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A importância da honestidade

Da edição de junho de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Na parede de nosso quarto, há um bilhete afixado, escrito a lápis, na caligrafia insegura de uma criança: “Mamãe, estou muito triste porque eu disse uma mintira.” O bilhete apareceu em cima de meu travesseiro pouco depois de nosso filho, então com sete anos de idade, armar uma escapadela na escola que eu, indulgentemente, acreditara. A “mintira” foi há muito esquecida, mas não a pureza e a coragem moral que impeliram essa confissão.

Honestidade! Quantas vezes somos tentados a dizer: “Quem vai ficar sabendo se eu for desonesto, só um pouquinho?” A tentação de nos desviarmos da honestidade é, muitas vezes, bem atraente. Quantas vezes orei pedindo a coragem moral e a retidão que essa criança expressou!

Quando um intérprete da lei lhe perguntou: “Mestre, qual é o grande mandamento na lei?” Cristo Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Mateus 22:36–39.

O que é que esses mandamentos têm a ver com nossa luta por ser honestos? Encontrei algumas respostas surpreendentes para essa pergunta, num discurso que a Sra. Eddy proferiu na Igreja que ela fundara. Intitula-se: “ ‘Escolhei’ ”. Nesse discurso ela diz: “Ao esquecerem a Regra Áurea e concordarem com o pecado, os homens não podem servir a Deus; não podem demonstrar a onipotência da Mente divina que cura o doente e o pecador.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 5.

Esses dois grandes mandamentos são o ponto de partida de nossos esforços por agir mais honestamente.

Quanto amo a Deus? Será que amo a sabedoria onipresente a ponto de confiar nEle de forma absoluta? “Não podemos servir a dois senhores. Amamos a Deus supremamente? Acaso somos honestos, justos, leais? É cada um sincero consigo mesmo?” Ibid., p. 6. pergunta a Sra. Eddy em “ ‘Escolhei’ ”. Porventura amo meu próximo, o filho bem-amado de Deus, a ponto de querer tratá-lo com justiça?

José pôs em prática o espírito desses dois mandamentos, quando a mulher de Potifar tentou seduzi-lo. Potifar lhe confiara tudo, disse José à mulher, e lembrou-lhe: “Ele não é maior do que eu nesta casa, e nenhuma cousa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher: como, pois, cometeria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?” Gênesis 39:9. Notem com que clareza seu profundo amor e desejo de servir a Deus, determinaram o comportamento dele com relação ao próximo.

Agora, examinemos juntos os seguintes incidentes. Os leitores poderão substituir os detalhes com dados de sua própria experiência.

Cena 1: Eu estava jogando uma partida simples de tênis. Tinha vencido o primeiro set e minha oponente vencera o segundo. Na metade do terceiro set, dei-me conta de que eu anunciava que a bola entrava dentro ou fora, conforme me convinha.

Cena 2: Havíamos nos mudado para outra cidade, e estava procurando emprego. Embora ainda não fosse visível, estava grávida de nosso primeiro filho. Deveria revelar a gravidez, nas entrevistas com meus eventuais empregadores?

Cena 3: Depois de procurar trabalho durante um ano inteiro, noutra época de minha vida, encontrei o emprego dos meus sonhos. Naquele mesmo dia, meu marido chegou em casa e anunciou que provavelmente seria transferido em breve para outra cidade. Deveria eu comunicar essa possibilidade ao meu empregador em perspectiva e correr o risco de ver cancelada a oferta de emprego?

Uma mentirinha inofensiva, pensei. Quem chegaria a saber? Lutei bastante para chegar à decisão certa em cada uma dessas situações. Em cada caso, houve uma angustiante luta interior. Em cada situação era preciso que eu tomasse a iniciativa e fizesse uma opção consciente a favor da honestidade. A Bíblia ensina: “Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens.” Romanos 12:17.

Mediante oração e com o desejo sincero de “fazer o bem perante todos os homens”, consegui finalmente deixar o resultado nas mãos de Deus. Que vantagem haveria em condescender no engano?

De novo, o discurso “ ‘Escolhei’ ” oferece uma perspectiva intransigente: “Totalmente separada deste sonho mortal, desta ilusão e desilusão dos sentidos, a Ciência Cristã vem revelar o homem feito à imagem de Deus, Sua idéia, coexistente com Ele — Deus dando tudo e o homem tendo tudo o que Deus dá.” Miscellany, p. 5. Portanto, eu não tinha nada a perder, mas sim tudo a ganhar ao fazer consciente escolha a favor da honestidade.

Na cena 1, a da partida de tênis, tornei-me superconsciente de minha desonestidade e deixei de proceder daquela maneira. Perdi a partida, mas fiquei muito satisfeita por ter tido a coragem de ser honesta.

Na cena 2, decidi, a princípio, não mencionar a gravidez. Como não recebia nehuma oferta de emprego, comecei a perguntar-me: estaria a enganar alguém? Era meu amor a Deus mais profundo do que meu interesse próprio? Era meu amor ao próximo, agia eu realmente como Jesus teria agido com relação ao próximo? Após mais oração e auto-exame, ser honesta começou a ser para mim mais importante do que qualquer outra coisa. Assim, passei a informar, logo no início das entrevistas, que estava para ter um bebê dentro de cinco meses.

Graças a uma informação que recebi, fui sem entrevista marcada a determinada firma, disse que precisava de emprego e quais as habilidades que tinha para oferecer e que estava esperando um filho para daí a cinco meses. Empregaram-me nessa mesma hora. Fiquei naquela firma até depois do nascimento, não só do primeiro mas também de um segundo filho — ao longo de mais de três anos.

Na época da cena 3, eu desejava, em primeiro lugar e acima de tudo, ser absolutamente honesta. Sentia-me confiante de que o Deus ao qual prestava culto com todo o meu coração, com toda a minha alma e com todo o meu entendimento, cuidaria de mim naquela hora e sempre.

Fui direita ao telefone e avisei meu possível empregador que poderíamos ser obrigados a mudar para outra cidade. Ele ouviu e respondeu: “Está bem, vou correr o risco. Sua mudança parece um tanto incerta.” Deu-me o emprego e permaneci nessa firma três anos e meio, antes de nos mudarmos de fato.

Dou grande valor àquele pequeno bilhete emoldurado, na parede. A meiga humildade e a coragem moral expressas por essa criança em seu esforço por manifestar honestidade, continuam ainda a inspirarme no meu próprio labor.

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