Se você teve um passado feio ou infeliz, há três coisas que pode fazer. Carregá-lo consigo e tornar o presente e o futuro infelizes e feios. Ou tentar queimá-lo mentalmente, por assim dizer, mas isso deixaria um monte de cinzas vivas no fundo de seu pensamento. O melhor de tudo seria substituí-lo por algo novo e belo.
A Sra. Eddy escreve: “Tudo o que é belo e bom em sua consciência individual é permanente. Aquilo que não é assim, é ilusório e fugaz.”Unity of Good, p. 8. Não há nada de abstrato ou etéreo a respeito da beleza e da bondade espiritual. São a essência da verdadeira substância e, portanto, da verdadeira consciência. A consciência individual é um reflexo da única Mente divina, ou seja, Deus. Não é uma mente mortal separada que inclui o feio e o mau ao lado do belo e do bom.
A Mente, ou a Vida, que é Deus nunca dá origem a coisa alguma feia ou má nem a registra. Nem a consciência individual que reflete essa Mente tem conhecimento de tais estados. E tal como o relógio de sol, que assinala cada momento de luz solar mas não o de trevas, podemos começar o nosso próprio registro individual da luz. Estaremos dispostos a abandonar o passado e aguardar confiantemente que cada dia traga a beleza e a bondade espirituais? Cada dia condignamente vivido desdobra para nós mais da Vida e da Mente. O dia de hoje traz nova vitalidade e beleza, não para compensar o dia de ontem, mas simplesmente para ser o dia de hoje.
Então, que acontece com as experiências velhas e feias que procuram perseguir-nos? É possível rejeitar tais recordações do passado. Todas as más recordações focalizam um conceito de vida baseado na matéria, um conceito que define a nós e a todos os demais como mortais. Quando corrigimos tal conceito, começamos a substituir as impressões negativas pelas novas e belas realidades procedentes de Deus. Na medida em que percebemos quão infinito é o bem, demonstramos mais da presença total e do poder total do bem. Evitamos experiências feias no futuro por edificar nossa consciência numa base mais espiritual.
A Bíblia promete: “O Senhor me ungiu, para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos, e a pôr em liberdade os algemados; ... e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria em vez de pranto, veste de louvor em vez de espírito angustiado.” Isaías 61:1,3.
Essa promessa ainda é viva para cada um de nós. Sempre que um pensamento triste se apresenta, o Cristo, ou Consolador, está aqui com pensamentos belos, elevados e cheios de alegria. Sempre que um pensamento aprisionador surge, o Consolador aí está com o pensamento que cura, livra e redime. Pensamentos negativos e feios precisam ceder àqueles que são positivos e belos, porque estes estão dotados do poder divino. Compreender que o mal, sob qualquer forma, não tem poder algum para macular a Vida que é Espírito e Mente proporciona talvez a mais reconfortante certeza de proteção.
Experiências passadas não têm poder de se apegar a nós nem de nublar o nosso pensamento quando compreendemos que a Mente governa toda consciência agora. Os verdadeiros pensamentos procedem apenas de Mente divina e lhe refletem o propósito. Portanto, esses pensamentos governam nossa experiência hoje na medida em que os aceitamos. Nada pode intrometer-se na consciência sem o nosso consentimento.
A própria Sra. Eddy, com a descoberta da Ciência Cristã, passou a encontrar na sua própria vida, às vezes mediante provações, beleza em vez de cinzas. Quando de sua descoberta ela já havia tido um bom número de experiências de perda, tristeza e má saúde. Escreve ela: “Essa era a situação quando chegou o momento das bodas do coração com uma existência mais espiritual.” E continua dizendo: “O ser era belo; sua substância, sua causa e suas correntes eram Deus e Sua idéia. Eu havia tocado a orla da Ciência Cristã.”Retrospecção e Introspecção, p. 23.
Se não ocorre essa transformação do pensamento, a infelicidade do passado e a sombra contínua que ele projeta podem levar-nos a enfermidades físicas, mas o modo de corrigir tal coisa está sempre à mão. Num caso que eu conheço, uma mulher havia adoecido, padecendo de fortes dores nas costas e pernas. Temiam por sua vida e, por isso, sua filha telefonou a um praticista da Ciência Cristã pedindo-lhe ajuda. Faltavam apenas dois dias para o Natal e o tema da lição-sermão No Livrete trimestral da Ciência Cristã. daquela semana era “Cristo Jesus”. Incluía algumas profecias bíblicas do advento do Consolador e da cura que ele traz. Essas citações eram muito reanimadoras.
A paciente tivera o hábito de armazenar infelicidade e amargura, por isso essas recordações tinham de ser conscientemente substituídas por uma conscientização atual de felicidade e doçura. Do tratamento específico pela Ciência Cristã constava também a insistência em que a doença não tem molde nem curso a seguir, que ela não pode ser transferida de um mortal para outro por meio de sugestão mesmérica. Após a crise inicial ter sido vencida, o progresso foi firme, e, em aproximadamente três semanas, a paciente havia se recuperado completamente.
Não há nada de desumano ou indiferente acerca do advento do Consolador na consciência individual, porque desperta em nós um desejo positivo e a preocupação de repartir saúde e felicidade, beleza e bondade. O pensamento de natureza cristã quer mostrar que tais qualidades estão sempre presentes e ao alcance de todos. Felicidade, saúde e harmonia são naturais, perpétuas e indestrutíveis. E o verdadeiro consolo eleva o pensamento humano a esse reconhecimento. Então segue-se a cura, tanto mental como física.
De maneira que precisamos perguntar a nós mesmos: Estamos sempre a reavivar velhas brasas, a aceitar a sugestão de que já houve ocasião, lugar ou pessoa por meio dos quais o mal e a feiura puderam agir para perturbar e denegrir a identidade espiritual que somos? É preciso que deixemos o Consolador substituir todas essas sugestões pelas verdades demonstráveis, indestrutíveis, duradouras e belas que constituem a verdadeira consciência.
