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“Aquilo de que mais necessitamos”

Da edição de junho de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Grande parte do pensamento do mundo está fortemente centralizado na aquisição de artigos de primeira necessidade, tais como alimentos, habitação, recursos naturais e dinheiro. Em vista disso, a declaração da Sra. Eddy em Ciência e Saúde acerca das nossas necessidades talvez pareça surpreendente. Escreve ela: “Aquilo de que mais necessitamos, é a oração motivada pelo desejo fervoroso de crescer em graça, oração que se expressa em paciência, humildade, amor e boas obras.” Ciência e Saúde, p. 4.

De início essa observação da Sra. Eddy talvez indique a expressão de uma compreensível impaciência com a preocupação da humanidade em alcançar objectivos materiais. Tal apreciação dessa frase implicaria, no entanto, na não apreensão do seu significado mais profundo no contexto dos ensinamentos e da prática da Ciência Cristã. É a afirmação inspirada e vital da nossa necessidade de cultivar um estado de consciência mais crístico, maior receptividade à presença e ao poder de Deus, manifestado nos assuntos humanos. Essa consciência da presença e do controle de Deus enriquece nossos afetos, elevando e purificando nossas vidas.

O Mestre Cristo Jesus estabeleceu o exemplo supremo de “paciência, humildade, amor e boas obras” no seu ministério de cura e salvação. Sua vida mostrou que toda a humanidade pode despertar para o conhecimento de Deus como Espírito infinito, Amor divino, o Tudo-em-Tudo, e para a natureza inteiramente espiritual do homem.

Nosso Mestre não ignorava os detalhes específicos das necessidades humanas, como suas obras amplamente ilustram. Mas enfatizou a necessidade de pôr as coisas mais importantes em primeiro lugar. Por isso disse: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino [o reino de Deus] e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:33. A qualidade da graça é muito necessária nos assuntos humanos, para a conservação ou restauro da harmonia no lar, nos negócios, na igreja, na comunidade e nas relações mundiais. Não é de forma alguma um luxo ou um conceito religioso abstrato.

Orar por crescimento em graça, assim como verdadeiramente qualquer oração, exige que obedeçamos à injunção de Jesus: “Buscai, pois, em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça....” Ou seja, precisamos orar para ver com maior clareza o fato espiritual presente de que a única Mente do homem é Deus, a Mente divina. Então poderemos rejeitar como falsa crença a noção de que o homem tem mente separada de Deus, formada e moldada por hereditariedade, acontecimentos trágicos ou traumáticos, e outras influências negativas, as quais nos fariam acreditar que somos mortais, sujeitos a traços de caráter muito afastados da graça.

Se tivermos aceito o quadro mortal do que constitui a consciência do homem, podemos descartá-lo mediante o reconhecimento, obtido em oração, de que não há mente separada de Deus. Devemos vigorosa e persistentemente apegar-nos ao fato espiritual de que é inseparável a relação entre o homem e a Mente divina. O esforço não é no sentido de fazer de um mortal discordante e desgraçado um mortal melhorado. Pelo contrário, oramos para enxergar espiritualmente que o homem de Deus — nossa identidade real — nunca foi menos do que a expressão perfeita da Mente divina.

O despertar, no nosso pensamento, das verdades pertinentes ao inquebrantável relacionamento do homem com a Mente, é a ação do Cristo, a Verdade, que progressivamente ajusta nossas vidas de acordo com a realidade espiritual. A importância, ou melhor, a urgência de orar por crescimento em graça é facilmente reconhecida quando se avalia o que tal ação inclui. Qualquer cura pela Ciência Cristã é o resultado direto da oração e do despertar espiritual, visível à medida que vemos a irrealidade do pensamento discordante, baseado na matéria, e o substituímos com a verdade espiritual da inseparável relação do homem com Deus. As condições discordantes evaporam-se quando largamos propensões tais como ira, medo, ódio, luxúria, malícia e desonestidade e substituímos esses erros por qualidades provenientes da graça, tais como paciência, compaixão, bondade, humildade, mansidão, honestidade e moralidade.

Algumas das profundas implicações do progresso espiritual são salientadas pela declaração da Sra. Eddy em Miscellaneous Writings: “Quando um coração faminto suplica ao divino Pai-Mãe Deus por pão, não recebe uma pedra, senão mais graça, obediência e amor. Se esse coração humilde e confiante fielmente pedir ao Amor divino que o alimente com o pão do céu, saúde, santidade, será correspondido com a disposição de receber a resposta ao seu desejo; então fluirá dentro dele a ‘torrente das Suas delícias’, o afluente do Amor divino, e seguir-se-lhe-á grande crescimento na Ciência Cristã — precisamente essa alegria que acha seu próprio bem no bem do próximo.” Mis., p. 127.

A “Oração Diária”, constante do Manual de A Igreja Mãe, de autoria da Sra. Eddy, deixa clara a obrigação de os estudantes de Ciência Cristã orarem diariamente por maior influência divina expressa nos seus assuntos humanos e nas vidas de todos os homens. Essa oração diz o seguinte: “ ‘Venha o Teu reino’; estabeleça-se em mim o reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos, eliminando de mim todo o pecado; e que a Tua Palavra enriqueça as afeições de toda a humanidade, e a governe!” Man., § 4º do Art. 8º.

Os ajustamentos, contra-pesos e avaliações necessários para vencer problemas tais como a fome e a explosão demográfica, e estabelecer a coexistência pacífica das nações, provêm de mudanças no pensamento, de enriquecimento dos afetos. E por intermédio da “Oração Diária” apoiamos os esforços da humanidade em alcançar uma expressão mais ampla e mais elevada de amor, em vencer a apatia e o medo, e usar inteligentemente os recursos mundiais, humanos e naturais. Tal oração, feita diariamente e com sinceridade, amplia nosso conceito da paternidade e maternidade de Deus, bem como da fraternidade espiritual de toda a humanidade. Como o Mestre enfatizou tão claramente, nosso amor a Deus não pode ser separado de nosso amor ao próximo.

Através da oração baseada na compreensão espiritual, o pensamento humano cede progressivamente a um sentido mais amplo do amor e cuidado de Deus para com toda a Sua criação. Tal regeneração espiritual, dia a dia, nos permite desfazer-nos das concepções erradas que mantém a humanidade no cativeiro da mortalidade. Oferece tanto a nós como aos outros oportunidades diárias de fazer a caminhada mais suavemente, com mais coragem e alegria.

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