“Glorificai a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais são de Deus” (1 Cor. 6:20 conforme a versão King James).
Certa vez, caí do telhado de nosso sobrado. Não havia ninguém mais em casa naquele momento e fiquei deitado por várias horas nas pedras frias do quintal, debaixo de chuva. Naquele tempo todo, embora tentasse, mal conseguia orar a Deus.
Por fim, dois policiais me encontraram e, sem meu conhecimento, tomaram providências para que eu fosse levado a um hospital próximo. Isso acabou sendo bom. Ao dar entrada no prontosocorro, o médico de plantão reconheceu-me. Ele sabia que eu havia sido Leitor em nossa filial local da Igreja de Cristo, Cientista, e, expressando respeito por minha confiança na Ciência Cristã, assegurou-me que eu não receberia tratamento médico.
Após tirarem as requeridas radiografias e deitarem-me na cama, o ortopedista disse: “Isso é tudo que podemos fazer pelo senhor.” As radiografias revelaram três fraturas na pelve, fratura de uma articulação da perna, bexiga prensada e deslocamento da articulação do fêmur. Nesse ponto, vi que eu tinha de crescer em minha compreensão de Deus e de meu relacionamento com Deus como idéia espiritual, tinha de confiar radicalmente no Cristo, a Verdade, como o aprendera nos meus muitos anos de estudo da Ciência Cristã. A Sra. Eddy afirma (Ciência e Saúde, p. 323): “Precisamos lembrar-nos de que a Verdade é demonstrável quando compreendida, e que o bem não é compreendido enquanto não for demonstrado.”
A primeira coisa a fazer era livrar-me de um tremendo sentido de identidade física e de sentimentos de autocondenação. Simplesmente amar-me, mas como? Decidi que podia pôr em prática o mandamento (Mateus 22:39) “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, amando o pessoal do hospital, pois sabia que uma das maneiras pelas quais eu viria a ter amor por minha identidade verdadeira, seria a de ter amor genuíno por outros. Um pensamento útil que me ocorreu foi o seguinte: eu subira ao telhado para fazer uns consertos e isso era expressão de amor pelo lar e pela família. A Sra. Eddy escreve (Ciência e Saúde, p. 385): “Tudo o que é teu dever, podes fazer sem te prejudicares.” O estudo da lição bíblica da semana, delineada no Livrete trimestral da Ciência Cristã, sobre o tema “Adão e o homem decaído”, foi reconfortante.
Durante toda aquela primeira noite e por todo o dia seguinte, ative-me às declarações de Ciência e Saúde citadas acima e às verdades espirituais que encontrei na lição bíblica. Na segunda noite, consegui finalmente descansar um pouco. Na manhã seguinte acordei e notei que haviam-se dado mudanças no meu corpo — sinais de passos rumo à cura completa.
Ao fim daquela semana a articulação deslocada e as fraturas da pelve ajustaram-se de modo natural, sem cirurgia nem manipulação física. Seis dias mais tarde eu estava de volta a casa, numa atmosfera de amor, pelo que fiquei muito grato. Em seis meses, voltei a jogar golfe, com liberdade total.
Os vários meses que passei em casa foram uma bênção: um período de estudo consciencioso da Bíblia e de Ciência e Saúde, em que obtive maior compreensão das linhas inspiradas da página 425 do livro-texto: “A consciência constrói um corpo melhor quando vencida a fé na matéria. Se corrigires a crença material pela compreensão espiritual, o Espírito formar-te-á de novo.” Com o meu estudo, aprendi a deixar essa verdade ser demonstrada em minha experiência individual, para a glória de Deus, o bem.
Há algum tempo, surgiu-me uma ferida profunda e visível na testa. Como não doía, continuei com minhas atividades normais sem dar muita atenção à situação. Um amigo, que é médico, notou a ferida certo dia e diagnosticou-a como câncer, prevenindo-me de que era algo sério. Recomendou, então, que eu consultasse certo especialista imediatamente.
Isso alertou-me para a necessidade de oração específica, na Ciência Cristã, com relação a esse problema.
Nos meses que se seguiram, embora não discutisse o caso com ninguém, pedi, e recebi, ajuda dedicada de vários praticistas, em épocas diferentes.
À certa altura, um olho e a audição de um dos ouvidos foram afetados. Mesmo assim, continuei ativo em meu emprego e cumpri com meus deveres de substituto do Primeiro Leitor, em nossa igreja filial.
Quando minha boca e garganta ficaram afetadas, reconheci e apliquei a inspirada instrução dada na seguinte declaração de Ciência e Saúde (p. 269): “A metafísica reduz as coisas a pensamentos e substitui os objetos dos sentidos pelas idéias da Alma.” Despertei, então, e reconheci o erro que precisava ser corrigido: o de sustentar opiniões humanas radicais e autojustificadas. Corrigi-lo iria exigir estudo profundo. A Sra. Eddy assim define “conhecimento” no Glossário de Ciência e Saúde (p. 590): “Conhecimento. Evidência obtida dos cinco sentidos corpóreos; mortalidade; crenças e opiniões; teorias, doutrinas, hipóteses humanas; aquilo que não é divino e é a origem do pecado, da doença e da morte; o oposto da Verdade e da compreensão espirituais.”
Passo a passo, trabalhei em identificar cada opinião ou crença falsa e substituí-la com a verdade espiritual em relação a situações no trabalho, na igreja, em casa, bem como nos meios de comunicação, na política, nos negócios e no governo. Esforcei-me para pôr a verdade em prática, da melhor maneira que me era possível, em cada situação em que me via envolvido. Disso resultou muito progresso.
Quando a ferida fechou, uma profunda cicatriz permaneceu. Porém, reduzindo isso a pensamento, percebi que a cicatriz era só a manifestação da crença de que o incidente fora algo que havia ocorrido em meu passado e que, portanto, fazia parte de mim. Como a desordem não faz parte do reino de Deus, é irreal. Ative-me a isso e, em breve, a cicatriz desapareceu.
Por aquela época (cinco anos após nosso primeiro contato), meu amigo, o médico, viu-me e reconheceu que a ferida havia desaparecido. Censurou-me por ter rejeitado sua ajuda e a do especialista a quem me aconselhara ver. Respondi-lhe que o problema não fora ignorado, e, sim, vencido por meio de oração persistente na Ciência Cristã, com sua radical confiança em Deus, o bem. Agradeci-lhe também por sua consideração e interesse pelo meu bem-estar.
Partilho esta experiência, ciente de que a cura ficou completa e é permanente.
Sou grato pelo poder curativo do Cristo universal, a Verdade, e pelo fato de que essa cura completa deu testemunho de tal poder em nossa comunidade.
Villanova, Pensilvânia, E.U.A.
 
    
