Em debates públicos, é comum hoje em dia dar glória às realizações pessoais. O público parece gostar de ler e de ouvir relatos sobre outras pessoas que ganharam dinheiro e chegaram ao ápice de sua profissão por quaisquer meios que acharam necessários. No entanto, no reverso da medalha, inúmeros especuladores financeiros que na década de 1980 amealharam grandes riquezas, foram vítimas de seu próprio sucesso. Encontram-se agora imersos em dívidas e suas empresas, falidas. Outros nomes elevados à fama pelos órgãos de comunicação, caíram do pináculo e estão ameaçados de prisão por suas atividades ilícitas.
Há pouco tempo, veio-me às mãos um livro de que muito gostava em minha infância. Contém fábulas de Esopo e, folheando suas páginas, encontrei uma de minhas fábulas preferidas que, creio eu, tem um significado moral tão atual quanto o dia de hoje e de amanhã. Conta a história de uma lamparina a óleo, que produzia uma luz clara e firme. Logo começou a ficar inchada de orgulho e a jactar-se de que sua chama brilhava com mais fulgor do que o sol. Naquele instante, um golpe de vento apagou-a. Uma pessoa tornou a acendê-la e lhe disse: “Mantém-te acesa e não penses no sol. Vê, nem mesmo as estrelas têm de ser reacesas, como tu, agora mesmo, tiveste de ser.”
Talvez essa fábula nos ensine, nos dias de hoje, que a presunção e o orgulho facilmente solapam nosso trabalho, quando o motivo é a autoglorificação. As realizações pessoais são vulneráveis ao acaso e estão sujeitas a fracassos, a não ser que compreendamos um pouco do bem, que é invariável e tem origem em Deus.
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