O Primeiro Mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim” Êxodo 20:3., aparece na Bíblia em diferentes formas. Para o cristão, a suprema menção dele foi feita nesta declaração de Cristo Jesus, que se baseia em Deuteronômio 6, versículo 5: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento.” Mateus 22:37, 38.
Compreender que não pode haver mais de um Deus, mais de uma Mente, convida-nos a cumprir respeitosamente as Suas leis. Compreender que há apenas um só Deus leva, por fim, a nos submetermos a Deus. Mas, ter um só Deus em razão de que O amamos supremamente, inspira-nos, ao nosso verdadeiro ser, um alegre despertar espiritual.
Nosso amor a Deus nasce de Seu amor por nós. Em 1 João lemos: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” I João 4:19. O amor de Deus por nós reflete-se em nosso amor a Deus. Ao expressarmos este amor, vivendo de acordo com Suas leis, podemos começar a aceitar nossa união com Deus como Seu reflexo, o homem espiritual, união essa que Jesus exemplificou. Passamos a compreender que, em razão de amar Deus no homem o Seu próprio descendente, é natural ao homem amar, em seu criador, o seu único Deus.
Por ser Deus o bem infinito, vir a ter um só Deus significa vir a conhecer e a expressar todo o bem e nenhum mal. Nosso progresso nesse rumo é marcado pela cura e a redenção. Mary Baker Eddy, que considerava o Primeiro Mandamento o seu texto bíblico favorito, escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Ter um só Deus, uma Mente só, desenvolve o poder que cura os doentes e cumpre estas palavras das Escrituras: ‘Eu sou o Senhor que te sara’, e ‘Achei resgate’.” Ciência e Saúde, p. 276.
Conseguiremos a cura por meios divinos à medida que verdadeiramente amarmos a Deus, honrando a Mente divina, determinados a não aceitar nenhum sentido, conhecimento, testemunho, presença ou poder separados do bem infinito e eterno. É por demais fácil tornar virtualmente em deuses as pessoas a quem amamos e aquelas a quem odiamos; é muito popular encurvarmo-nos às doenças físicas e aos exercícios físicos. Mas não podemos ter um só Deus a menos que neguemos, por idólatras e falsas, as sugestões e sensações dos sentidos materiais. Estes proclamam que há uma mente à parte da única Mente, e a ela oposta. A mera afeição pessoal, o desamor, o prazer sensual, o desprazer, a dor, não têm, contudo, causa nem apoio verdadeiros. Ao amarmos realmente a Deus e ao homem imortal, incorpóreo, criado por Deus, torna-se óbvio que falta apoio ao sentido pessoal. E não nos deixamos enganar pelo sentido mortal, físico, acerca de nós mesmos e de outros.
Pensaremos, então, menos no que relatam os sentidos materiais e deixaremos de examinar a matéria em busca de sinais de contentamento ou de insatisfação, de melhora ou de piora. Proporcionalmente nos libertamos e volvemos a atenção à Mente divina, regozijando-nos nesta comunicação incessante da Mente, de que o homem é espiritual, é para sempre a perfeita e querida semelhança de Deus. Ciência e Saúde dá orientação clara para nos ajudar a progredir. Por exemplo, o livro assim nos convida: “Aceitemos a Ciência, renunciemos a todas as teorias baseadas no testemunho dos sentidos, abandonemos os modelos imperfeitos e os ideais ilusórios; e tenhamos assim um Deus único — uma Mente única — e este Deus, perfeito — produzindo seus próprios modelos de excelência.” Ibid.,, p. 249.
Só podemos adorar aquilo em que acreditamos, aquilo que respeitamos, aquilo que amamos. Se vamos ter um só Deus, não podemos ter modelo algum menos perfeito do que Jesus, de quem recebemos o exemplo de adorar e amar a um só Deus. Ao seguirmos esse exemplo de espiritualidade, poderemos vencer a tentação de pensar em nós e em outros como separados de Deus, de Sua sabedoria, pureza, justiça, saúde ou harmonia. Essa espiritualização do pensamento e do caráter abre o caminho para que os divinos “modelos de excelência” se expressem em nossa experiência, suplantando os “modelos imperfeitos e os ideais ilusórios” do sentido material.
Deixar de crer em algo separado de Deus requer muito mais do que autodisciplina; faz-se labor do discipulado cristão. Ouvir a verdade e estar atento a essa verdade que constitui o saber da Mente, mostrar-se à altura dela, ainda que em face de adversidades esmagadoras, tem, porém, como resultado recompensas que excedem em muito a renúncia da autojustificativa mortal. Por exemplo: quando, à luz deste ensinamento de Jesus, de que se ame os inimigos, a pessoa obedece o mandamento bíblico de amar ao próximo desprendidamente, aprende a ser lenta em irar-se e rápida em perdoar. Ver Levítico 19:18 e Mateus 22:39; Mateus 5:44. Em tal caso, o mandamento lhe atua na vida como lei de paz.
Ter uma Mente só, faz com que o desejo de ser bom se demonstre em bondade. Transforma a oração em prática. Não conseguiremos criar, ainda que com os nossos melhores esforços, um homem perfeito; somente Deus assim o cria. Contudo, nossos melhores esforços são indispensáveis, se vamos substituir o falso sentido a que se chama o eu mortal, pela nossa condição natural de homem perfeito e imortal. Ciência e Saúde esclarece: “Abandona tua crença material de que haja mente na matéria e tem uma Mente única, a saber, Deus; pois essa Mente forma sua própria semelhança.” Ciência e Saúde, pp. 216–217.
Ter um só Deus, mesmo que O tenhamos em pequena escala, faz com que sejamos resgatados, restaurados. Ora, não somos mortais no processo de nos tornarmos imortais. O homem é imortal agora, mesmo que apenas esteja despertando em seu conhecimento de que Deus é realmente a sua Alma, a única Mente possível e todo o Amor que existe. Sobre o indivíduo que decide ter um só Deus, que abandona a mundanalidade porque tem amor a expressar Amor, repousa esta promessa: “Eu lhe serei Deus e ele me será filho.” Apoc. 21:7.
 
    
