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Não carregue esse fardo

Da edição de junho de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Se alguma vez você tiver carregado uma pesada carga durante algum tempo, talvez ladeira acima, sabe com que alívio a descarrega. Mas qual seria sua reação, se descobrisse que essa bagagem afinal não lhe pertencia ou até mesmo que era perigosa e que você fora enganado e induzido a pensar que era sua para que a carregasse? De certa forma é esse o caso das cargas que levamos hoje, cargas tais como medo, tradições e costumes ultrapassados, condenação própria, doença. Carregamos fardos que não nos pertencem e podemos livrar-nos deles.

Através de um falso juízo a nosso próprio respeito, esses fardos são-nos, literalmente, postos aos ombros, sem que nos apercebamos. Aceitamos a noção de que o homem é, acima de tudo, um ser material entregue aos recursos de uma mente humana, limitada. Se Deus é, sequer, tomado em consideração, supõe-se que esteja muito afastado do homem. O medo da doença é uma das mais pesadas cargas que essa noção impõe à humanidade. Mas Cristo Jesus disse aos seus seguidores de todos os tempos: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque eu sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”  Mateus 11:28-30. Jesus aliviava o fardo do medo e curava a doença. Até mesmo aqueles que haviam estado subjugados durante muitos anos, eram instantaneamente libertados.

Curando a doença e o pecado, Jesus ensinou e viveu o Cristo, a verdadeira filiação do homem em Deus. Ensinou-nos a reconhecer nosso verdadeiro ser como o amado de Deus, inseparável dEle. Jesus provou que o homem não é uma máquina biológica, o produto da hereditariedade material e das circunstâncias. A identidade real — sua e minha — é a radiante, pura e santa expressão de Deus, o Amor.

O Amor divino estima e mantém o homem, a idéia espiritual do Amor, nosso ser, em segurança e perfeição totais. Essa perfeição não é uma possibilidade remota, mas sim o fato da criação, que pode ser comprovado agora e sempre. Jesus disse: “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.”  Mateus 5:48. Reconhecer a verdade inerente a essa exigência crística permite desembaraçar-nos da carga do medo e da doença, curar os outros e curar-nos a nós próprios.

Todos já tivemos vislumbres da espiritualidade inata do homem — por exemplo, a terna paciência de um pai ou mãe para com seu filho aprendendo a andar, a integridade de um sócio ao lidar com clientes, a preocupação de um funcionário público de tratar equitativamente com todos os cidadãos. Tais vislumbres da natureza do homem podem parecer raros e longínquos, mas existem. Mesmo assim, requer-se algo mais, para ir além desses vislumbres. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy escreve: “Como o homem real está ligado pela Ciência ao seu Criador, os mortais só precisam volver-se do pecado e perder de vista o eu mortal para acharem o Cristo, o homem real e sua relação com Deus, e para reconhecerem a filiação divina.” Ciência e Saúde, p. 316.

A imolação de si próprio é um alegre e recompensador processo através do qual abandonamos os fardos impostos por uma falsa apreciação do homem. A condenação e pena de si próprio, o comodismo, podem ser postos de lado com alegria e alívio quando abandonamos esse falso sentido de nossa identidade e expressamos vivamente a alegria, a liberdade e o amor que nos são inatos, por sermos a descendência de Deus. Quem poderia lamentar ou condenar o filho de Deus? O homem espiritual já possui tudo o que o Pai tem para lhe dar. Sabendo isso não seremos enganados e levados a manter ou tolerar um falso sentido de nós mesmos. A imolação própria total por certo não é alcançada num só dia. Contudo, nosso caminho tornarse-á mais luminoso e nossos passos mais leves, após cada peso sacudido. A Bíblia descreve da seguinte maneira a imolação de si próprio: “... vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.”  Col. 3:9, 10.

À medida que nos despimos do “velho homem”, vemos mais claramente que o medo é esse elemento embusteiro que nos tenta a pensar que Deus está ausente ou de alguma forma desapercebido de Seus preciosos filhos e filhas. Talvez até nos leve a pensar que não somos Sua criação ou que nos desviamos para além do Seu auxílio. Mas tal não pode acontecer. Somos a criação espiritual de Deus, e o Seu amor envolve-nos continuamente.

Durante muitos anos carreguei comigo o fardo desagradável de sofrer de alergia a certos alimentos. Qualquer porção de tomates, laranjas ou morangos que comesse, ocasionava-me erupções na pele. Uma irritação dessas durava uma semana ou mais. O único alívio recomendado pelos médicos consistia em imersões em água fria com bicarbonato de sódio. É claro que eu tentava evitar esses alimentos, mas o mais leve vestígio deles em qualquer prato resultava nesse castigo. Por isso vivia no constante receio de comer. Quando jovem, deixava de ir a muitos acontecimentos sociais interessantes, já que essa predisposição era muito visível e dolorosa.

Certo dia uma amiga emprestou-me um exemplar de Ciência e Saúde, o qual li sofregamente. Ao lê-lo, a convicção de que a matéria não tem poder, foi inevitável. Deus é o único legislador e Sua lei é inteiramente benévola. O castigo só pode resultar de pensamentos errados acerca de Deus e de Sua criação. Compreendi que havia sido enganada e levada a aceitar uma falsa crença acerca do poder dos alimentos.

Pode dizer-se que Cristo Jesus abrangeu todos os tipos de distúrbios alimentares quando disse: “Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem.”  Mateus 15:11. Ciência e Saúde assinala a verdade curativa relativa ao pensamento do homem, subjacente ao seguinte ponto moral: “Se os mortais pensam que o alimento perturba as funções harmoniosas da mente e do corpo, será preciso abandonar ou o alimento ou esse modo de pensar, porque o castigo está associado com a crença. Qual dos dois deverá ser abandonado? Se a decisão for deixada a cargo da Ciência Cristã, será dada a favor do domínio da Mente sobre essa crença e sobre toda crença errônea ou condição material.” Ciência e Saúde, pp. 388—389.

Bem, convenci-me e agi de acordo com minha recém-descoberta compreensão. Com alegria e satisfação tomei um sundae de morango. Não houve nenhum efeito secundário. Eu estava inteiramente curada. Desde esse dia até hoje, muitos anos mais tarde, nenhum alimento — seja o prato mais exótico, em qualquer parte do mundo — me causou a mais leve indisposição.

Essa singela experiência foi um elemento construtor importante do meu próprio crescimento espiritual. O fato de que Deus é o único criador, não deixa lugar para a doença, o desconforto ou a dependência pecaminosa.

No livro de Isaías encontramos esta asseveração de Deus: “Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?. .. Então romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.”  Isaías 58:6, 8. Podemos desembaraçar-nos das malvindas cargas do medo e de todos os outros pesos sem valor que pretendem apegar-se a nós. Podemos caminhar em liberdade com o Pai, expressando a alegria e a beleza de viver espiritualmente como os bem-amados filhos de Deus.

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