Quando eu era pequena, certa vez atravessei o rio Mississipi. Não foi muito difícil, pois havia ido com meus pais à fonte onde se origina o grande rio, no norte do país. Nesse lugar o rio começa como um pequeno córrego. Para atravessá-lo tive de ir bem até o comecinho material do córrego, um início limitado e finito. E para encontrar a solução espiritual aos problemas humanos, também é preciso procurar a origem dela. Mas, num caso desses, a origem é Deus, e Deus é ilimitado e infinito.
Os traços hereditários, por exemplo, desvanecem-se quando desponta em nossa consciência o reconhecimento de que Deus é o único pai e criador, e de que o homem só herda Suas qualidades e Sua perfeição. Assim exclamou o autor de um dos salmos: “Caem-me as divisas em lugares amenos, é mui linda a minha herança.” Salmos 16:6. Ao enfrentar argumentos de incapacidade ou insuficiência, o remédio científico consiste em compreender e seguir a direção dada pela Sra. Eddy: “Tens simplesmente de preservar uma noção científica, positiva, de união com tua origem divina, e demonstrar diariamente isso.” Pulpit and Press, P. 4. A união com a fonte divina garante a unificação com a fortaleza do Princípio, a inteligência da Mente, a integridade da Verdade, e todas as outras belíssimas qualidades espirituais de nosso Pai-Mãe Deus.
Estar em união com a fonte divina é também a solução para a carência e a limitação, pois Deus, o Espírito, é a única substância, e, portanto, o manancial do bem. Na parábola do filho pródigo, Cristo Jesus pontilhou essa lição sobre suprimento com as palavras do pai, o qual, no relato bíblico, garantiu ao filho mais velho: “Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.” Lucas 15:31. Tudo da alegria, beleza, pureza e individualidade da Alma; de energia, vigor, atividade e perenidade da Vida; tudo aquilo que é do Pai, a origem e a fonte de tudo, é a herança que o homem tem, por direito, por ser Seu filho amado. Assim diz um hino: “E quando tudo mais falhar, / Só Tu me restarás.” Hinário da Ciência Cristã, n° 224. Os recursos materiais, finitos e flutuantes, nunca são infalíveis. O Espírito, porém, infinito e eterno, é a fonte inexaurível à disposição do homem.
Estudantes, donas-de-casa, artistas, jardineiros, projetistas, quaisquer pessoas que exercitam seus talentos criativos, deparam-se com que a inspiração provém de volverem-se à Mente como a única fonte da criatividade. A Mente nunca esgota seu cabedal de inspiração, assim como este não se esgota para aquele que habitualmente confia na inteligência divina, e não na capacidade humana, como a fonte infalível de seus talentos. A inspiração está sempre à disposição e nunca se esgota, pois brota eternamente da Alma. O Mestre tinha o hábito de volver-se à fonte divina em busca de orientação e direção. “Ele era inspirado por Deus, pela Verdade e pelo Amor, em tudo quanto dizia e fazia” Ciência e Saúde, p. 51., escreve a Sra. Eddy em Ciência e Saúde. E que obras maravilhosas Cristo Jesus realizou! Sua vida inteira foi uma obra-prima de inspiração e de cura.
Aqueles que queremos seguir o Mestre e curar os doentes como ele curou, precisamos trabalhar a partir da mesma base metafísica. O remédio para os problemas de saúde não reside em voltarmo-nos ao corpo, examinando a matéria, mas em procurarmos a nossa origem, Deus. O Espírito, não a matéria, governa todas as situações. Ciência e Saúde declara: “Verifiquei que a Verdade divina é mais potente para fazer ceder uma inflamação, dissolver um tumor ou curar uma moléstia orgânica, do que quaisquer remédios inferiores. E por que não, uma vez que a Mente, Deus, é a fonte e a condição de toda existência?” Ibid., pp. 180–181. Quando vamos à nossa origem divina, sempre encontramos um atestado bom — quer de saúde quer de qualquer outra coisa. Pois lemos, no Gênesis: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” Gênesis 1:31. O resultado natural de uma origem ou criador perfeito é uma criação perfeita.
Raciocinar desde um efeito material para achar-lhe a causa, nos fará enganchar os problemas em algum evento do passado, como se deu numa ocasião em que passei vários dias mancando, após um tombo na quadra de tênis. Raciocinar a partir da causa divina, rumo ao efeito, começa, acertadamente, em Deus, nossa origem perfeita, e termina no homem perfeito. Em pouco tempo fiquei livre de todo sofrimento e do inchaço, e não mais manquei, quando deixei de repassar mentalmente o incidente ocorrido na quadra de tênis e me dirigi, por inteiro, à Vida, a Deus, a origem perfeita de toda atividade do homem. Um versículo que constava da lição biblica semanal no Livrete trimestral da Ciência Cristã foi-me especialmente útil. Era dos Salmos: “Ele deu a meus pés a ligeireza das corças, e me firmou nas minhas alturas.” Salmos 18:33. As “alturas” do Espírito oferecem refúgio acolhedor, onde estamos a salvo de baixios em nossa experiência humana.
“Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra delícias perpetuamente” Salmos 16:11., declarou o Salmista. Estaremos preparados para aceitar que é o Espírito a fonte da verdadeira felicidade e satisfação? Nesse caso, não mais procuraremos a matéria como fonte de prazer e satisfação, quer seja sob a forma de drogas, cigarros, bebidas alcoólicas, gulodice, sensualismo, quer de qualquer outro apetite falso. Também, deixaremos de procurar nas pessoas a fonte de nossa felicidade ou infelicidade, fazendo delas uma espécie de deuses. “Bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor.” Salmos 144:15. A resposta a qualquer desafio que estejamos enfrentando, se encontra sempre no Espírito onipotente, onipresente e oniativo, o qual é totalmente capaz, está sempre à disposição e é eternamente ativo.
Deus é nossa infalível fonte de ajuda; o manancial incessante do bem. O amor de Deus flui constantemente a Seus filhos, satisfazendo à necessidade individual de cada um, seja ela de força, consolo, purificação, cura. Podemos, portanto, com a inocência de uma criança, volver-nos em oração a cada dia, hora, momento, ao nosso Pai e receber dEle as bênçãos que provêm de encontrarmos a nossa origem espiritual.
Ó profundidade da riqueza,
tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus!
Quão insondáveis são os seus juízos
e quão inescrutáveis os seus caminhos!
Romanos 11:33
 
    
