Certo Homem Tinha uma macieira em seu campo. Uma trepadeira se lhe emaranhou tanto, que os ramos da árvore ficaram vergados e produziam somente umas poucas maçãs pequenas. Além disso, a vida da árvore estava ameaçada. Um dia, o homem foi até a árvore e trabalhou até arrancar todos os vestígios da planta parasita. Os ramos da macieira ergueram-se e floriram e, naquele ano, a árvore produziu uma grande quantidade de belas maçãs.
Essa macieira pode ser uma parábola para nossa vida. Quantas vezes nos emaranhamos ao sentido pessoal. Acalentamos no pensamento imagens de ofensas passadas e culpamos outros por nos terem ofendido. Ciúmes, orgulho, ressentimento, raiva, amor-próprio, autopiedade, justificação própria, estão entre os muitos pecados que nos mantêm em sujeição, a ponto de nosso “fruto” ser muito pequeno.
Cristo Jesus disse: “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.” E o apóstolo Paulo nos diz: “O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” Esses são os frutos que temos de desenvolver em nossa vida e expressar para a glória de Deus.
Jesus comparou o Cristo que ele manifestava à videira verdadeira do Espírito, que nos capacita a produzir muito fruto. Essa videira verdadeira é exatamente o antípoda da trepadeira parasita que é o sentido pessoal. Jesus disse que daríamos muito fruto se permanecêssemos em seus ensinamentos e seguíssemos seu exemplo em nossa vida. Precisamos abandonar as mágoas e a autocondescendência que nos mantêm presos e despertar para o fato de que, basicamente, não é a outra pessoa ou algo que nos foi feito, o que nos magoou, mas sim a nossa reação, ao que aconteceu. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy nos diz: “A abnegação, pela qual renunciamos a tudo pela Verdade, ou Cristo, em nossa luta contra o erro, é uma regra na Ciência Cristã.”
As queixas e mágoas que nutrimos não merecem a realidade que lhes damos. Devemos abandoná-las e amar. Deus é Amor. Somente à medida que expressamos esse imutável Amor universal, podemos realmente amar a Deus e nosso próximo. A menos que destruamos com o amor esses erros do sentido pessoal que nos estrangulam, o fruto que produzirmos será muito pequeno, como ocorreu com a árvore mencionada no começo deste artigo. Nosso amor, para ser amor verdadeiro, deve jorrar para todos sem restrições. Sob esse aspecto, é muito proveitoso compreender que todo o bem que fazemos ou expressamos não é pessoal, mas é Deus manifestando-Se por nosso intermédio. O reflexo não pode se expressar sem o original. Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança para expressá-Lo. Pela autodisciplina, obediência a Deus e oração, precisamos estar dispostos a arrancar as plantas parasitas do sentido pessoal que emaranham nossa vida e, até que o façamos, nossa produção de frutos será limitada ou, então, será certamente de frutos amargos.
A Ciência Cristã ensina-nos a eliminar a crença de que somos mortais feitos de pó e ajuda-nos a despertar e a elevar-nos à nossa verdadeira condição de idéias espirituais de Deus. Abandonar crenças que nos escravizam talvez exija, realmente, grande esforço de nossa parte. O erro raramente sucumbe sem luta e a justificação própria é um dos aspectos mais sutis da mente carnal. Ela defende justamente o erro que precisa ser corrigido. Na história acima, a vida da macieira estava ameaçada. Do mesmo modo, os erros que justificamos e mantemos estão, a cada dia, minando nossa saúde, nossa felicidade e nossa longevidade.
Antes de conhecer a Ciência Cristã, trabalhara como enfermeira durante dezessete anos e tinha estado doente por muito tempo. Os médicos tentaram ajudar-me, mas não puderam diagnosticar o problema e desistiram, declarando-me doente terminal. Depois que comecei a ler Ciência e Saúde, consegui ver por que eles não puderam diagnosticar o problema. Estavam procurando uma causa e uma cura física quando, de fato, a Ciência Cristã mostra que toda discórdia é mental em sua origem. O remédio não era físico, mas espiritual. Vi que a trepadeira do materialismo tinha se infiltrado em todos os aspectos de minha vida: ressentimento, raiva, orgulho ferido, desapontamento, desânimo, um casamento desfeito e muitos outros conceitos mortais prendiam-me em cativeiro.
Como a ciência médica havia me abandonado, eu sabia que não podia mais contar com ela como auxílio. Entretanto, todos os anos de teorias e treinamentos médicos não se renderam facilmente. Esse emaranhado de crenças tinha de ser combatido e repudiado para que eu me libertasse. Depois que comecei o estudo da Ciência Cristã, nunca mais me entreguei à medicina. Mas a crença nos remédios materiais vinha à tona toda vez que surgia uma situação onde o pensamento convencional acredita que o auxílio médico seja necessário. Quando isso acontecia, eu achava difícil não sugerir um remédio.
O momento decisivo ocorreu quando nosso neto, que estava conosco, adoeceu de pneumonia. Morávamos na zona rural e não tínhamos telefone. Meu esposo saiu para chamar um médico e perguntou-me qual deveria chamar. Disse-lhe que fizesse a escolha, porém acrescentei que preferia pedir ajuda a um praticista da Ciência Cristã. Eu não conhecia nenhum Cientista Cristão, pois havia pouco tempo começara a ler o livro Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy. Ele foi à cidade e parou na casa de minha irmã para usar o telefone. Ela conhecia uma praticista da Ciência Cristã e telefonou-lhe. Quando meu esposo chegou em casa, meia hora depois, a criança estava completamente curada. Desde essa ocasião, cada vez que surgia um problema onde o auxílio médico parecia necessário, achava mais fácil desprender-me da “planta parasita” que me mantivera cativa durante anos.
Faz quarenta e cinco anos que comecei a ler Ciência e Saúde e faz quarenta anos que sou membro d’A Igreja Mãe; posso dizer com alegria que encontrei o caminho de Deus, absolutamente seguro, para auxílio e cura. Nenhum pedaço mínimo da velha “trepadeira” médica permaneceu e o “fruto” é grande e abundante. A primeira linha de Ciência e Saúde abriu-me a porta da liberdade: “Para os que se apóiam no infinito sustentador, o dia de hoje está repleto de bênçãos.” Esse apoio em Deus, o infinito sustentador, dá-nos domínio e poder para romper com as crenças e conceitos falsos que se emaranham em nossa vida. Reivindicamos assim a liberdade que por Deus nos é dada.
