O caminho para o reconhecimento espiritual de Deus e Sua idéia, o homem, envolve uma compreensão mínima dos termos “infinidade”, “imortalidade”, e “eternidade”. Terá você idéia do que é refletir o amor infinito de Deus, refletir inteligência infinita, alegria infinita, paz e vida imortais; ter a convicção de sua coexistência espiritual e ininterrupta com Deus?
Provavelmente não, se tentou alcançá-lo por meio da força de vontade humana. Mas se alguém se voltar à Mente divina com humildade e sinceridade, conseguirá vislumbrar algo da substância da Verdade e do Amor, e Deus se lhe tornará mais evidente e mais próximo. Cada vez mais a pessoa reivindicará sua herança como filha puramente espiritual do Espírito infinito.
A Sra. Eddy declara: “Inteiramente separada da crença e sonho num viver material, está a Vida divina, que revela a compreensão espiritual e a consciência do domínio que o homem tem sobre toda a terra.” Ciência e Saúde, p. 14. Sempre leio e releio essas palavras do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde. São-me como um trampolim para saltar rumo ao Espírito, passo que todos temos de dar, cedo ou tarde. Mesmo quando se nos afigura ter certa compreensão acerca da identidade espiritual, há a tentação de ficar-se estático nessa visão ainda obscura ao invés de perseguir mais profunda compreensão.
O sentido material, ou mente mortal, hesita em abandonar suas ilusões materiais, pois é delas que deriva sua existência. Tentação comum é a de procrastinar, pensar quão confortável e seguro é só “usar” a Verdade quando achamos que dela necessitamos, em vez de esforçarmo-nos e pesquisarmos diariamente, pois só isso nos conduzirá à meta cristã de expressar a perfeição espiritual do homem. Não temos de ceder à preguiça mental.
Ciência e Saúde declara: “O Ser Divino tem de ser refletido pelo homem — senão o homem não é a imagem e semelhança dAquele que é paciente, terno e verdadeiro, Aquele ’totalmente desejável’; compreender Deus, porém, é obra da eternidade e exige consagração absoluta de pensamento, energia e desejo.” Ibid., p. 3. O livro-texto também diz: “O bem exige que o homem dedique todas as suas horas à solução do problema do ser.” Ibid., pp. 261–262. Não compensa perder tempo nesta nossa jornada, a que vai da crença no sentido material à compreensão do sentido espiritual. Jesus ensinou a seus seguidores, a menos que as pessoas utilizassem e multiplicassem os talentos delas, estes logo se perderiam (ver Mateus 25:14–30).
A quantos de nós sucede ficar satisfeitos com realizações passadas, com o conhecimento confortador do amor e da proteção de Deus e esquecer do objetivo mais elevado, o de manifestar, de modo mais completo, o nosso ser criado por Deus? O juízo do Amor, como Cristo Jesus o expressou, é: “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” Mateus 5:48. Mesmo se familiarizados com a letra da Ciência Cristã, capazes de recitar parágrafos inteiros das obras escritas pela Sra. Eddy, qual é a profundidade em que tais verdades penetraram em nossa consciência? O crescimento precisa de impulso e o impulso requer energia, esforço consciente.
Temos de examinar constantemente nossa maneira de pensar, aprofundando-nos em expor e derrotar crenças falsas, materialistas, e assegurando-nos de que novas crenças errôneas não lancem raízes. Por exemplo, assistindo à televisão de forma indiscriminada expomo-nos a absorver males sem nos darmos conta disso. A Verdade, se ponderada em profundidade e abraçada com fervor, nos protege e alimenta o nosso pensar.
Crescimento espiritual constante requer estudo profundo, sistemático, exame profundo das verdades metafísicas. Então nossa vida não mais parecerá ser monótona e carecer de inspiração.
Ainda que tenhamos demonstrado a lei de Deus maravilhosamente no passado, a exigência, a ordem imperativa do Princípio divino, é a de progresso. O poder do Princípio, Deus, reside em Suas leis espirituais e que haja progresso é uma dessas leis. O progresso espiritual é essencial para vivermos de modo pleno e demonstrarmos nosso potencial dado por Deus. Nada de nos recostarmos nas confortáveis almofadas do ócio na matéria, nada de descansarmos sobre demonstrações passadas. Podemos e devemos estar gratos por elas, pois são provas do amor onipotente e carinhoso de Deus, que representa a própria substância do nosso ser. Mas, descansar nelas? Não! Deveriam servir-nos como degraus para maior empenho.
À medida que as janelas do pensamento se abrem à Mente divina, Deus, percebemos o calor e a imensidão de Seu amor e a luz de Sua inteligência infinita e radiante, e assim prosseguimos em poderosa investida rumo ao céu.
