Numa tarde agradável, um grupo de crianças de cinco anos de idade aguardava ansiosamente o instante em que teria início a partida de futebol. Já no começo do jogo, o treinador gritou: “Em que direção vocês vão correr?” Cheias de excitação, as crianças apontaram para o gol certo e gritaram: “P’ra lá!” Periodicamente, no decorrer do encontro, visando a manter as crianças no rumo certo, o treinador perguntava: “Em que direção vocês vão correr?”
Depois do jogo, ponderei a maneira de agir do treinador. Se desejamos manter nossa vida focalizada na meta certa, também precisamos examinar com persistência o rumo que estamos seguindo.
Esse mesmo cuidado também se refere à oração. A tentação é de iniciar nossas orações visando à meta errada. Consideramos como meta uma situação material difícil que precisa ser curada. O medo e o desejo de alterar aquilo que é matéria podem vir a ditar o rumo de nossa oração. Na Ciência Cristã, porém, ao invés de, sob a influência do medo, enfocar o problema, o objetivo da oração é reconhecer os fatos espirituais sobre o ser do homem. Isso traz a cura que se faz necessária.
Considerado espiritualmente, o homem não é mortal. O homem é a idéia espiritual, imortal, o filho de Deus. Criada e mantida por Deus, a perfeição espiritual do homem está para sempre intacta. A oração reconhece e afirma essa perfeição e essa harmonia existentes no homem. A transformação do pensamento por meio da oração, pela qual rejeitam-se os temores e as dúvidas e se acatam os verdadeiros fatos concernentes à realidade espiritual, resulta em melhor saúde, maior alegria e domínio.
A cura na Ciência Cristã não significa mudança no homem, mas a conscientização do que já é verdadeiro acerca dele. O homem é a expressão de Deus, portanto é perfeito e harmonioso. Nossa meta não é torná-lo perfeito, mas aceitar o fato de que sua identidade está estabelecida para sempre como a expressão perfeita de Deus. Esse fato, quando compreendido, resulta em cura.
Faz pouco tempo, tive a ocasião de comprovar até certo ponto esse fato, quando acordei no meio da noite com todos os sintomas de gripe. Nesse estado de sofrimento físico, voltei-me a Deus em oração em busca de cura e paz. O primeiro pensamento que me ocorreu foi uma afirmação contida no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, onde lemos: “Torna-te consciente, por um só momento, de que a Vida e a inteligência são puramente espirituais — que não estão na matéria nem são da matéria — e então o corpo não proferirá queixa alguma.”
Foi exatamente isso que me esforcei por fazer. Enfocando o pensamento no ser genuíno do homem como idéia espiritual de Deus, raciocinei que como Deus é espiritual e perfeito, eu sou espiritual e perfeita neste exato momento. A Bíblia relata que Deus criou o homem à Sua imagem. O homem é sempre o filho perfeito de Deus. Esse homem sou eu, em minha verdadeira identidade espiritual. Simplesmente não pode haver um Deus perfeito com uma criação imperfeita. O homem é o reflexo exato de Deus e expressa a perfeição total de Deus.
Descrevendo certa mensagem inspiradora que a Sra. Eddy deu aos que trabalhavam em sua casa, um de seus alunos disse: “Ela subia ao alto e ali se mantinha...” (mencionado no livro Mary Baker Eddy: The Years of Authority, de Robert Peel). Subir ao alto certamente inclui ater-se firmemente aos fatos absolutos sobre o ser espiritual do homem. Do início ao fim do livro-texto e dos outros escritos de autoria da Sra. Eddy, é isso que ela instava que os seus seguidores fizessem.
Aquela noite, quando acordei sentindo-me mal, tive de “subir ao alto”. Ao conscientizar-me inteiramente dos fatos espirituais e persistindo em reconhecer somente a ordem divina de Deus e a harmonia inata do homem como a expressão dessa ordem divina, tive uma sensação de paz. Na manhã seguinte, despertei completamente bem, livre de todo e qualquer sintoma de gripe.
O incidente que acabo de contar mostra que, ao darmos enfoque aos fatos espirituais do ser e nos mantermos diretamente rumo à meta certa, isto é, a espiritualização de nosso pensamento, manifestamos saúde e harmonia cada vez maiores. Essa meta de expressar o Cristo que está em nós, isto é, nossa semelhança com Deus, deve ser com toda a certeza aquilo a que Paulo se referia quando afirmou: “Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” J. B. Phillips traduz da seguinte forma esse mesmo trecho: “Concentro-me no seguinte: Esqueço tudo o que ficou para trás e com as mãos estendidas para o que diante de mim houver, vou direto para a meta. ...”
Poderemos deixar para trás todas as crenças materiais concernentes ao homem, essas crenças que tentam limitar-nos ou atormentar-nos? Poderemos seguir direto para a meta de aceitar apenas os fatos espirituais sobre o homem, sua semelhança ao Cristo, sua filiação divina? Sim, podemos.
Assim como, naquela tarde outonal, àqueles pequenos jogadores de futebol lhes era constantemente relembrada a direção certa, igualmente nós podemos relembrar-nos de prosseguir, mediante esforço e oração persistentes, rumo à meta certa.
