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Mantenha-se fora do sonho

Da edição de dezembro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Eu acabava de ser informada de que um amigo havia falecido. No entanto eu sabia, independentemente de nossa perspectiva material limitada, que esse amigo nunca cessaria de existir. Seu relacionamento com Deus nunca poderia ser interrompido ou encerrado. Mas, fui além deste reconhecimento e afirmei que, no mais verdadeiro sentido, não existe morte, porque a natureza real do homem é eternamente espiritual.

O homem, significando eu e todos os demais como realmente somos, existe em Deus. E como, de fato, habitamos em Deus, não podemos ser tirados para fora de Seu universo mediante qualquer pretensa lei de acidente, idade ou doença. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy declara: “A morte nada mais é senão outra fase do sonho de que a existência possa ser material.” Ciência e Saúde, p. 427.

Embora nos defrontemos, quase todos os dias, com relatos de acidentes, enfermidades e morte, pelos meios noticiosos e mediante o contato com nossos semelhantes, não precisamos ficar arrasados por tais relatos nem deveríamos simplesmente “desligá-los” ou “tirá-los de sintonia”. Como cristãos — Cientistas Cristãos — interessamo-nos por outros, sentimos compaixão profunda por eles e oferecemos terna assistência onde possível, mas não mostramos simpatia pelo erro. Negamos ao erro qualquer realidade, qualquer lugar, qualquer natureza ou duração; e, obviamente, não o ligamos a alguém. E, certamente, não nos colocamos dentro do sonho de alguma outra pessoa, por assim dizer, mediante simpatia ou dor com base na crença de morte.

Não sejamos companheiros de viagem do erro. Acaso estaremos dando nosso apoio ou nossa simpatia ao erro em nós mesmos ou em outros? A mais compassiva forma de amor que podemos oferecer é insistir de modo gentil, mas firme, nos fatos espirituais a respeito da bondade e da totalidade de Deus, de Sua presença e de Seu poder infinito, e da herança de saúde e vida eterna que Deus legou ao homem.

Quando nos recusamos a identificar as idéias de Deus como sendo doentes, pecadoras ou mortais que estão em vias de morrer, não só nos mantemos fora dos sonhos mortais de outras pessoas, mas também ajudamo-nos a nós próprios a despertar do sonho de vida na matéria. A Sra. Eddy afirma: “A vida na matéria é um sonho; o pecado, a doença e a morte constituem esse sonho. A Vida é Espírito; e quando despertamos do sonho de vida na matéria, aprendemos essa grande verdade do ser.” Christian Healing, p. 9.

Despertar e permanecer desperto deste sonho mortal exige esforço para manter a consciência da Mente infinita — Deus, o bem. Quando estamos cada vez mais conscientes das coisas do Espírito e sabemos que a existência espiritual é nossa única existência real, essa falsa imagem mental perde seu poder de fantasiar-se como realidade.

O raciocínio espiritual genuíno não nos tira do cenário humano nem nos torna inacessíveis ou desinteressados em nosso relacionamento humano. Pelo contrário. Eleva nossa vida e torna-nos melhores companheiros e trabalhadores, membros de igreja e cidadãos melhores. Prepara-nos para negar e derrotar as sugestões de medo, dor, carência, pecado e outros elementos destrutivos que haveriam de interromper nossa vida comandada e dirigida por Deus.

Admitir, ainda que por um momento, que as ilusões baseadas na matéria são reais, é negar a onipotência veraz de Deus e desafiar Sua capacidade infinita de manter o homem e o universo em toda a sua perfeição original. O que Deus não tem, o homem não pode ter; o que Deus não sabe, o homem não pode saber; e o que Deus não faz não tem realidade nem existência.

Outra maneira de se envolver no sonho de outrem é começar a comparar-se com tal indivíduo, quer por crer em hereditariedade quer por identificar-se com situação ou problema similar. É imperativo cessar de comparar-nos a mortais e começar a aprender que somos a imagem imaculada e imortal de Deus. É igualmente importante ver os outros como este homem perfeito; não ver ninguém como necessitado ou à espera, em verdade, de cura, como tendo sofrido ou morrido, como tendo estado separado de Deus e, desta maneira, precisando ser reunido com Deus. O verdadeiro eu do homem sempre esteve intocado pela enfermidade, pelo pecado ou pela morte e assim permanecerá para sempre — mantido em união perfeita com seu Pai-Mãe Deus.

Isto não significa que a cura na experiência humana não deve ser esperada e conseguida. Somos gratos por toda cura registrada na Bíblia, todo testemunho dado nos periódicos da Ciência Cristã e nas reuniões vespertinas de quartas-feiras em nossas igrejas. Mas somos ainda mais gratos por recordar que o homem real, a idéia-Cristo, nunca passou por experiências dolorosas. Curas, tais como as nossas próprias, fazem-nos despertar para uma consciência mais elevada e mais clara da verdadeira identidade espiritual do homem. Portanto, não pode haver lembrança, nem resquícios nem recorrência de algo que nunca aconteceu.

Se Cristo Jesus tivesse acreditado que a cegueira ou a lepra eram estados reais, não os poderia ter curado. Deus abençoa o homem com perfeição que não pode ser invalidada e Jesus provou que o defeito e a enfermidade eram ilusórios e não faziam parte da verdadeira identidade. Até mesmo a falsa evidência de morte não podia abalar a firme convicção que Jesus tinha do estado imortal do homem como filho amado de Deus. Antes de partir em viagem para ressuscitar Lázaro do túmulo, Jesus declarou: “Vou para despertá-lo.” João 11:11. E o despertou!

Não sejamos como o personagem de uma fábula, Rip van Winkle, que dormiu durante vinte anos e, então, despertou para encontrar um mundo mudado. Declaremos, a cada dia que passa, que não podemos ficar mesmerizados com qualquer sonho de vida na matéria. Percebamos o universo de Deus em toda a sua gloriosa perfeição, cheio de idéias espirituais, cada uma expressando saúde, beleza, pureza e Vida eterna. “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei” Salmos 119:18., cantou o Salmista.

Cada um de nós precisará despertar, algum dia, do sonho mesmérico de que é um mortal, de que possui um passado mortal, um histórico médico e propensões físicas que herdou. Se acaso passamos por provas ao longo do caminho, neste processo de despertar, convém compreender que não temos de permanecer no sonho do ano passado, nem mesmo no de ontem. E o que é melhor, nunca temos de entreter tal sonho outra vez! A Sra. Eddy recorda-nos: “E bom saber, caro leitor, que nossa história material, mortal, é apenas um registro de sonhos, e não da existência real do homem, e o sonho não tem lugar na Ciência do ser.” Retrospecção e Introspecção, p. 21.

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