Você alguma vez considerou a fé desde um ponto de vista condescendente, como algo que vale a pena ter, mas não se compara à compreensão? Sem me dar conta, era essa minha opinião, até que certa experiência abriu-me os olhos ao poder maravilhoso da fé total em Deus.
O estudo dos quatro Evangelhos dá prova convincente de que a fé é um ingrediente vital na cura. O centurião que pediu a Cristo Jesus curasse seu servo, tinha tamanha fé na autoridade sanadora representada pelo Mestre que pediu-lhe apenas mandar com uma palavra. A resposta de Jesus foi: “Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta.” Mateus 8:10.
O centurião mostrou outro aspecto da fé: a humildade. Não se achou digno de receber Jesus em sua casa. Humildemente, confiou na autoridade que reconheceu ter Jesus sobre a doença e o pecado, não ficando desapontado, pois o servo foi curado na mesma hora.
Essa cura indica que a fé inclui o humilde reconhecimento de que há um poder superior. Comprometemo-nos a confiar nesse poder, independentemente da nossa situação humana.
Na Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), aprendemos que a onipotência é Mente, Princípio, Verdade e Amor divinos — todos termos sinônimos de Deus. É no todo-poder da Mente infinita que confiamos, na lei invariável do Princípio, na autoridade invencível da Verdade, no cálido abraço do Amor. Nossa fé nesse Deus, o Tudo-em-tudo, aumenta na medida em que O compreendemos melhor.
Aprendemos, pelo estudo e oração, que tal compreensão começa com a premissa de Deus perfeito e Sua manifestação perfeita, o homem, o qual emana de Deus e O reflete. Deus mantém Sua criação no ponto da perfeição, totalmente livre de doença e pecado, livre de qualquer crença material ou pensamento mortal.
Essa verdades contradizem a maioria das opiniões e conclusões humanas e, muitas vezes, não são apoiadas pelas condições do corpo. Pedir a um doente que desvie o olhar desse quadro material e encha o pensamento com a totalidade de Deus e Sua criação espiritual, pode parecer indiferença e até mesmo crueldade. Mas não foi isso o que Jesus fez? Não é tal conhecimento uma declaração de nossa confiança no poder sanador de Deus? Jesus disse ao homem no tanque de Betesda: “Levanta-te, toma o teu leito e anda.” João 5:8. Quando obedeceu à ordem, o homem ficou livre de imediato.
Jesus orava a Deus e referia-se a Ele como Pai, o único poder, o único realizador. O Mestre tinha fé absoluta em Deus porque compreendia-O de modo absoluto. Também esperava que seus seguidores (daquela época e de hoje) tivessem a fé absoluta que provém de compreensão clara, o que não é fé cega. Á medida que progredimos em nosso conhecimento de Deus e vemos o efeito prático disso em nossa vida, não podemos deixar de ter cada vez maior confiança na onipotência de Deus. A fé abre a porta de nossa consciência para que admita os pensamentos angelicais que nos estão sempre disponíveis.
Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreve acerca das duas definições de fé, estar cheio de confiança e ser digno de confiança: “Segundo certa modalidade de fé, confiamos nosso bem-estar a outrem. Segundo outra modalidade de fé, compreendemos o Amor divino e sabemos como desenvolver nossa salvação ‘com temor e tremor’. ‘Eu creio, ajuda-me na minha falta de fé!’ exprime a impotência de uma fé cega; ao passo que a injunção: ‘Crê ... e serás salvo!’ exige que sejamos fidedignos e estejamos seguros de nós mesmos, o que inclui compreensão espiritual e confia tudo a Deus.” Ciência e Saúde, p. 23.
Aprendi algo da potência dessa fé que inclui a compreensão, durante uma experiência difícil. Por cerca de oito meses, passei por períodos de extrema dor e incapacidade de reter alimentos, o que me deixava muito fraca. Junto com esses ataques, notei outros sintomas que começaram a me assustar. A cada ataque, pedia e recebia ajuda metafísica em oração, dada por uma praticista ou outra da Ciência Cristã. Muitas vezes, telefonava de madrugada, mas só muito amor e disposição de servir foram expressos por esses dedicados trabalhadores.
Apesar de procurar obter maior compreensão, os ataques pareciam piorar e aumentar até que, certa manhã, supliquei a Deus, de coração: “Ajuda-me.”
Lembrei-me do cego, implorando que Jesus tivesse misericórida dele. Jesus perguntou-lhe o que queria, e o cego replicou: “Mestre, que eu torne a ver.” Marcos 10:51. Dando-me conta de que o Cristo de Deus sempre está presente conosco, orei ao Pai com confiança simples e humilde: “Senhor, que eu recupere a saúde.”
No decorrer daquele dia, fui ficando cada vez mais forte. Ao anoitecer, tive certeza de estar curada e, de fato, estava. Voltei aos hábitos normais de alimentação e os demais aspectos do problema sumiram.
Ao dispor-me a confiar completamente em Deus e ao suplicar, com humildade, que me fosse dada a compreensão de que eu necessitava, o lindo pensamento angélico me veio de que o Cristo, a Verdade, está sempre comigo. O quadro material de muito medo e sofrimento ficou simplesmente apagado por essa renovada compreensão do poder Cristo. A cura resultante mostrou-me, de modo mais claro que nunca, que Deus é de fato minha própria Vida.
Na Ciência Cristã, não se tenta induzir um corpo doente à saúde, nem se pede que Deus altere as condições do corpo humano. A cura física é o resultado direto de nossa crescente aceitação do fato absoluto de que nosso criador onipotente e onipresente criou o homem como Sua expressão: espiritual, pura e perfeita para sempre.
O capítulo sobre oração em Ciência e Saúde começa assim: “A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus — uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor abnegado.” Ciência e Saúde, p. 1.
Qual a importância da fé? É ela indispensável ao nosso progresso rumo ao Espírito!
O fim da lei é Cristo
para justiça
de todo aquele que crê.
Romanos 10:4
 
    
