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A vida na mão de Deus

Da edição de junho de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Não é crime alcançar os “setenta” anos mencionados na Bíblia, assim como não é intrinsecamente errôneo ser adolescente, recémnascido, ou estar na meia-idade. Mas se toda a questão de idade for deixada aos caprichos da existência mortal, há incontáveis penalidades associadas a cada estágio de nossa vida.

Muitas vezes a vida é sobrecarregada pelo excesso de algumas coisas e afetada pela insuficiência de outras. A idade não é a culpada, mesmo que sejamos tentados constantemente a usar a idade como um cabide conveniente onde penduramos toda essa questão complexa: “Quanto valho aos olhos do mundo e ao meus próprios olhos?”

Vejamos a noção de valor. Essa é sempre a principal questão em nossa vida. Quando eu estava estudando, tanto no primeiro como no segundo grau, mais de uma vez a professora de biologia, tentando despertar o interesse da classe, apresentou dados estatísticos sobre qual seria o valor do corpo humano se os seus agregados minerais fossem pesados e avaliados de acordo com os preços vigentes no mercado. O montante, se me lembro corretamente, era sempre só algumas moedas. Todos sabíamos que essa avaliação era piada, pois uma pessoa é mais do que o corpo; e a amizade, a afeição e a vida têm valor muito acima de umas poucas moedas!

Contudo, a amizade às vezes desaparece, a afeição assemelha-se a uma vítima lamentável vista no campo de batalha da infidelidade e da desilusão, e a vida representa pouco valor quando a fraqueza é uma sombra negra sobre o futuro. Na Bíblia, Jó deve ter sentido multiplicar-se o peso de suas perdas. Jacó, há muito tempo longe do lar, deve ter tido uma longa luta contra as dúvidas e a auto-recriminação, antes de sua reconciliação com Deus em Peniel. E a angústia dos séculos irrompeu em prantos, quando Cristo Jesus orou no Getsêmani e sofreu no Calvário. Ver Mateus 27:46.

Tal é lado patético da condição humana, mas ainda não chegou o fim da história. Jó foi restaurado. Jacó se reconciliou com seu irmão Esaú, e também com Deus. E Jesus mostrou que o Cristo, sua eterna identidade, o elevaria acima da fúria da existência mortal, a uma vida nova e à união com o Amor divino.

Será demasiado esperar que nossa própria vida sinta o mesmo poder transformador? Só parecerá demasiado se acreditarmos necessário aguardar que a transformação ocorra apenas num mítico “amanhã”.

Talvez a chave de toda essa questão do valor do indivíduo resida no que consideramos ser o propósito de nossa vida. É o propósito o que prezamos, aquele anseio que está bem no fundo de nosso coração, que conduz o curso de nossa vida para a desilusão ou lhe dá força para a renovação e a vitória final. O movimento rumo à vitória começa por aquilo pelo qual temos predileção, por aquilo que temos em mira e atraímos para dentro de nossa vida. Se é a busca da verdade, a derradeira verdade espiritual, então a lei de Deus está predominando em nosso diário viver e o está transformando. Esse propósito espiritual e essa ação crística que o impele, procedem de Deus e começam a mudar nosso pensamento e nossa existência, até que estes deixem de ser uma massa material que parece governada pelo vazio frio e sem sentimentos do precedente material e das ocorrências casuais.

Então, o que fazer agora, quando encaramos os encargos rotineiros de mais um dia de. .. o que quer que seja? Começamos por aquilo que valorizamos, que apreciamos, que desejamos. Era acerca disso que Mary Baker Eddy se referia em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, quando falou da promessa contida na aquisição de uma perspectiva correta da humanidade: “Se suprimires a riqueza, a fama e as organizações sociais, que não pesam sequer um til na balança de Deus, obterás vistas mais claras do Princípio. Se dissolveres os grupos facciosos, nivelares a riqueza com a honestidade, fizeres com que o mérito seja julgado de acordo com a sabedoria, obterás uma visão melhor sobre a humanidade.” Ciência e Saúde, p. 239.

Que preâmbulo para a descoberta espiritual do nosso próprio ser! Significa arrasar o materialismo e a fé na matéria que há muito nos acostumamos a apreciar como sendo desejável, para podermos elevar o homem na consciência, o homem à imagem e semelhança de Deus e que tem a vida eterna. Isso levará ao auto-exame espiritual. Iluminará os cantos sombrios da crença material, das crenças materiais que, por demasiado tempo, nos aprisionaram por meio das limitações e dos desapontamentos de pensar que todas as questões da vida estão nas garras da matéria.

No cristianismo primitivo foram despertadas a regeneração e a esperança espiritual. Ficou demonstrado no caso de homens e mulheres com corpos deformados e mentes tiranizadas que esses não eram estados inevitáveis ou irreversíveis. E foi o despontar dessa mensagem nova, se bem que antiga, que inicialmente atraiu a atenção das primeiras pessoas que investigaram sobre a Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss).

Sejam quais forem nossas circunstâncias humanas, hoje, hoje mesmo, temos essa oportunidade eterna de adotar a mentalidade e a afeição espiritual que dão nova esperança e energia à investigação sobre a origem e a causa divina da vida. É aí que descobrimos nosso propósito espiritual. Com fé profunda podemos saber espiritualmente que esse propósito tem sua fonte em Deus. Existem meios concretos e tangíveis desse propósito impulsionar nossa ação: mais amor aqui, menos medo em outro setor, renovada coragem e força em algum outro aspecto de nossa vida. A Ciência Cristã mostra que esse movimento poderoso molda nossa vida à medida que procuramos uma compreensão espiritual mais elevada de Deus e começamos a reexaminar, à luz desse conhecimento que está despertando, aquilo que mais amamos e nos esforçamos por alcançar.

Um auto-exame honesto conduzirá a descobertas reais e ao conhecimento do que ainda se pode fazer para se desfrutar de uma vida mais plena, mais ativa e mais livre. Eis um ponto de início em Ciência e Saúde: “Para nos certificarmos de nosso progresso, precisamos saber onde pomos nossos afetos, e a quem reconhecemos e obedecemos como Deus. Se o Amor divino está se tornando mais próximo, mais querido e mais real para nós, a matéria se está submetendo ao Espírito.” Ibid.

À medida que isso ocorre, sentimos a renovação da vida e do corpo que nos faz mover de acordo com o amor e a lei de Deus. Com essa compreensão espiritual teremos todas as razões para nos sentirmos confiantes de que a amanhã será mais radioso que o hoje. Seja qual for nossa idade, sob esse regime espiritual há muito de bom nos aguardando e há muito para começar a fazer hoje mesmo. Então nossa vida realmente estará na mão de Deus.

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