“Dona Luzia, A senhora trouxe os ‘livrinhos’ p’ra nós?” É assim que o pessoal da fazenda me recebe, quando volto de São Paulo. Os “livrinhos” são exemplares desta revista, O Arauto da Ciência Cristã, da qual meus filhos e eu somos assinantes. Ela nos mostra como manter o pensamento bem próximo a Deus. A Ciência Cristã ensina que Deus é o único poder e Ele cuida do nosso bem-estar.
No livro dos Salmos há muitos trechos que nos ajudam muito, como por exemplo: “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam.” Salmos 46:1–3.
Muita gente pensa que os “desastres da natureza” são fenômenos normais, mandados por Deus. É muito comum a sensação de insegurança, tanto no campo como na cidade. Mas na Ciência Cristã aprendemos que Deus é Amor e Ele não manda o mal. Ao contrário, quando recorremos a Ele, encontramos proteção e paz.
É importante distinguir entre o que vem de Deus, que é sempre bom, e aquilo que vem da ilusão dos sentidos materiais, ou seja, a mente mortal, que não revela a verdadeira existência do homem e do universo. As manifestações de Deus não são materiais, nem são representadas por fenômenos da natureza, mas sim pelo amor e paz que Deus confere a todo o Seu reino. Não precisamos implorar a Deus para que Ele nos dê tudo de bom. Quando reconhecemos que Deus é Amor, estamos orando. E essa oração nos protege das manifestações agressivas da assim-chamada mente mortal.
A vontade de Deus sempre nos abençoa. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy define o vento como um fenômeno espiritual: “Aquilo que indica o poderio da onipotência e os movimentos do governo espiritual de Deus, que abrange todas as coisas.” A seguir, a Sra. Eddy diz, em poucas palavras, o que os sentidos materiais sugerem acerca do vento: “Destruição; raiva; paixões mortais.” Ciência e Saúde, p. 597. Essas são as características que devemos evitar, e não abrigá-las em nossos pensamentos. Elas não vêm de Deus, não o representam, nem fazem parte do Seu governo.
Há mais ou menos dois anos, eu estava com vários empregados no curral, mexendo com o gado. Era um dia calmo, ensolarado. O trabalho prosseguia tranqüilo. De repente começou um vendaval fortíssimo, seguido de uma chuva de pedras. Os pedaços de gelo eram enormes, fazendo um barulho horrível. As telhas começaram a quebrar e alguns empregados se assustaram. Eu não tive medo. Fui até a minha caminhonete para fechar os vidros e comecei a cantar um hino cuja letra é de Mary Baker Eddy, que diz: “Gentil presença, gozo, paz, poder”. Oração Vespertina da Mãe, poema de Mary Baker Eddy, hino 207 do Hinário da Ciência Cristã. Cantei o hino várias vezes, dando glória a Deus. Quando tudo se acalmou, minha casa estava intacta, a caminhonete também, exceto uma pequena trinca no pára-brisa. Não havia nenhuma marca na lataria. Todos reconhecemos o quanto Deus nos protegera. Todo mundo permaneceu quieto, não houve alvoroço nem pânico.
Numa noite de muita chuva, trovões e relâmpagos, peguei o Hinário da Ciência Cristã e comecei a cantar hinos e a orar, sabendo que “Deus é Tudo-em-tudo.” Ciência e Saúde, p. 468. Logo em seguida ouvi um estrondo e depois tudo se tranqüilizou. No dia seguinte ninguém comentou nada, ninguém ouvira nada. Mas um dos funcionários veio me avisar que caíra um raio no motor da piscina, que estava queimado. Não houve outros danos nem problemas. Fiquei imensamente grata a Deus.
Não há dúvida de que o pensamento espiritualizado é uma bênção para todos. Minha família e eu temos plenas provas disso. Nesses dois casos, o fato de todo o pessoal que trabalha comigo na fazenda haver permanecido em perfeita paz foi notável. Esses eventos costumam provocar comentários e tumulto causado pelo medo e pelas crendices populares. A oração inteligente e científica dissipa as superstições, e assim podemos viver com muita alegria e paz na fazenda. A lei de Deus se aplica em toda parte. “Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo.” Deuter. 28:3.
