Todas as sextas-feiras à tarde, depois da aula, eu tomava o ônibus e ia à casa de minha avó, no outro lado da cidade. Não digo que eu fosse como o Chapeuzinho Vermelho à mercê dum lobo. Numa dessas tardes, porém, um homem que estava sentado ao meu lado no banco do ônibus, começou a tocar em mim dum jeito muito estranho.
Eu não sabia o que fazer para que ele parasse de tocar em mim. Aos adultos, pensava, a gente deve obediência. O que é que eu poderia dizer ou fazer, para que ele parasse de me tocar? Eu estava com medo e com vergonha.
No entanto, eu visitara algumas vezes uma Escola Dominical da Ciência Cristã, onde tinha aprendido que Deus é Tudo e tem todo o poder, que Deus nos protege. E naquela hora isso me foi de grande auxílio. Na Escola Dominical aprendera que a oração é atendida. Cristo Jesus disse que Deus é nosso Pai, por isso eu sabia que me era possível pedir a Deus que me ajudasse, e Deus me ajudaria. Assim, orei e fiquei à escuta, muito atenta para ouvir a resposta que viria de Deus. Tamanha era a minha certeza de que Deus me protegeria, que perdi o medo. Logo em seguida, ouvi-me dizendo numa voz alta e clara: “Pare com isso, faça o favor!”
O motorista voltou a cabeça e lançou ao homem um olhar severo. O homem se ergueu de um salto e de imediato desceu do ônibus.
Se algo parecido acontecesse com você, será que você também se amedrontaria? Também você poderia orar. Ao recordar, mais tarde, o medo que eu sentira, lembrei-me novamente de preces que me manteriam segura, se o medo me assaltasse outra vez.
Uma dessas preces é a Oração do Senhor Ver Mateus 6:9–13.. Começa assim: “Pai nosso.” Eu poderia lembrar que, sendo Deus o Pai de cada um de nós, ninguém precisa fazer coisas erradas.
Em seguida, pensei no Primeiro Mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim,” Êxodo 20:3. o que me fez lembrar que o homem não necessita endeusar e servir coisas tais como dinheiro, sexo, drogas — nada que seja dessemelhante de Deus. Ficou-me claro que não havia nenhuma razão para eu ceder ao medo ou ficar com vergonha, como se esses fossem deuses.
Lembrei-me, ainda, da Regra Áurea: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.” Mateus 7:12. Isso fez-me ver que eu não teria vontade de machucar ninguém e que nenhuma outra pessoa poderia se intrometer entre mim e meu Pai-Mãe Deus. Essa maneira de orar deu-me segurança e força para agir da maneira certa, e não havia nada que pudesse me abalar.
Algum tempo depois, li algo que a Sra. Eddy diz, a respeito de Cristo Jesus: “Ele era inspirado por Deus, pela Verdade e pelo Amor, em tudo quanto dizia e fazia.” Ciência e Saúde, p. 51. Dei-me conta de que, naquela ocasião em que havia orado a Deus e aguardado Sua resposta, eu tinha sido inspirada “por Deus, pela Verdade e pelo Amor”. Você também pode pedir a Deus essa inspiração. É uma forma de proteção e defesa que nunca se pode perder.