A Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss) traz à nossa atenção com excepcional clareza as implicações revolucionárias do que Jesus ensinou e realizou. Entre outras coisas, esta Ciência desperta em nós uma percepção de quão completamente Jesus destroçou a estrutura das pretensas leis da matéria — as formulações que supostamente controlam de maneira inexorável toda a vida humana.
Por suas demonstrações, o Mestre rompeu as barreiras da matéria e provou que a verdadeira substância é o Espírito ilimitado, que a Vida real não está presa à carne e que o ser real do homem é indestrutível. Provou que a autoridade suprema e governante de todas as coisas pertence a Deus, o Espírito — o Ego incorpóreo, a Verdade, a Vida e o Amor, a que Jesus chamava Pai.
Anulando as comumente aceitas “leis” da gravidade e da física, andou sobre a água. Sobrepujando o “poder” das forças naturais com o poder espiritual, acalmou a tempestade. Contrariando definições de substância baseadas na matéria, alimentou cinco mil pessoas com uns poucos pães e peixes. Vencendo os supostamente inevitáveis processos da vida orgânica, ressuscitou Lázaro, morto havia quatro dias. Toda sua missão forneceu provas eloqüentes às palavras de Mary Baker Eddy: “O fato central que a Bíblia apresenta é a superioridade do poder espiritual sobre o poder físico.” Ciência e Saúde, p. 131.
A respeito do martírio, sepultamento e ressurreição do próprio Mestre, a Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Paredes de rocha obstruíam o caminho e era preciso remover uma grande pedra da entrada da cova; Jesus, porém, venceu todo obstáculo material, superou todas as leis da matéria, e saiu de seu lúgubre lugar de repouso, coroado com a glória de um êxito sublime, uma vitória eterna.” Ibid., pp. 44–45.
Foi o poder, de impulsão divina, do Cristo, a Verdade, manifestando as leis universais da Vida e do Amor divinos, o que tornou possíveis as circunstâncias do nascimento de Cristo Jesus, anulando a crença errônea de que a vida do homem se origina na matéria. Tal como está explicado em Ciência e Saúde: “A iluminação do sentido espiritual de Maria reduziu a silêncio a lei material e sua ordem de geração, e fez nascer o filho de Maria pela revelação da Verdade, demonstrando que Deus é o Pai dos homens.” Ibid., p. 29.
Nos dias de hoje o pensamento da maioria das pessoas está tão saturado com explanações materialistas sobre os processos da vida que elas encaram o nascimento virginal como biologicamente impossível. Mas, à luz da Ciência Cristã, torna-se claro que esse acontecimento foi um triunfo do poder espiritual revelador, sobre as antigas “leis” da carne. Os fatos da origem de Jesus, tão plenamente descritos nas Escrituras, apontam para a grande verdade de que a vida real do homem, com efeito, está no Espírito e dele provém — e que, por isso, a identidade e a individualidade reais do homem devem ser procuradas na sua consciência espiritual, por Deus sustentada, como imagem ou idéia da Mente divina.
Jesus referia-se à sua própria individualidade genuína, quando disse: “Antes que Abraão existisse, eu sou” João 8:58. e “Vim do Pai e entrei no mundo; todavia deixo o mundo e vou para o Pai” João 16:28.; e, ainda: “Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.” João 18:37. Deixou claro que a sublime verdade da individualidade do homem aplica-se também a outros, quando disse a seus discípulos: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também.” João 14:2, 3.
São imensas as implicações práticas da verdade exemplificada por Jesus. Os fatos espirituais ilustrados por seu nascimento virginal, as curas e milagres que realizou, sua própria ressurreição, têm renovada importância para os nossos dias. Questões sobre a origem, a individualidade e o significado do homem clamam por atenção; exigem respostas urgentes, nos dias de hoje mais do que, talvez, em qualquer época anterior.
Tome-se, por exemplo, o debate profundamente emocional nos Estados Unidos da América sobre a questão do criacionismo versus a evolução — isto é, se aos alunos nas escolas deveria se ensinar a origem do homem como consta literalmente na história bíblica de Adão e Eva, ao mesmo tempo que se ensinam as descobertas das bio-ciências quanto à origem molecular da vida física e a evolução dos organismos materiais. Tal controvérsia traz ao foco das atenções perguntas tais como: Que é o homem? De onde vem? Há sentido em sua existência?
Segundo a Ciência Cristã, nenhuma das duas explicações incluídas na controvérsia realmente responde a essas indagações. Com raro e inestimável discernimento, o inspirado autor da alegoria de Adão e Eva desvenda, para todos os tempos, os erros fundamentais contidos no conceito de ser o homem um mortal surgido do pó ou da carne. As pesquisas das bio-ciências descrevem, em infindáveis detalhes, as crenças materiais de hoje, sobre a origem e a natureza da vida. No entanto, ambas as explicações lidam com explanações de base material acerca do homem, enquanto a mensagem central e espiritual da Bíblia, coroada pelas demonstrações de Jesus e pelas revelações do Novo Testamento, traz à luz a verdade do homem criado à imagem do Espírito e refletindo o domínio de Deus sobre todas as coisas.
Esta verdade traspassa as crenças correntes em traços congênitos e defeitos genéticos, e os cura. Mostra que nossa individualidade real não é formada por moléculas e genes, nem por processos na matéria ou da matéria, mas é desenvolvida espiritualmente a partir da Mente divina, como concepção que a Mente tem de sua própria auto-expressão infinita, chamada homem.
A obra da vida de Cristo Jesus revelou o caminho da libertação dos grilhões da matéria. Sua missão do começo ao fim anulou as assim chamadas leis da vida material. Expôs o homem real, cujo ser se acha no Cristo, a Verdade, como sendo o rebento da Vida eterna, indestrutível, ilimitada. Em verdade somos os filhos de nosso Pai-Mãe Deus. O sublime exemplo de Jesus dirige para além dos sombrios horizontes de um lapso de vida finita a nossa visão e a eleva até as infindáveis glórias da Vida como Espírito — para sempre refletida pelo homem.
