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Cuidar de crianças — um encargo especial

Da edição de julho de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Ser pai ou mãe é de fato uma responsabilidade solene. Aos pais, nada lhes deveria ser de maior valor nem de maior importância, do que o bem-estar dos filhos. Há provas acumuladas, revelando que o cuidado de crianças tem, ultimamente, se tornado uma responsabilidade muitas vezes negligenciada. Para chegar a soluções definitivas, os meros esforços humanos de corrigir e reformar são, porém, inadequados. Fazem-se necessários meios espiritualmente radicais para desenraizar e destruir, de modo permanente, o erro no pensamento humano que é a causa de tantos problemas. A Ciência Cristã pode contribuir grandemente para isso.

Pesquisando a Bíblia e as obras da Sra. Eddy, vemos que criar filhos e deles cuidar é um encargo especial. Há desafios difíceis, mas há também possibilidades ilimitadas. Como em todos os aspectos da vida humana, o êxito depende, porém, de se cultivar o pensamento disciplinado e o critério maduro, o que é feito através do estudo espiritual diário e da oração, e da aplicação do que se aprende.

Muitos períodos de trabalho e ensino espirituais são necessários para elevar a raça humana acima de suas crenças materiais. A Sra. Eddy descobriu o significado científico do carinhoso relacionamento de Deus, como Pai-Mãe, com o homem, e em seus escritos ressalta que a família humana é mais do que a avenida principal pela qual atingir a meta do progresso espiritual; a solicitude pelo bem-estar das demais pessoas é inseparável do verdadeiro progresso. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy faz a imperiosa pergunta: “Acaso a propagação da espécie humana não é uma responsabilidade maior, um encargo mais solene, do que o cultivo de teu jardim ou a criação de gado para aumentar teus rebanhos e manadas? Nada indigno de ser perpetuado deve ser transmitido às crianças.” Ciência e Saúde, p. 61.

No lar, a criança precisa mais de bons exemplos do que de críticas ou de exemplos negativos. Isso quer dizer que os pais têm de ser modelares em sua própria vida. Após cuidadoso estudo, descobre-se que os traços e propensões negativos apresentados pelas crianças, provêm, muitas vezes, de faltas diversas, como a falta de disciplina mental, de consideração, de obediência ou de conhecimento, no próprio lar. É claro que a televisão, a escolinha e a miríade de crenças materialistas atuais também têm influências negativas, mas é sem dúvida a família o canal principal pelo qual a mente humana propaga seus males, traços negativos, fraquezas e riscos. É, portanto, a mente humana o que requer a maior atenção.

Os pais, a fim de lidar com os filhos, devem começar a atentar para os seus próprios pensamentos, esforçando-se diariamente para purificá-los e levá-los à obediência de Cristo. Ciência e Saúde diz: “Os descendentes de pais que tenham a mente voltada para as coisas divinas, herdam mais intelecto, mentes mais equilibradas e constituições mais sadias.” E, no parágrafo seguinte, retrata vividamente os tristes resultados duma herança mental e ambiental de opostos: “Se alguma circunstância fortuita coloca crianças bem dotadas nos braços de pais grosseiros, freqüentemente essas lindas crianças definham e morrem cedo, como flores tropicais nascidas por entre neves alpinas. Se por acaso vivem, e por sua vez se tornam pais, talvez reproduzam em seus próprios filhinhos indefesos os traços mais grosseiros de seus ascendentes. Que esperança de felicidade, que nobre ambição pode inspirar a criança que herda propensões tais que, se não forem vencidas, a reduzirão a um destroço deplorável?” Ibid.

São necessárias aos pais honestidade e humildade completas para analisar-se e perguntar-se o que o filho vê neles. É necessária aos pais coragem para pesar cuidadosamente o efeito que o ambiente de seu lar ou a sua maneira de lidar com a criança terá na vida futura desta, e coragem para corrigir a situação.

Em Deus e em Seu Cristo, que é o cabeça de todo lar, os pais encontram a graça purificadora, o amor, a defesa, a direção e a orientação sanadora para enfrentar a cada dia os desafios colocados diante de pais e filhos. Jesus é o Modelo. Ele ensinou, e exemplificou para toda a humanidade, que a individualidade espiritual perfeita do homem é a do filho do perfeito Pai-Mãe — o Progenitor divino de todos nós. O Apóstolo Paulo reconheceu-o ao dizer: “Todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus.” Gálatas 3:26. Todas as pessoas, crianças ou adultos, têm de sua, em verdade, a perpétua filiação com Deus. Ao aceitar esse fato, cada um de nós descobre que o Cristo sempre presente reside na consciência humana. Por efeito do Cristo, brotam pensamentos crísticos, os quais às vezes estavam bem ocultos, pensamentos que expressam humildade, honestidade, pureza, integridade, diligência, confiança e todas as qualidades essenciais ao crescimento espiritual individual.

Com descobrirmos a presença do Cristo em nós, vem-nos também o poder espiritual que nos habilita a curar a nós e a nossos filhos, e a arrancar pela raiz as crenças malévolas que se dizem personificadas como mortais. Aprendemos que o mal, sob qualquer forma, não tem, de fato, origem, continuidade nem poder. O mal não pode provir de supostas leis de pecado original, hereditariedade, predisposição ou qualquer outra crença similar. Deus, e só Deus, é a causa única e o único poder. É Sua a bondade e a perfeição que o homem reflete.

Para orar dessa forma, temos de distinguir claramente entre o homem criado por Deus e o conceito errôneo dualista de mente e corpo, chamado pelos sentidos físicos homem mortal. Uma boa maneira de enfrentar um problema difícil, envolvendo uma criança, é começar com a definição de filhos constante do capítulo Glossário, no livro Ciência e Saúde. Em primeiro lugar, essa definição estabelece o fato espiritual e científico acerca de todos os filhos: “Os pensamentos e representantes espirituais da Vida, da Verdade e do Amor.” A seguir, dá o ponto de vista materialista, a partir do qual surgem erros de crença: “Crenças sensuais, mortais; contrafações da criação, cujos originais melhores são os pensamentos de Deus, não no estado de embrião, mas no de maturidade; suposições materiais de vida, substância e inteligência, opostas à Ciência do ser.” Ciência e Saúde, pp. 582–583.

A oração pela criança, baseada na primeira parte dessa definição, invoca toda a autoridade e o poder da lei espiritual. Reconhece que a criança é, na realidade, a expressão perfeita e presente de Deus, o bem, e não a imagem negativa e espúria retratada pela segunda parte da definição. A oração afirma que a criança, filha do Espírito que é, pode herdar e manifestar somente as qualidades do Espírito, e não limitações humanas ou sugestões de contágio, doença ou acidente, impostas por assim chamadas leis materiais. Além disso, para que a cura se realize de modo fácil e rápido, tem de ser vencido no pensamento dos pais todo medo proveniente do conceito falso de que a criança faça parte de uma criação física. Eis aí regras diárias essenciais, no que tange a orar pelas crianças.

Relembrando experiências de nossa família, constato que nossos filhos foram inúmeras vezes curados e protegidos por causa desse tipo de oração paterna, enquanto os criávamos. Para citar uns poucos exemplos, tiveram dentes tortos endireitados, houve recuperação rápida e completa dum grave acidente, o que parecia ser caxumba foi curado em poucas horas, ansiedade pela segurança das crianças e pelo seu desenvolvimento em diversas atividades infantis foi vencida. Ainda, devido à natureza preventiva dessa oração, nossos filhos perderam poucos dias de aula. Com essas curas, veio-nos o duplo benefício de fortalecer a nossa própria fé, habilitando-nos a examinar melhor o nosso próprio modo de vida, e o benefício de aumentar nosso conhecimento acerca da paternidade e maternidade de Deus.

Séculos atrás, quando os israelitas estavam às portas da Terra Prometida, Moisés repetiu os Dez Mandamentos ao povo e, referindo-se às leis de Deus, disse: “Tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te.” Deuter. 6:7. É dessa mesma consistência no ensino e na prática dos mandamentos divinos que precisamos hoje em dia, e a Escola Dominical da Ciência Cristã põe à disposição de todas as crianças e jovens até vinte anos o ensino moral e espiritual básico da Bíblia e da Ciência Cristã.

Os pais que seguem eles próprios a lei mosaica, pedirão que os filhos freqüentem regularmente a Escola Dominical e decerto se interessarão pessoalmente por ver suas lições aplicadas na vida das crianças, durante a semana. Desse modo, será incrementado o crescimento espiritual, tanto o dos pais como o dos filhos. Isso também ajudará muito no estabelecimento duma unidade moral e espiritual no lar, marcando os pensamentos germinantes das crianças e transmitindo a elas os sentimentos básicos de amor, apreço e segurança tão necessários para se contrapô-los às tentações comuns da juventude. Com esse esforço conjunto, amplia-se o conceito de família e se revela a importância de cada membro, no progresso dos demais.

As exigências cristãs feitas a pais e filhos não parecerão indevidamente severas, quando se compreender que o propósito da vida humana não é o de perpetuar, glorificar ou satisfazer um ego mortal. É, antes, glorificar a Deus, na vitória sobre qualquer dos males carnais — pecado, doença e morte — e na restauração da vida ao seu padrão original de perfeição espiritual: o homem à imagem e semelhança de Deus. Quanto antes, e quanto mais meticulosamente, nossos filhos aprenderem isso, mais cedo e de modo mais pleno descobrirão seu relacionamento com Deus e a necessidade de obedecer a Deus. Compreenderão de que modo se podem ver curados e de que maneira Deus os guia e protege, a cada passo que estiverem dando na sua vida humana, em sua jornada rumo ao céu.

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