Certa noite, depois de pôr o carro na garagem, meu marido e eu nos vimos diante de dois homens armados. Eles nos forçaram a deitar no chão, onde nos amarraram e amordaçaram, e cobriram nossas cabeças com uma cortina. Durante mais de uma hora, saquearam a casa, daí puseram as coisas no nosso carro, preparando-se para a fuga. A seguir, fui violentada.
Foi-me muito difícil não perder o controle. Eu sabia que tinha de orar. Mas o quê? Como? Volvi-me a Deus; veio-me o pensamento de que Deus estava ali. Repeti-o para mim mesma muitas vezes, mas o medo entrou no meu pensamento e comecei a duvidar de que Deus pudesse estar na nossa garagem sob circunstâncias tão horríveis. Mas a convicção de que Deus estava ali tornou-se minha oração. Repeti-a até que acalmei o medo. Aí realmente comecei a compreendê-la. Comecei a saber que Deus estava ali, que Ele está sempre presente e apto a sustentar-nos em qualquer situação, não importando quão grave pareça.
Fora isso, não sofri outros ferimentos. Assim que os homens foram embora, meu marido e eu procuramos nos libertar e logo ele conseguiu ir ao telefone e chamar a polícia. Também telefonamos a um parente e a um praticista da Ciência Cristã para nos apoiarem mediante oração.
Para ajudar a polícia em seu trabalho, concordei em ir a um hospital para submeter-me a um exame. No hospital fui tratada com muita consideração, e não fui medicada. O médico e o oficial de polícia ficaram espantados ante minha calma e meu autodomínio. Eu também estava espantada! Mas compreendi que as orações conscienciosas do praticista por mim, faziam-se sentir. Graças à minha confiança em Deus como Amor, logo consegui libertar-me completamente de todo problema emocional ou psicológico relacionado com o estupro.
Meu marido, que não é estudante de Ciência Cristã, também reconheceu os benefícios de confiarmos em Deus durante toda essa experiência. Sou tão grata por seu apoio! Também sou muito grata pelas orações firmes e eficazes do praticista e de minha família.
Nossas orações também tiveram outros resultados. Dentro de pouco tempo, por exemplo, eu estava livre de todo medo, do preconceito racial, da sensação pessoal de haver sido violada, e da humilhação. Não fiquei com nenhum sentimento remanescente de perda ou de medo da noite e toda a sensação de ter sido maltratada desapareceu. A companhia de seguros nos ressarciu dos prejuízos com muita rapidez e em breve nosso lar voltou ao estado normal. Continuei a sentir-me confortável e em segurança em nossa casa, enquanto continuamos morando lá.
Nessa época também encontrei a resposta para a pergunta perturbadora: “Por que eu?” Lembrei-me de algo que um Cientista Cristão devoto havia me dito — que às vezes, não somos salvos de uma experiência, mas dentro dela.
Na Bíblia lemos que Daniel não foi salvo da cova dos leões, mas foi salvo dentro dela. Os três homens hebreus não foram salvos da fornalha ardente, mas graças à sua fé e à sua confiança foram salvos dentro dela; nem um cabelo deles fora chamuscado, nem os seus mantos se mudaram, “nem cheiro de fogo passara sobre eles” (ver Daniel 3:27). Este e outros relatos bíblicos me ajudaram. Percebi que, em cada caso, essas provações resultaram em bênçãos e crescimento espiritual. Eu podia ser abençoada como eles o foram. E fui!
Nunca duvidei de que esse crime seria solucionado. Embora o detetive nos advertisse para não nutrirmos esperanças vãs, eu sabia que a lei divina do Princípio e da Verdade estava operando e que a ação criminosa não podia esquivar-se dessa lei.
Durante os meses que se seguiram, estudei a definição de Deus dada no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria de Mary Baker Eddy, que começa assim (p. 587): “Deus. O grande Eu Sou; Aquele que tudo sabe, que tudo vê, que é todo-atuante, todo-sábio, a tudo ama, e que é eterno.” Concluí que se Deus era o grande Eu Sou, eu não precisava abrigar um falso senso de responsabilidade. Visto que Deus tudo sabe, tudo vê e é todo-atuante, Ele governa tudo.
Durante esse período prestei atenção especial às passagens da lição bíblica (delineadas no Livrete trimestral da Ciência Cristã) relativas à justiça, à lei e à misericórdia. Como me tranqüilizaram!
Cerca de um ano após o assalto à nossa casa, a polícia pediu que examinássemos algumas fotografias, visando a identificar os suspeitos do assalto. Soubemos então que eles já estavam presos, cumprindo pena por crimes semelhantes. Nosso caso veio à tona quando um dos dois homens começou a contar aos agentes da lei sobre outros crimes que haviam cometido. Diante disso e em parte pelo fato de já ter uma longa sentença, abstiveram-se de processá-lo.
Concordamos que seria correto depor a favor do Estado para que o processo contra o segundo indivíduo tivesse continuidade. Durante os meses de adiamentos e reprogramações, precisei renovar minha inspiração. Outra vez, as passagens da Bíblia me ajudaram. Este verso dos Salmos (33:10): “O Senhor frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos,” e esta passagem de Tiago (1:19, 20): “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus,” foram particularmente significativos. Orei para saber que o espírito da lei era apoiado pela letra da lei, que o maior sempre governa o menor e não poderia haver confusão diabólica a respeito do caso. A base de tudo era o Princípio, Deus.
Quando o caso foi a julgamento e chegou a minha vez de depor, fui apoiada pelo amor de Deus. Não tive nenhuma sensação de confusão ou embaraço. Quando olhei para o réu, pude perdoá-lo honestamente.
O réu foi considerado culpado de todas as acusações e sentenciado a uma pena adicional comparável à de seu cúmplice. Sou grata por ter conseguido libertar meu pensamento no que diz respeito a ambos os indivíduos. Creio que cada um tem de encontrar o seu caminho, às vezes através de lutas violentas, até a vitória descrita em Ciência e Saúde (p. 453): “O bem e o mal, a verdade e o erro, estarão em luta nas mentes dos alunos, até que a vitória fique do lado da verdade invencível.”
Relembrando essa experiência, sinto-me um pouco como os três hebreus, acho que passei por tudo isso sem que ao menos o “cheiro do fogo” me tocasse. Sinto-me intocada por toda a situação e estou completamente livre de qualquer dano emocional!
Humilde e sinceramente agradeço a Deus por Seu grande amor e sou grata pela Ciência Cristã, que faz com que tal amor seja uma realidade vital e prática no dia-a-dia.
Todas as declarações do testemunho de minha esposa são verdadeiras e concretas.
Sou grato pelo fato de que não houve efeitos prejudiciais ao nosso relacionamento devido a esse episódio. De fato, creio que por causa dele nosso relacionamento se tornou mais cheio de amor e compreensão.
Confirmo a experiência acima e posso também testemunhar a favor do poder do Princípio inabalável nesse incidente.
Há anos sou amigo do casal envolvido. Sou Cientista Cristão, fiz o Curso Primário de Ciência Cristã e também sou oficial de polícia da cidade vizinha àquela em que meus amigos moravam na época.
Cerca de um ano se passara. Então, certo dia, enquanto estava na delegacia, passei por um amigo detetive no saguão de entrada. Paramos para conversar e ele começou a me falar de um criminoso bem conhecido, de nossa cidade, que havia sido preso. O crime que esse homem havia cometido era excepcionalmente parecido com o que acontecera aos meus amigos.
Falei das semelhanças ao detetive, dei-lhe uma cópia do relatório sobre o crime e pedi-lhe que entrasse em contato com os órgãos competentes. Constataram que esse homem não estivera envolvido no crime contra meus amigos, mas sua prisão levou à captura dos assaltantes, e agora todos eles estão na prisão estadual.
Estou certo de que o Princípio divino estava ao nosso alcance, pois numa área metropolitana de mais de oito milhões de habitantes, a captura desses homens após um ano é comparável a achar uma agulha num palheiro.
Sou muito grato pela justiça e misericórdia de Deus.
