“O estudo pioneiro que acompanhou a vida de ... [200] crianças ... mostrou que mesmo crianças em situações bastante problemáticas, têm mais probabilidades do que se suporia de se tornarem adultos normais. Iniciada em 1955, numa ilha rural do Havaí, a pesquisa foi uma das primeiras a constatar o fato de que algumas crianças são suficientemente fortes a ponto de sobreviver às mais caóticas circunstâncias. ...
“Acompanhando [essas] crianças da infância à adolescência, descobriram que ... (um terço) delas aparentemente prosperaram apesar das desvantagens. Tinham bom proveito na escola, gozavam da simpatia dos colegas e professores e, no fim da adolescência, estavam bem encaminhadas em direção a estudos superiores e uma vida bem sucedida. ...
“... na vida dessas crianças sempre houve pelo menos uma pessoa, mãe ou pai, tia ou tio, um dos avós ou um irmão mais velho, que as amou e aceitou incondicionalmente. À medida que foram crescendo, essas crianças continuaram a atrair protetores ou ‘pais substitutos’ tais como babás, amigos, com freqüência professores, que os encorajaram a fazer o melhor que podiam. ...
“As crianças menos resistentes, observadas [no] estudo, por volta dos 10 anos de idade já apresentavam graves problemas de desenvolvimento. ...
“No entanto, quando [os estudiosos] voltaram recentemente para ver o que havia acontecido a esses jovens, que agora estão na casa dos 30 anos, descobriram que, embora ainda estejam em desvantagem em relação a seus colegas, em termos de renda e de realizações, a maioria havia superado seus problemas na adolescência. E os pesquisadores puderam identificar circunstâncias em comum que explicavam suas vitórias. ...
“No início da adolescência, a maioria desses jovens [que haviam superado suas dificuldades] tinha ... encontrado um pai, ou mãe, ‘substituto’ com quem estabeleceram um relacionamento de confiança e apoio. Com bastante freqüência, tais mentores encorajaram seus protegidos a aproveitar as oportunidades que surgiram como uma ‘segunda chance’.”
Reimpresso por cortesia do The Boston Globe.
