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Adeptos da teoria do biorritmo pretendem que isso é agora possível com a ajuda de gráficos que mostram os assim chamados ciclos físicos, emocionais e intelectuais da vida humana. Embora rotulada de pseudociência por alguns especialistas, essa teoria está ainda em voga. A revista Time descreve sua popularidade: “O biorritmo é hoje um negócio de vários milhões de dólares por ano, servindo a mais de um milhão de crentes nos Estados Unidos. A palavra é difundida nos livros, em cartas-circulares, numa coluna sindicalizada e nos computadores colocados em centros comerciais que produzem mapas diários a 50 centavos.” “Those Biorhythms and Blues,” Time, 27 de fevereiro de 1978, p. 50;
Algumas empresas comerciais e industriais usam os mapas do biorritmo para os seus empregados numa tentativa de aumentar a produção e a produtividade, reduzir acidentes e reduzir as perdas de mão de obra devido à ausência de empregados. De acordo com a teoria do biorritmo, há supostamente certos dias em que um ou mais dos três ciclos chegam a sua fase mais baixa.
Segundo a perspectiva adotada pela Ciência Cristã, qualquer hipótese baseada na crença de vida residente na matéria, de vida que tem começo e fim, e de vida repartida em ciclos abreviados não tem verdade real ou absoluta que a apóie. A hipótese material, em si, e os seus resultados estão continuamente sujeitos à mudança e qualificação. Esta Ciência, portanto, absolutamente não confia em qualquer sistema material para analisar ou orientar o nosso futuro.
O fato espiritual corre diretamente em sentido oposto a essa teoria material de tentativas. O fato espiritual assevera que Deus é Vida, imutável, infinita, eterna, sempre harmoniosa. E o homem é progênie de Deus, a semelhança do Espírito divino. Considerada sob esses termos, a vida do homem está eternamente cheia de paz, é coerentemente boa e está completa. Deus é o criador; o homem é criação Sua; e a Bíblia, como a mensagem inspirada do criador, revela que “tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar, e nada lhe tirar” Ecles. 3:14;.
Tais fatos constituem lei divina. E a lei de Deus, o bem imutável, não poderia tolerar que a semelhança da Alma tivesse quaisquer “fases baixas” emocionais; que a idéia da Mente tivesse quaisquer “fases baixas” intelectuais; que a manifestação ativa do Espírito tivesse quaisquer “fases baixas” físicas. A lei divina sustenta a integridade perfeita, e isso pode concretizar-se de maneira prática na experiência diária como firmeza e equilíbrio.
Por isso, embora o biorritmo tente classificar a vida como cíclica, mutável e limitada, o fato espiritual a respeito da vida eterna do homem — sua existência real em Deus — opõe-se a tal noção. A Sra. Eddy oferece este comentário lúcido sobre a inconveniência de dedicar atenção indevida ao que é fisico e aos ciclos materiais. Escreve: “A contemplação contínua da existência como se fosse material e corpórea — como se tivesse começo e fim, e se compusesse das fases chamadas nascimento, decomposição e dissolução — oculta a Vida verdadeira e espiritual, e faz com que nosso estandarte se arraste no pó.” Ciência e Saúde, p. 550;
Cristo Jesus refutou a existência material. Mediante sua ressurreição e ascensão traçou de modo dramático o caminho da vida eterna, abundante, e imutavelmente boa. A obra de sua vida contradizia a inferência de ritmos biológicos — de que haja influências inalteráveis e que só nos reste a esperança de a elas nos adaptarmos. É evidente que mesmo antes da ressurreição de Jesus ele estava continuamente consciente da eternidade da Vida e sua manifestação. Jesus disse aos judeus: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Antes que Abraão existisse, eu sou.” João 8:58;
Essa portentosa declaração da Vida sempre presente e da continuidade do ser não contém indicação alguma de qualquer fluxo com “fases altas” e “fases baixas”, de entusiasmo transbordante num momento e de esperanças arrasadas no seguinte. A vida de Jesus foi consagrada ao bem, e ele reconhecia que seu ser espiritual, verdadeiro, era sempre sustentado pelo Amor divino, estava sempre unido ao Pai. A própria missão do Salvador incluía mostrar a homens e mulheres como viver uma vida santa, altruísta, centralizada em Deus e governada por Deus.
A maneira cristã de encarar a vida diária põe a descoberto as falácias e remove o fardo dos biorritmos e de todos os outros falsos sistemas que pretendem delinear ou limitar o nosso futuro — todos eles, sem exceção, desde a astrologia e a leitura da sorte às probabilidades atuariais, à hereditariedade e à fisiologia. “Quanto mais”, escreve a Sra. Eddy, “deveríamos procurar perceber as idéias espirituais de Deus, em vez de nos determos nos objetos dos sentidos! Para discernir o ritmo do Espírito e para ser santo, é preciso que o pensamento seja puramente espiritual.” Ciência e Saúde, p. 510;
Logo, tudo o que nosso dia requer quanto a decisões importantes no trabalho ou a esforços rigorosos no nosso campo de atividade, podemos levar a cada avenida de experiência uma medida genuína de inclinação para as coisas do espírito, de amor, alegria e confiança. A Bíblia assevera-nos: “Confia no Senhor de todo o teu coração. ... Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.” Prov. 3:5, 6.
Ao discernir a beleza divina e a harmonia do ser — o ritmo do Espírito — renunciamos às pretensões da pseudociência e a toda mortalidade. E nossa saúde, nossa felicidade, nossa capacidade de pensar e funcionar normal e harmoniosamente refletirão maior coerência. Cultivamos uma convicção contínua da solicitude de Deus. Nosso futuro está seguro sob Seu cuidado.
