto pensemos que a inveja seja uma atitude que as pessoas manifestam entre si, essa faceta do mal nada mais é do que uma falsidade quanto à natureza da bondade universal do Amor divino. Deve, portanto, ser abordada exatamente sob esse ponto de vista.

Porque Deus é Amor e porque Ele é Tudo, não há iniqüidade em Sua criação. A totalidade de Deus nunca está sujeita à distribuição desequilibrada. O bem expressa-se infinitamente em todo lugar. Nossa compreensão progressiva desse fato dissipa a inveja e vai além. Constatamos que a cura ocorre quando se destrói a inveja. O último mandamento não é apenas um esforço humano para reprimir um instinto humano específico. Compreendida sob a luz da Ciência Cristã, a mensagem “não cobiçarás” inclui “não precisas” e até mesmo “não podes” cobiçar ou sofrer os efeitos da cobiça alheia, porque o homem é a expressão espiritual da bondade infinita de Deus. Nada pode faltar em Deus e, portanto, nada pode faltar em Sua manifestação.

Quando compreendermos que o homem é uma idéia relacionada a Deus, ao invés de um mortal aparentado com outros mortais, estaremos desarraigando a cobiça. Inerente ao conceito mortal de existência está o conceito de distância — não uma distância de milhas ou quilômetros, mas a sensação de que um indivíduo, um grupo ou, até mesmo, um país esteja passando adiante ou ficando para trás de outro. Esse elemento de separação, de distância espiritual entre indivíduos, permanece no reino da consciência humana, pois não pertence à realidade do ser. A menos que nos elevemos acima desse erro, sentimentos que descrevemos como invejosos poderão ter sua origem em nós.

Como análise final poderemos dizer que a inveja é sintomática do conceito de distância entre indivíduos. Distâncias mentais. Talvez o clássico exemplo seja a inveja, entre outras atitudes, que Judas sentiu com relação a Jesus — um sentimento que chegou a levá-lo a trair seu Mestre. Acerca de Judas Iscariotes, Mary Baker Eddy escreve: “[Ele] sabia que a grande bondade daquele Mestre punha um abismo entre Jesus e seu traidor, e essa distância espiritual inflamou a inveja de Judas.” Ciência Saúde, p. 47; Cristo Jesus compreendia a origem impessoal do mal. Sua recusa em reagir às agressões do mal deu-lhe poder, em última instância, para conseguir a vitória completa sobre essas agressões.

Certa feita minha esposa e eu nos defrontamos com um obstáculo de consideráveis proporções quando tentávamos levar a bom termo uma atividade que havíamos planejado cuidadosamente. Conseguimos alguns minutos para ficarmos a sós e discutir a situação. Repentinamente lembramo-nos de dois acontecimentos, que há muito haviam ocorrido, onde pessoas expressaram inveja com relação a essa atividade. Fomos capazes de despersonalizar esse tipo de pensamento, ver que o homem está relacionado com o Espírito e não com a matéria e perceber que não há distância entre o homem e Deus. Sem nenhuma razão aparente, ocorreu uma radical mudança na atitude das pessoas com quem estávamos lidando. Ficamos maravilhados com a mudança total que ocorreu em questão de poucos minutos. A atividade havia sido liberada da opressão da inveja e foi concretizada com êxito.

Esse tipo de sugestão impessoal, por vezes, tenta interferir com as atividades justas de um indivíduo, ou de uma igreja, de uma comunidade ou até mesmo de um país. De fato, até mesmo certas ideologias econômicas e políticas estão baseadas essencialmente na inveja — a inveja que uma classe sente pela outra. Quando elementos de cobiça estiverem envolvidos, poderemos desafiar a crença mortal de distância. Apesar de os mortais se distanciarem quanto a seu crescimento espiritual, eles não se diferenciam em sua proximidade de Deus. A solução para o problema da inveja não consiste num determinado esforço no sentido de impor a igualdade mortal. A cura ocorre quando discernimos que o homem não é um mortal. Ele é uno com a Mente imortal — mantido em perfeita unidade com seu Pai. A compreensão desse fato traz o ajuste necessário às circunstâncias humanas.

S. Paulo relembra-nos que “o amor não arde em ciúmes” 1 Cor. 13:4.. Ver o homem em total união com o Amor divino proporciona uma atmosfera que nos capacita a preservar o propósito do último mandamento. A cura, então, terá de ocorrer como conseqüência.

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