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Como chegar ao “coração da prece”

Da edição de junho de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Você alguma vez se sentiu desamparado, como se o auxílio que necessitava houvesse escapado de suas mãos e estivesse totalmente fora de seu alcance? Sem dúvida, quase todos nós, em algum momento, ansiamos por refúgio, por um abrigo terno e reconfortante, como o regaço do amor materno, compreensivo, que acalma o medo e aquieta essa sensação que nos faz estremecer de angústia e desespero.

Uma das maiores bênçãos que o ministério de Cristo Jesus trouxe à humanidade, foi a prova de que jamais se perdeu em nossa experiência aquele amor do qual mais necessitamos. Esse amor está aqui mesmo, neste momento, e produz cura. Jesus mostrou a seus seguidores a presença, o poder do amor de Deus, e revelou, com efeito, que Deus é Amor, infinito, todo-envolvente, imparcial. O profundo amor de Deus para com Sua criação aparecia com clareza no ministério de Jesus. O consolo aos desolados, a cura do doente, a misericórdia e a graça para com o pecador arrependido, constituíam o resultado natural da mensagem de Jesus. E as obras e ensinamentos do Salvador nos oferecem a promessa de que todos podem chegar ao coração da prece, onde se identifica e se sente o amor salvador de Deus. Ninguém está excluído dessa promessa.

A Ciência do Cristo revela Deus tanto Mãe como Pai, a Mãe que é Amor, e o Pai que é Mente, o único Pai-Mãe divino da criação espiritual, que inclui o homem. É ao chegar a conhecer a Deus tal como Ele é, que chegamos a conhecer o verdadeiro objetivo de nossa própria vida, isto é, conhecer-nos a nós mesmos como o homem de Deus, Sua semelhança espiritual, pura. É mediante a oração que a verdade sobre Deus e o homem torna-se tão vívida e tangível para nós, tão real, que em termos práticos nos transforma e transforma nossa maneira de pensar. Nossa vida adquire uma expressão mais elevada, sentimo-nos restaurados, e nosso corpo, curado.

Não existem fórmulas para esboçar a prece inspirada, mas há alguns requisitos essenciais. Um deles é a humildade. É preciso estarmos suficientemente dispostos a fazer calar o sentido pessoal que diz “eu quero”, ou “eu preciso”, ou “já sei a resposta”, a fim de escutarmos a mensagem de Deus e Sua vontade, a qual muitas vezes é bem diferente do que esperávamos. O indivíduo que reconhece que Deus é causalidade divina, o único poder, e compreende que o homem é a expressão de Deus, tem a noção correta de causa e efeito. Isso é humildade. E a humildade nos permite enxergar o efeito do bem, que se torna aparente em nossa própria vida por meio da cura e da regeneração.

Outro elemento importante da oração é que por meio dela levamos nossos desejos a Deus em silêncio e permitimos sejam estes moldados pelo propósito que Deus tem para cada um de Seus filhos. Nós somos o homem estabelecido por Deus, e fomos criados para dar testemunho do bem divino, para manifestar a inteligência da Mente infinita, expressar a beleza da santidade, fazer resplandecer o amor do Amor. Será que nossas aspirações atuais se adaptam a esse objetivo elevado? A resposta é afirmativa se conscientemente damos nosso consentimento e fazemos o esforço para que, de alguma maneira, cada empreendimento humano seja no sentido de glorificar a Deus. Esse esforço constitui oração, e é dotado de poder.

Outro requisito vital da oração é a disposição para investigar mais a fundo do que as aparências superficiais, para além daquilo que os sentidos materiais confirmam como real e importante. A Ciência Cristã já revelou e demonstrou, por meio da cura metafísica, que a mortalidade e todas as limitações nocivas da vida material, não têm base sólida na realidade. Deus é Espírito, de forma integral, permanente, universal. O homem, feito à semelhança perfeita de Deus, tem portanto de ser íntegro e sempre espiritual.

Essa declaração talvez cause surpresa. Contudo, na Ciência Cristã chegamos à compreensão de que quaisquer aparências contrárias aos fatos espirituais do ser, são falsidades, são ilusões de que possa existir algo temporariamente separado do bem divino. E embora amplamente aceitas pelo pensamento humano, as pessoas de mentalidade espiritual perceberão, em última análise, que essas ilusões de que há vida e substância na matéria temporal, não merecem maior credibilidade do que qualquer outra mitologia já superada.

Um mito da antiguidade dizia que os eclipses solares eram causados por um dragão que consumia a luz do sol. O eclipse do sol, no entanto, uma vez compreendido de acordo com sua verdadeira natureza, já não é algo que impõe temor. A nova compreensão sempre elimina a ignorância e os temores que esta suscita. E a compreensão espiritual remove ainda mais cabalmente os temores e as limitações da mortalidade, pois revela que somente aquilo que provém de Deus, que manifesta o Espírito divino, pode ser real ou ter poder.

É evidente que as palavras de Jesus no Novo Testamento oferecem muitos outros requisitos para a oração. Suas parábolas e exemplos mostram a necessidade de auto-exame, de encarar honestamente as ações erradas, e de nos libertar da vaidade e da mera repetição de palavras fáceis. Jesus disse também: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará.” Mateus 6:6.

No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, o qual derrama luz importante sobre o significado espiritual da Bíblia, a Sra. Eddy se refere especificamente às palavras do Mestre acerca de entrar no “quarto”, isto é, no “coração”, da prece. Escreve ela: “Para entrar no coração da prece, é preciso que a porta dos sentidos errôneos esteja fechada. Os lábios têm de estar mudos e o materialismo calado, para que o homem possa ter audiência com o Espírito, o Princípio divino, o Amor, que destrói todo o erro.” Ciência e Saúde, p. 15.

Essas palavras de Ciência e Saúde se encontram no capítulo inicial, intitulado “A Oração”. Para qualquer estudioso da Bíblia, ou para qualquer pessoa que esteja em busca de consolo e cura, esse capítulo oferece um rico manancial de inspiração espiritual e de compreensão, tanto das responsabilidades como das bênçãos decorrentes da oração.

Você pode chegar ao coração da prece, o qual está agora mesmo aberto à humildade e ao desejo silencioso de fazer a vontade de Deus. No coração da prece sempre há refúgio, consolo e calidez, como no regaço de uma Mãe que sempre nos compreende.

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