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Serenando o universo

Da edição de abril de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


A Vida que é divina é ilimitada e irrestrita e sempre está se desenvolvendo. O homem é a manifestação infinita dessa Vida, para sempre ilimitada e livre. Reconhecendo esses fatos, a humanidade será impelida cada vez mais a desfazer-se de qualquer coisa que tiranize ou impeça o progresso para fora do caos e da barbárie da matéria. Os que discernem o ser espiritual estão empenhados numa revolução para tornar conhecida na terra a natureza do universo espiritual que era e sempre será perfeito.

Talvez estejamos maravilhados perante as revoluções, em andamento — umas que refizeram o mapa do mundo, outras que redefinem diariamente as funções das pessoas e, ainda, as de caráter religioso, que mudam a própria maneira de adorar a Deus. A humanidade porém mal começou a ver as mudanças que devem ocorrer para que a terra coincida com a realidade espiritual; para que nos tornemos verdadeiramente civilizados; para que demonstremos plenamente a visão de Cristo Jesus: “Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.” Mateus 6:10.

Jó, num de seus vislumbres da realidade divina, é levado a falar da harmonia primeva: “Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus.” Jó 38:7. E Isaías profetiza a glória milenar: “O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito, o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará. ” Isaías 11:6. Mudanças revolucionárias, que desafiam a própria existência e realidade da matéria, precisam vir para reinstaurar a harmonia primeva e cumprir a profecia milenar.

Conquanto hoje poucos de nós estejamos ameaçados por lobos, leopardos e leões, freqüentemente ouvimos definir certa parte da cidade como “selva”, ou então é uma escola que desafortunadamente é assim classificada. E, recentemente, ouviu-se alguém comparar a uma selva o vestiário de uma grande loja num dia de liquidação.

É preciso a ação do Cristo para vencer a mentalidade selvagem. Mas essa doma da natureza humana — da natureza animal — não tem de esperar por algum dia milenar distante ou por um processo de evolução histórica. A Sra. Eddy afirma: “O reino dos mil anos é um estado e um estágio de progresso mental, que se desenrola desde que existe o tempo. Seu ímpeto, acelerado pelo advento da Ciência Cristã, é notável e aumentará até que todos os homens O conheçam (conheçam o Amor divino) desde o menor deles até ao maior, e um só Deus e a fraternidade entre os homens sejam conhecidos e reconhecidos em toda a terra.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, pp. 239–240. À medida que a Ciência do ser espiritual for mais universalmente compreendida, haverá mudanças radicais, revolucionárias, um reconhecimento progressivo da realidade perfeita e imutável que Jó viu como harmonia primeva.

O progresso não é automático

Uma fé cega no progresso humano não garantirá essas mudanças necessárias. A crença otimista no progresso linear ilimitado está sendo hoje cada vez mais posta em dúvida. A falácia de acreditar que o progresso genuíno pode estar divorciado da iluminação e do crescimento espirituais está culminando nos desafios ecológicos, sociais e religiosos que estamos enfrentando. Eles espelham apenas a crença errônea subjacente de que o progresso é essencialmente material.

Isto não implica em desinteresse pelo melhoramento das condições humanas. Pode-se argumentar que é válida a idéia essencial por trás do conceito de progresso. Na verdade, pergunta um escritor hodierno: “Será a crença no progresso uma espécie de meteoro intelectual que célere percorreu a atmosfera cultural do mundo ocidental desde a última parte do século 18 até o século 19 ... ? Ou esse progresso esteve realmente, de alguma forma, a nossa volta durante quase 3.000 anos, e, embora tivesse mudado continuamente em substância, é ele ainda inseparável de nossa existência como criaturas psicológicas se não biológicas?” Frank E. Manuel, The New York Times Book Review, 16 de março de 1980, p. 24.

Mas precisamos reconhecer que progresso autêntico significa avanço em espiritualidade, a compreensão cada vez mais realista da bondade e da totalidade de Deus. O progresso humano é apenas um efeito colateral desse progresso espiritual. Boa parte do mundo ocidental e as partes ocidentalizadas do resto do mundo, ainda vivem segundo a ética judeu-cristã. No entanto, muitos rejeitaram, ou desconhecem, a revelação subjacente do Cristo no desdobramento gradual da teologia que é realmente a base dessa ética. Só o Cristo pode dar uma base racional e viável ao progresso genuíno. Se as pessoas enfocam o mundo da matéria, o que vêem inclui naturalmente mortalidade e retrocesso.

Quem quer que viva Ciência Cristã é um revolucionário. Batalha continuamente para não permanecer sob a tutela da tirania de crer que a vida é mortal, com todas as suas crueldades e limitações. Se não houver alguns gloriosos regozijos em sua vida, bem que ele se pode perguntar o porquê. A Ciência Cristã promete mudanças revolucionárias. O “status quo” é inaceitável. E a magnitude das mudanças, que transcendem as mutações culturais óbvias, adquire a amplitude da serena visão de Isaías.

Claro é que podemos esperar que o mundo natural seja revolucionado. Como será isso, só se pode especular. Vimos ameaças diversas: de mudanças destruidora, de usinas nucleares fora de controle, de guerras atômicas, de manipulação genética. Mas a mudança real, fundamentada no progresso espiritual, precisa ser benéfica, um abrandamento de homens, animais e meio ambiente.

Nossa Líder, Mary Baker Eddy, explica o papel que a humanidade tem nas mudanças revolucionárias: “Os mortais que nas margens do tempo aprendem Ciência Cristã, e vivem o que aprendem, progridem rapidamente rumo ao céu, — o eixo sobre o qual giraram todas as revoluções naturais, civis ou religiosas, sendo as anteriores servas das posteriores — passando do mutável para o permanente, do impuro ao puro, do torpe ao sereno, dos extremos ao moderado.” Miscellaneous Writings, pp. 205–206.

A revolução é mais do que rebelião

Aprendemos pela experiência que algumas revoluções desafortunadamente mostram-se à altura de seu nome e voltam ao mesmo ponto de partida imoral. Demasiadas vezes uma revolta política termina com os revolucionários vitoriosos a infligir sua própria marca de tirania. É duvidoso se uma revolução que primariamente não passa de rebelião possa deixar de cometer as mesmas falhas de seus antecessores. Por exemplo, a cruel tirania dos czares infiltrou-se na hierarquia soviética comunista; a revolução não libertou da tirania o povo russo.

Quando o Cristo é o ponto central da mudança — seja ela gradativa ou revolucionária — faz-se um progresso universal genuíno, partindose da indiferença ou da crueldade para o humanitário na natureza, na religião, na cultura. Ao perceber-se que o Cristo é a realidade do homem, a raça humana será composta de revolucionários mais eficientes. Quer a tirania seja política, social, religiosa, ou a qualidade de um meio ambiente natural agreste, uma humanidade progressiva e motivada pelo Cristo atua naturalmente no sentido de mudar e desfazer a opressão.

Ao aproximar-se o fim deste século e como há quem indague se o progresso é na verdade uma realidade, podemos tirar uma lição da declaração da Sra. Eddy: “A progressão infinita é o ser concreto, a qual os mortais finitos vêem e compreendem apenas como glória abstrata.” Ibid., p. 82.

Quanto menos identificamos a humanidade como constituída de mortais e quanto mais vemos a nós e a outros como o homem de Cristo que Jesus exemplificou, tanto menos abstrato parece o progresso.

Há grande necessidade de reacender a fé da humanidade quanto ao progresso, mesmo quanto à gloria milenar. Mas, em nosso mundo sofisticado, deve haver tanto uma base racional como espiritual para essa fé. Tal base é o viver da Ciência do Cristo. É a cura espiritual em desafio à matéria. É dar resposta branda à ira. É a majestade e a beleza e a bondade das qualidades espirituais em substituição às animalescas.

Neste eixo do viver cristão científico, as revoluções nunca retornam aos antigos pontos de partida. Ganhos permanentes de um bem sem mistura serão obtidos para todos. Uma humanidade mais tranqüila se reflete num universo mais sereno.

A descrição da harmonia primeva de Jó e a profecia idílica de Isaías podem parecer uma ampla visão da realidade, mas essa percepção não é visionária. Não podemos nem precisamos abranger a plenitude de seu escopo neste momento. Mas toda qualidade cristã, toda verdade espiritual, compreendida e vivida, é um elemento dessa visão. E a visão em si nos inspira um pensamento mais sereno hoje mesmo.

Não é de causar surpresa que os seguidores de uma Líder que falou a respeito de Deus como “gentil presença” Ver Hinário da Ciência Cristã, n° 207. venham a ter papéis revolucionários em serenar o universo na medida em que a profecia das Escrituras é paulatinamente cumprida.

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