Por Vezes, Em nossos esforços para progredir, parece estarmos tolhidos de algum modo por elementos estranhos, como se algum poder mental invisível estivesse obstruindo nosso progresso. A maneira como fomos educados, a tradição cultural ou a superstição podem ter instilado em nós certos temores que criam obstáculos aos nossos passos de progresso.
A Bíblia tem servido de fonte de inspiração e ajuda para pessoas que a ela se voltam a fim de sobrepujar esses pensamentos de temor que aparecem quando estamos para iniciar algo diferente, um emprego novo ou assumir novas responsabilidades.
Encontramos na Bíblia muitas passagens inspiradoras que falam diretamente a cada um de nós e podemos lê-las com um coração aberto e receptivo, prontos para nos deixar instruir por Deus, a Mente divina. Uma dessas passagens, que está entre minhas favoritas, se encontra no livro de Isaías: “Eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita, e te digo: Não temas, que eu te ajudo.”
No Antigo Testamento aprendemos como pessoas voltadas para as coisas do espírito enfrentaram situações adversas, superando-as por confiarem em Deus na realização das tarefas que estavam à sua frente. Consideremos José. Era o penúltimo dos doze filhos de seu pai. Seus irmãos mais velhos não conseguiam aceitar o fato de ser José o alvo da atenção e dos afetos do pai. José acabou sendo vendido como escravo por seus próprios irmãos, dominados pelo ciúme.
Bem, esse fato poderia ter dado a José fortes razões para sentir-se frustrado, amargurado, infeliz e até mesmo no direito de pensar em como vingar-se dos irmãos mais velhos. Contudo, ao ler a história de José, no livro do Gênesis, verificamos que ele se ocupava em fazer o bem e, mesmo como escravo, em fazer suas tarefas o melhor que podia. Sentia-se próximo a Deus e se ocupava em expressar autênticas qualidades espirituais e morais, tais como bondade, gentileza, integridade, espontaneidade, verdadeiramente boas qualidades, onde quer que ele estivesse e para com todos.
A vida não era um mar de rosas para ele. Mentalmente, contudo, era livre, era capaz de pensar corretamente e de agir de acordo com o que pensava. Disso resultou sair da escravidão para uma posição que o habilitou a prover alimento para milhares de pessoas, numa época de grande fome.
Que é que produz emancipação mental como essa? A Ciência Cristã explica que nós também podemos escapar da escravidão, física ou mental, por meio de uma compreensão mais espiritual de Deus. Deus, a Mente divina, dá domínio ao homem. A identidade espiritual criada por Deus, nossa identidade verdadeira como idéia de Deus, é completa e infinitamente bem provida de todos os recursos necessários. Cada idéia espiritual está para sempre em união com a Mente divina, onipotente, e por isso nunca está limitada, carente de oportunidades, desempregada, sozinha, ou num beco sem saída.
Quando a situação à nossa volta parece difícil e sem solução perceptível, esse é o momento para despertar e reivindicar nossa identidade espiritual. A saber, que Deus, o bem, é a única causa verdadeira e que nós, individualmente, somos o efeito consciente dessa causa perfeita. Por conseqüência, temos a habilidade, dada por Deus, para desarmar e sobrepujar todo e qualquer poder oponente e escravizador, assim como toda influência errônea e limitadora.
Um homem residente no Brasil, numa área tropical, verificou que durante o verão sentia, por vezes, sintomas físicos desagradáveis que o levavam à beira do desmaio. Esse problema o acompanhava desde a adolescência. Embora fosse Cientista Cristão, pouco fizera para libertar-se desses sintomas.
Passaram-se vários anos. Então, foi eleito Primeiro Leitor em sua igreja filial. Tudo estava correndo bem quando, no segundo ano de seu mandato de Leitor, o problema ressurgiu. O verão estava muito quente e os efeitos se faziam sentir.
Passou a levar um ventilador à igreja para ter uma corrente de ar à sua volta, durante os cultos. Pouco tempo depois, já tinha de colocar o ventilador mais perto, porque a corrente de ar não era suficiente.
Então, certo domingo, esqueceu de levar o ventilador, seu apoio material temporário. Durante o culto, naquela manhã, os sintomas físicos retornaram mais fortes do que nunca.
Enquanto o Segundo Leitor lia as passagens da Bíblia, voltou-se de todo o coração para Deus em busca de ajuda. Lembrou-se da assembléia em que fora eleito Primeiro Leitor. Não fora sua própria vontade que o levara àquele posto. Em verdade, ele havia se preparado espiritualmente para esse cargo, se surgisse a ocasião. Por isso, sentia-se bem equipado e divinamente autorizado para reivindicar seu direito espiritual de conduzir aquele serviço de cura. Negou autoridade aos sintomas ameaçadores e percebeu que eles não tinham poder que se originasse em Deus e não tinham presença verdadeira.
À proporção que orava, a escuridão que bloqueava sua visão diminuiu e pôde ver um pouco melhor. Quando baixou os olhos para o livro Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, em preparo para ler a próxima seção da lição-sermão daquele culto, eis o que encontrou: “A Verdade traz os elementos da liberdade. ... O poder de Deus traz libertação ao cativo. Nenhum poder pode resistir ao Amor divino. Que é esse suposto poder, que se opõe a Deus?”
Instantâneamente, o Cristo iluminou-lhe o pensamento e ele compreendeu este fato espiritual: não existe poder que possa se opor ao poder divino! Nunca existiu tal poder. Foi como se uma lufada de ar fresco espiritual de repente ventilasse o ambiente, dispersando a escuridão mental que pretendia ter domínio sobre ele.
Conseguiu ler sem esforço esse culto dominical, até o fim, embora continuasse a fazer muito calor. Mas essa experiência emancipadora fez com que lesse com grande alegria e convicção.
Nunca esqueceu o culto daquele domingo, que se tornou um marco em seu progresso espiritual.
Passado algum tempo, em conversa com seu pai, contou-lhe sobre essa experiência e este lhe disse que tivera sintomas semelhantes. O Leitor então sentiu-se impelido a voltar ao livro Ciência e Saúde, da Sra. Eddy, e ler novamente aquela passagem que trouxera luz à sua cura espiritual. O trecho completo encontra-se nas páginas 224—225 e é aqui transcrito: “A Verdade traz os elementos da liberdade. No seu estandarte está o lema inspirado pela Alma: ‘A escravidão está abolida.’ O poder de Deus traz libertação ao cativo. Nenhum poder pode resistir ao Amor divino. Que é esse suposto poder, que se opõe a Deus? De onde vem? Que é que prende o homem com cadeias de ferro ao pecado, à doença e à morte? Tudo quanto escraviza o homem é oposto ao governo divino. A Verdade liberta o homem.”
Para sua surpresa, observou que na margem desse parágrafo estavam as palavras: Emancipação mental.
Compreendeu que tinha de permanecer nessa liberdade mental, não por ter atingido a maioridade, mas sim porque o homem, em sua verdadeira identidade, é espiritual e não material. Essa compreensão espiritual traz liberdade. Rompe os limites, solta as amarras e os grilhões que a crença material tende a colocar em crianças e adultos, à medida que são testados e avaliados de acordo com padrões mortais de desempenho. Vezes sem conta são esses os grilhões invisíveis que escravizam e conduzem à frustração, ao fracasso, à falta de êxito que acompanham muitas pessoas durante toda a vida.
É importante compreendermos que estamos emancipados por meio das leis espirituais que Cristo Jesus pôs em prática. Ele nos mostrou como exercer o domínio que Deus deu a cada um de nós como Seus filhos. A Ciência do Cristo mostra-nos como orar e como trabalhar de forma vigilante para permanecer livres e não ser errôneamente influenciados. Mostra-nos que somos livres e capacitados para tomar decisões seguras, com resultados de grande alcance que abençoam a nós e também aos demais.
Desfrutar de saúde e liberdade, progredir sempre na vida é algo natural a todos os amados filhos de Deus.
