Quando Susy tinha mais ou menos três anos, nós morávamos numa pequena casa atrás de uma lojinha. Eu era dona da loja e trabalhava lá durante o dia. Certa manhã, Susy e eu estávamos na loja, quando o padeiro trouxe o pão que nós revendíamos e colocou-o na prateleira de cima do engradado. Depois trouxe uma braçada de bolos confeitados e os colocou na prateleira de baixo.
Depois que ele saiu, eu fiquei reabastecendo algumas prateleiras de outro balcão e notei que Susy tinha alcançado um dos bolos e, colocando a mãozinha bem no meio dele, havia-o amassado com força. “Não, não,” disse-lhe e ela se virou e começou a afastar-se. Eu voltei ao trabalho. Logo depois, bati os olhos no engradado e lá estava Susy amassando outro bolo. Fui depressa ao lugar onde ela estava e disse: “Não, não, Susy. Veja, você estragou a cobertura do bolo e agora não vamos poder vendê-lo.”
Levei-a para o fundo da loja onde estavam seus brinquedos e o balanço. Depois fui pôr um pouco de dinheiro na caixa registradora e quando olhei, lá estava de novo a Susy pronta para estragar outro bolo.
Fui até ela, peguei suas mãozinhas e segurei-as com firmeza. Ela entendeu que eu estava muito brava, começou a chorar e correu para seu quarto. Eu estava muito aborrecida e comecei a orar. Pensei na criação maravilhosa de Deus, toda completa e muito boa. O homem, a semelhança de Deus, é Sua criação perfeita e boa. Nada pode mudar esse fato espiritual.
Então pensei em Jonas, na Bíblia. Quando Deus o mandou ir a Nínive, Jonas não quis obedecer. Em vez disso, tomou um barco e partiu para Társis. Quando o navio teve de enfrentar uma tempestade, Jonas foi jogado ao mar pela tripulação. Foi engolido por um grande peixe e aí ele orou a Deus pedindo ajuda. O grande peixe cuspiu-o na praia e novamente Jonas recebeu a ordem de Deus para ir a Nínive. Dessa vez ele obedeceu e as pessoas o acolheram bem, pois elas também queriam ser obedientes. Entendi que é natural para os filhos de Deus serem obedientes, uma vez que são o reflexo do Amor divino. Era isso que a história de Jonas significava para mim.
Nesse momento, Susy voltou para a loja, veio direto para mim e disse: “Desculpe, mamãe.”
Peguei-a em meus braços e perguntei-lhe o que estava escrito na parede da Escola Dominical da Ciência Cristã onde ela ia. “Deus é Amor,” respondeu ela. Disse-lhe que era isso mesmo. Nosso Pai-Mãe Deus nos criou. Ele é Amor e nos ama muito. Deus está sempre cuidando de nós, guiando-nos, guardando-nos. Por isso, nós O amamos, amamo-nos uns aos outros e queremos ser bons.
Disse-lhe para não esquecer nunca que eu a corrigia porque a amava muito, muito mesmo.
Susy sorriu e disse: “Eu sei que você me ama e eu não vou mais mexer nos bolos.” E nunca mais mexeu.