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A fábula dos dois cavaleiros

Da edição de julho de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Certa vez havia um cavaleiro mau que rondava uma região, amedrontando a todos. Ninguém sabia quem ele era, pois o visor de seu capacete estava sempre abaixado. À mera menção de sua vinda, as pessoas fugiam para dentro de suas casas, trancavam as portas, fechavam as persianas e sentavam-se trêmulas no escuro.

Um cavaleiro bom e corajoso, ao retornar de uma missão em terra distante, decidiu livrar a comunidade daquela ameaça. Perseguindo o cavaleiro mau, alcançou-o; empenhou-se com ele numa luta e tirou-o do cavalo. No intento de liqüidá-lo, o cavaleiro bom levantou-lhe o visor do capacete para ver quem era seu antagonista. Não havia ninguém ali. A amedrontadora armadura estava vazia.

Essa fábula ilustra a natureza de todo erro, o qual, na Ciência Cristã, é chamado mente mortal ou magnetismo animal. A Sra. Eddy começa assim sua definição de “mente mortal”, no Glossário de Ciência e Saúde: “O nada, que pretende ser alguma coisa, pois a Mente é imortal; mitologia ....” A mesma definição conclui: “... aquilo que não existe na Ciência, nem pode ser reconhecido pelo sentido espiritual; pecado; doença; morte.” Ciência e Saúde, pp. 591–592.

Ciência e Saúde também classifica o mal como uma mentira hipotética. O livro-texto diz, do magnetismo animal: “É a crença errônea de que a mente esteja na matéria, e que seja tanto má quanto boa; que o mal seja tão real como o bem, e mais poderoso. Essa crença não tem uma única qualidade da Verdade. Ou é ignorante, ou maligna.” Ibid., p. 103.

Agressivo, fanfarrão ou apavorante como nos possa parecer, o mal nunca é alguém nem algo. Não vem de lugar algum, nem vai a nenhum lugar. Quer se apresente como doença incurável, acidente inevitável, ameaça de catástrofe nuclear ou colapso econômico, o cavaleiro mau é sempre o medo mortal vazio, desprovido de poder, sem qualquer fundamento na Verdade. É apenas sugestão mental agressiva. Um Estatuto no Manual de A Igreja Mãe de autoria da Sra. Eddy, declara: “Será dever de todo membro desta Igreja defender-se diariamente contra sugestão mental agressiva, e não se deixar induzir ao esquecimento ou à negligência quanto ao seu dever para com Deus, para com sua Líder e para com a humanidade.” Man., § 6° do art. 8°.

Como obedecer a esse mandamento e ficar livres de temores falsos mas persistentes? Onde está o bom cavaleiro? É Cristo, a Verdade, sempre presente, que pega em armas contra os fantasmas do mal e os desmascara; que revela a nulidade deles e assim os destrói. Ciência e Saúde explica: “Cristo é a idéia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana.” Ciência e Saúde, p. 332.

Esse Cristo é a luz que dissipa as sombras do erro e revela, justamente aí onde estas parecem estar, a totalidade de Deus, o bem e Suas idéias perfeitas, indestrutíveis e harmoniosamente ativas. É aquela consciência científica da realidade que destrói mitos e ilusões e expõe à visão humana as realidades eternas do ser.

Em nosso livro-texto, o capítulo intitulado “Desmascarado o Magnetismo Animal” revela a natureza, a nulidade e a falta de poder do mal. A palavra “desmascarado”, no título, é muito significativa. Qualquer forma que o mal tome, quer fascinante quer apavorante, é a representação errônea de algo que não é.

Magnetismo animal, ou mente mortal, a que Paulo chama “o pendor da carne”, a mente carnal, e define como “inimizade contra Deus” Romanos 8:7., é apenas uma suposta inversão da Verdade, uma negação da realidade. A mente mortal é meramente hipotética porque, na totalidade da Mente divina, Deus, não pode existir tal inversão ou perversão. Não pode ter origem, transmissor, receptor nem manifestação. A totalidade e a unicidade de Deus excluem qualquer outra mente ou ser. Portanto, não pode haver nenhuma mente mortal, nem pendor da carne e nenhuma manifestação de tal mentalidade.

Como negação da realidade, a pretensão do mal não é algo, mas, sim, a negação de algo. É a negação da totalidade e da bondade de Deus, da harmonia e da integridade de Sua criação, inclusive o homem. Essa pretensão precisa ser invertida com a afirmação daquilo que, espiritual e cientificamente, existe. Não há nenhum vácuo na totalidade do Amor divino, nenhum erro na infinidade da Verdade divina, nenhuma morte ou doença na presença eterna da Vida divina.

As máscaras do magnetismo animal, embora aparentem ser legião, são sempre mentiras sem rosto. É, porém, contra sua falsidade que devemos estar atentos. Se tomamos a máscara pelo inimigo, seguimos o alvo errado e o verdadeiro criminoso permanece à solta. A mentira básica escapa sem ser detectada nem destruída.

Uma das máscaras comuns da mente mortal é a da personalidade. Quer persuadir-nos de que, se somente pudéssemos mudar certa personalidade, ou dela nos livrar, nossos problemas domésticos, de negócios ou políticos ficariam solucionados. O problema nunca está na pessoa. Está sempre em falsas crenças sobre a pessoa, a qual é, em realidade, o homem, a idéia de Deus. Embora tais crenças possam ser mantidas por outras pessoas, ou mesmo incentivadas pelo próprio indivíduo, é o aceitarmos essas crenças em nossa própria consciência o que lhes dá qualquer suposto poder no que nos concerne. A solução para o problema — e nossa proteção de más influências — sempre se encontra em corrigirmos o próprio pensamento. É aí que deve ser desmascarado o erro, ocorrer a mudança — substituindo-se o erro pela verdade, invertendo-se a mentira de que o homem é mortal com a idéia-Cristo da identidade espiritual do homem. Mas, quanto a mente carnal resiste a ser desmascarada, e quantas implicações para a mudança de pensamento e conduta isso exige!

Se pensarmos que na máscara há condição, pessoa ou poder reais e, então, tentarmos mudá-la, poderemos descobrir que o erro apenas substitui uma máscara por outra, enquanto a mentira básica não fica descoberta nem é destruída. Esse erro pode apresentar-se como mudança de sintomas ou formas de doença, alegando ter causa específica, rumo a seguir ou determinado efeito. Se trabalharmos meramente para mudar as condições físicas, estaremos apenas tentando melhorar ou ajustar a máscara. E conseqüentemente a mentira básica — a pretensão de que a vida é algo separado de Deus, de que o homem é material, mortal e tem uma mente pessoal, e de que há vida, substância e inteligência na matéria — permanece despercebida e não fica destruída. O erro poderá, então, apenas assumir outra forma, outra máscara.

Paulo escreveu: “As armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas;” e então, prosseguiu: “anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” 2 Cor. 10:4, 5. Os argumentos do mal que necessitam ser anulados são fictícios, não tendo base na realidade. Incluem todas as falsas crenças que produzem o medo.

A Sra. Eddy viu a conveniência de incluir em Ciência e Saúde um excerto do relatório de uma comissão governamental da França sobre magnetismo animal. O relatório concluiu “que os efeitos violentos, que se observam na prática pública do magnetismo, são devidos a manipulações, ou à excitação da imaginação e às impressões produzidas sobre os sentidos; e que há mais um fato a registrar na história dos erros da mente humana, e uma importante experiência acerca do poder da imaginação” Ciência e Saúde, pp. 100–101..

É nosso dever diário defendermo-nos contra as imaginações enfermiças e pecaminosas da mente carnal; destruirmos as imagens mentais, os quadros mentais ou crenças falsas que tentam invadir nossa consciência e vêm até nós com os meios de comunicação, as conversas em geral ou com o disfarce mais sutil de serem o nosso próprio pensamento. O Manual inclui como Estatuto esta “Regra de conduta”: “Não se exibirão quadros censuráveis nas salas onde se publica ou se vende o livro-texto da Ciência Cristã. Não se tolerarão bisbilhotice, calúnia, mexerico ou maledicência.” Man., § 7° do art. 25.

Onde é que deve ocorrer a publicação definitiva da verdade científica constante em nosso livro-texto senão na nossa própria consciência individual? Daí a importância de trazer todo pensamento à obediência de Cristo. Para fazê-lo, temos de reivindicar, como nossa própria, a mesma Mente que houve em Cristo Jesus. Usando as armas da Verdade e do Amor, Jesus descobriu e destruiu as máscaras da sensualidade e do pecado, da doença crônica e incurável, da hipocrisia e do orgulho, do ódio e da vingança. Em mais de uma ocasião removeu a máscara da própria morte, revelando a nulidade até mesmo desse erro. Ao ressuscitar os mortos, o Mestre demonstrou a presença eterna da Vida divina e sua manifestação, o homem indestrutível. Cristo Jesus nunca foi enganado ou amedrontado pelas máscaras do magnetismo animal. Com grande coragem moral e clara percepção da Verdade arrancou tais máscaras e revelou o vazio de suas jactâncias. Temos de seguir seus passos.

Nossa resposta às representações audaciosas das múltiplas máscaras do erro não deveria ser nem a apatia nem o medo. A mentira, tanto sobre Deus como sobre o homem, nunca deveria ser ignorada ou temida, mas negada, invertida e, assim, substituída pela verdade. Na medida em que convivermos diariamente com a Verdade eterna, obedecermos suas mensagens divinas e seguirmos suas inspiradas diretrizes, todo cavaleiro mau será subjugado e o Cristo reinará supremo.

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