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Disciplina: quem necessita dela?

Da edição de outubro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


• O acrobata ao girar 360 graus num arame bem alto;

• o erudito que recebe honrarias por conhecimento preciso e perspicácia de julgamento;

• o pianista ao capturar o doce milagre de um concerto de Mozart;

• o astro de futebol ao fazer um lance acurado de 30 metros um instante apenas antes que os oponentes lhe possam interceptar o passe.

Que é que todos eles têm em comum? Liberdade e domínio excepcionais provenientes do uso com maestria de suas habilidades; proficiência excepcional resultante de muita prática sob rigorosa disciplina.

De acordo com a atitude popular, disciplina é uma palavra ruim, geralmente associada à punição, opressão, coerção. No entanto, faz-se necessária a disciplina para que haja excelência em qualquer atividade exigente — carreiras profissionais, consecuções escolásticas, atletismo, a arte de representar e de criar, a avaliação acurada dos riscos nos negócios. Faz-se necessária também nas relações humanas: quantos relacionamentos foram demolidos pelos bate-bocas indisciplinados!

Para o Cientista Cristão, a disciplina é indispensável. No seu sentido científico, a disciplina tem base espiritual, tem suas raízes na lei ou verdade espiritual; logo, expressa um padrão espiritual em vez de uma dominação humana ou vontade mortal. É libertadora porque traz domínio; e, por isso, deve ser bem-vinda.

A mente humana é dada a traços e impulsos indisciplinados. Basta encarar-se a história deste século ou o turbilhão doméstico e social hoje predominante para chegar-se a essa conclusão. Na ninhada de maus traços da mente humana inclui-se teimosia, egoísmo, egotismo, orgulho, temperamento, ódio, luxúria, e uma porção de outros elementos destrutivos que precisam ser subjugados e expulsos pela influência curativa do Amor divino.

O Cientista Cristão está empenhado em demonstrar a Ciência do ser, que traz cura e harmonia. A Ciência da Verdade requer adesão às leis da Verdade e às normas de sua prática se alguém quer demonstrá-la. Conclusões baseadas na matéria precisam ser desafiadas; sugestões malignas têm de ser invertidas pela Verdade; motivos errôneos precisam ser refreados; erros ocultos, destruídos; a consciência humana precisa unir-se às verdades sublimes do ser para que sejam obtidas a cura e a liberdade. Paulo falou nas armas da milícia cristã como capazes de anular “sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” 2 Cor. 10:4, 5.. Em linha com isto, Mary Baker Eddy escreve: “Todo pensamento humano precisa voltar-se instintivamente para a Mente divina como seu única centro e sua única inteligência. Até que assim seja feito, o homem jamais será reconhecido como harmonioso e imortal.”Miscellaneous Writings, pp. 307—308.

Esse é um padrão elevado. Requer disciplina. Exige luta. Pede esforço sistemático sabiamente dirigido. Talvez não cheguemos de uma só vez a atingir essa meta. Mas os resultados de tentar mostram que o Amor divino atende, de fato, à sincera oração humana de reconhecimento, negação do mal e afirmação da Verdade. Nesse trabalho há alegria resultante do domínio e da cura que traz.

Esse padrão libertador aplica-se não só às nossas orações, mas também à nossa vida toda. Nossa Líder, a Sra. Eddy, o diz assim: “Viver de maneira a manter a consciência humana em constante relação com o que é divino, espiritual e eterno, significa individualizar o poder infinito; e isto é Ciência Cristã.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 160.

Certamente esta Ciência do Cristo, que coloca “o poder infinito” cada vez mais ao alcance de nossa compreensão e experiência crescentes, é algo muito precioso, uma revelação a oferecer possibilidades tão maravilhosas que merecem nossos esforços mais consagrados.

Tal consideração lança nova luz nas razões de existir o Manual de A Igreja Mãe e no valor inestimável que sua existência representa para nós. No artigo 8° (“Para a Orientação dos Membros”, sob o título “Disciplina”), por exemplo, a Sra. Eddy deu-nos as instruções mais eficazes e completas, ternas e práticas que salvaguardam o progresso do Cientista Cristão individual. Entre outros itens aí incluídos está a profundamente cristã “Regra para Motivos e Atos”, e a “Oração Diária”; a recomendação para que nos defendamos diariamente contra a sugestão mental agressiva; a proibição da má prática; os avisos contra a adulteração da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai´ennss) e contra o uso, na cura e no ensino, de fórmulas escritas que atuam como muletas; e diversos outros lembretes de que obedeçamos à Regra Áurea e nos amemos uns aos outros. Em vista das muitas distrações e pressões do viver moderno, bem como dos esforços maldosos e sinuosos daqueles que tentariam subverter os ensinamentos da Ciência Cristã e confundir os seus adeptos, tais salvaguardas têm valor inestimável para cada Cientista Cristão que anseia progredir espiritualmente.

O mesmo se pode dizer dos estatutos do Manual que estabelecem a estrutura governamental de A Igreja Mãe e provêem a direção permanente e unificadora dos assuntos da Causa da Ciência Cristã pelo Conselho de Directores da Ciência Cristã. Do início ao fim do Manual encontram-se dispositivos que sabiamente protegem a organização da igreja, salvaguardando-a da adulteração, da subversão, do abuso, das maquinações da ambição e dos esforços de mortais teimosos, que, de dentro dela ou de fora, a buscariam desmantelar.

Embora haja dispositivos estabelecendo de modo ordeiro responsabilidades e penalidades, o que transparece do Manual, é a autoridade da lei moral e espiritual, a autoridade dos ensinamentos de Cristo, o padrão da Ciência Cristã. É nesse contexto que cada função da igreja, bem como o papel de cada membro individual, está definida, não em termos de dominação nem de opinião ou poder pessoais.

Como Líder de um grande movimento religioso resultante de revelação, a Sra. Eddy pensava em termos de longo alcance, não apenas em termos de anos, mas de séculos; não apenas de fragmentos mas do quadro inteiro. Com sua perspicácia abrangeu a missão toda da Ciência Cristã; previu o que essa missão exigiria para que viesse a se concretizar e as provações que a Igreja teria de enfrentar. Procurou prover a orientação espiritual e as salvaguardas necessárias. Percebe-se isso em suas palavras: “A despeito da traça sacrílega do tempo, a eternidade aguarda nosso Manual da Igreja, que manterá como no passado sua dignidade entre intervenções agressivas e ativas e que permanecerá quando seus autores já tiverem ido descansar.” Ibid., p. 230.

Também nós podemos esforçar-nos para ver o quadro inteiro, não apenas os fragmentos, e sim a visão mais ampla de toda a missão da Ciência Cristã e o que está envolvido na sua consecução; uma visão maior de nosso crescimento espiritual individual, também, e o que isso envolve realisticamente. Disciplina: quem dela necessita? Em vista das exigências impostas pelo progresso coletivo e individual: dela necessitamos todos, não é mesmo?

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