Quando eu era aluna da Escola Dominical da Ciência Cristã Christian Science (kris´tiann sai´ennss), uma erupção periódica na pele incomodou-me por alguns meses. Numa ocasião, quando eu passava a noite na casa de uma amiga, os sintomas se agravaram. Consegui não dar mostra do problema e recolhi-me cedo. Não tinha comigo meu exemplar do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria de Mary Baker Eddy, nem me era possível telefonar a uma praticista da Ciência Cristã para pedir ajuda. Então, orei, afirmando que Deus sempre estava comigo e que eu não podia estar separada da Verdade nem do carinhoso cuidado de Deus. Lembrei-me das seguintes palavras de Ciência e Saúde (p. 495): “Quando a ilusão da doença ou do pecado te tentar, apega-te firmemente a Deus e Sua ideia.” Essa frase me fora indicada várias vezes, pela praticista da Ciência Cristã que me apoiara em momentos de necessidade e que também era minha professora da Escola Dominical.
A palavra “ilusão” chamou-me a atenção, agora. Uma percepção da total nulidade de tudo quanto fosse dessemelhante de Deus, o bem, inundou minha consciência. Vi claramente que a erupção nada mais era do que uma impressão falsa. Com essa compreensão veio uma sensação de paz, e adormeci. Foi só no dia seguinte, quando estava a caminho de casa, que me lembrei da situação da noite anterior. Notei, então, que a erupção havia desaparecido. Nunca mais voltou.
Três anos antes dessa cura, eu era membro devotado de uma igreja ortodoxa. Quando meus pais, inesperadamente, decidiram freqüentar a igreja da Ciência Cristã em uma cidade próxima, fiquei muito desanimada. Não conseguia entender como as pessoas — muito menos meus pais — que acreditavam em Deus e O amava, podiam mudar de religião. Apesar de pedirem com insistência que eu os acompanhasse, recusei-me a deixar de ir à minha igreja, mesmo por um domingo. Essa situação continuou inalterada por seis semanas e fui ficando cada vez mais confusa.
Como era meu costume, orava a Deus toda noite antes de ir dormir. Um sábado à noite, em minha perplexidade, voltei-me a Deus em busca de auxílio e pedi-Lhe humildemente que me mostrasse o caminho a seguir. Na manhã seguinte, despertei cheia de esperança e, alegremente, acompanhei minha família que me levou à Escola Dominical da Ciência Cristã. Aí, a professora explicou-me, com ternura, que eu era uma filha perfeita de Deus, feita à Sua imagem e semelhança. Fiquei admirada e espantada com tal verdade! Tudo à minha volta parecia brilhar. No dia seguinte, na escola, fui capaz de tirar os óculos que havia usado por vários anos. E, é claro, depois disso matriculei-me na Escola Dominical da Ciência Cristã.
A cura pela Ciência Cristã evidenciou-se novamente enquanto eu era solista numa filial da Igreja de Cristo, Cientista. Um sábado à tarde, perdi a voz e mal conseguia sussurrar. Pedi imediatamente a ajuda de uma praticista. Eu sabia que nada podia impedir-me de servir a Deus de maneira ativa e apoiei-me tranqüilamente nessa certeza. Na manhã seguinte, ainda que não se percebesse nenhuma melhora, mantive-me firme a despeito da sugestão de que não poderia cantar. Sabia que eu era a expressão do ser de Deus e que é Deus quem origina e controla a verdadeira atividade.
Era meu costume ensaiar com o organista no domingo, bem cedo. Cheguei na hora combinada e o ensaio começou. Primeiro “cantei” o solo mentalmente, apreciando cada nota e palavra, enquanto o acompanhamento do órgão era tocado. Sabendo, momento a momento, que Deus estava Se expressando, senti-me inspirada com alegria e amor. O organista repetiu o solo. Dessa vez, pude cantar a primeira parte em voz baixa, ainda que não praticasse a parte central, tecnicamente mais difícil. Ao invés, descansei na confortadora percepção da presença de Deus. O culto correu normalmente e cantei o solo clara e naturalmente. Senti imensa gratidão — por Deus, bem como pelo constante apoio da praticista e do organista que me haviam apoiado, com constância, reconhecendo a verdade do meu ser real.
Há cinco anos, fui nomeada para um cargo administrativo no setor educacional. O local de trabalho ficava do outro lado da cidade, a oitenta quilômetros de distância. Isso significava dirigir várias horas por dia, em meio a um pesado trânsito. Para completar, o novo cargo apresentava muitos problemas, tanto do ponto de vista de organização quanto do de relações humanas. Minha primeira reação foi procurar encontrar uma saída para essa situação aparentemente insuportável. Mas o regulamento dizia que não se poderia fazer nenhuma transferência de uma posição administrativa, como a minha, antes de completados dois anos de serviço. Restavam duas alternativas: pedir demissão (o que poria fim a minha carreira no ensino) ou permanecer no emprego. Voltei-me a Deus, em meu desespero.
Inicialmente, decidi que, ao dirigir para o trabalho e ao voltar dele, eu não ficaria contemplando as falsas crenças de perda de tempo, engarrafamento de trânsito e aborrecimento. Ao invés disso, prometiater-me firmemente ao fato de que tempo e dimensões mortais não têm lugar no reino de Deus e que, a cada instante, estou com Deus, em meu lugar e atividade certos — feliz, harmoniosa e livre! Embora em muitas manhãs eu me achasse em prantos frente à perspectiva do dia, apeguei-me com firmeza a essas verdades. Além disso, esforcei-me para ver a mim e a toda pessoa com quem entrava em contato como idéias do Amor, que expressam e conhecem apenas o amor.
Certo dia, a mãe de um aluno entrou no meu escritório, muito irritada e gritando ofensivamente comigo. Ao ver-me ali, enfrentando aquele ataque, recusei aceitar a cena como verdadeira ou real. Simplesmente neguei que isso estivesse acontecendo, no reino de Deus. Vi essa mãe apenas como defensora do Amor, capaz apenas de proclamar a Verdade. Por outro lado, reconheci-me como capaz de amar tudo o que via nela em seu ser espiritual e verdadeiro. Gradualmente, seu tom de voz baixou. Dez minutos depois, estávamos em paz, gozando do recreio matinal. A razão de sua ira simplesmente se desfez em nada. Conseqüentemente, nada havia a que responder. A partir daí, tive o apoio e a cooperação dessa mãe, e as relações entre o meu pessoal e a comunidade começaram a melhorar.
Aos poucos, as dificuldades foram sendo vencidas e a ordem ficou restaurada. Prestimosidade, cooperação e amizade substituíram a animosidade. Não mais chorei! Após oito semanas, percebi as grandes mudanças que haviam ocorrido. Ainda assim, achava que não estava certo perder tanto tempo viajando. Contatei uma praticista e pedi seu apoio por meio de oração. Cinco dias depois, recebi um telefonema do escritório central, convidando-me para uma entrevista a fim de discutir um novo cargo relacionado com o desenvolvimento de programas de ensino, que havia surgido nas semanas anteriores. Explicaram-me que, quando o novo cargo fora discutido, meu nome havia sido mencionado como o de pessoa capaz para enfrentar a nova atividade. Após a entrevista, fui nomeada. Como o novo trabalho era considerado uma promoção, o regulamento relativo a transferências já não vigorava. Pude tomar posse imediatamente. O cargo que deixei, agora em ordem e harmonioso, foi preenchido, promovendo-se outro funcionário e a cada dia eu tinha apenas de percorrer um trajeto curto para ir ao trabalho. Gostaria de salientar que nenhum passo humano foi dado, durante aquele tempo, para encontrar outro emprego. As mudanças ocorrerem como ajustamentos naturais que se seguiram ao tratamento metafísico por meio da oração, que tanto eu quanto a praticista havíamos dado à situação.
Recentemente, fui a uma reunião de testemunhos de quarta-feira, sofrendo de forte gripe. A leitura, naquela noite, referia-se à cura. Todo sentido de um ser pessoal e todo desconforto desvaneceram-se enquanto eu ponderava as verdades espirituais dos trechos da Bíblia e de Ciência e Saúde que estavam sendo lidos do púlpito. Ao deixar a igreja, eu estava completamente livre de todos os sintomas. No dia seguinte, no trabalho, uma colega olhou-me surpresa e indagou: “Para onde foi?”
Quando eu tinha dez anos de idade, meus pais me deram um exemplar da Bíblia, versão King James. Na contracapa, meu pai escreveu: “Possa este livro ser-lhe uma inspiração por toda a vida.” Junto com Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, a Bíblia tem sido, de fato, minha inspiração. Filiação em A Igreja Mãe e numa igreja filial também tem me dado oportunidades ilimitadas de servir à Causa da Ciência Cristã, pelo que sou profundamente grata.
Narrabeen, Nova Gales do Sul, Austrália