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Amar, apesar daquele ódio

Da edição de novembro de 1997 dO Arauto da Ciência Cristã


Acabávamos de nos mudar para outra cidade. Eu nunca havia sido muito extrovertida, e não sabia como fazer amizades. Os novos colegas foram bonzinhos e eu logo fiquei amiga da Aninha. Íamos ao mesmo clube e tocávamos viola na orquestra da escola. Todo o mundo na oitava série era legal e eu me senti bem com o grupo todo.

Depois, começamos o novo ciclo escolar. No primeiro dia de aula, eu estava petrificada, mas não foi tão ruim. Fiz amizades com meninas que vinham de outros colégios e foi tudo bem. Mas Aninha se distanciou de mim. Eu havia sido colocada numa posição mais importante na orquestra, e ela ficou ressentida. E eu andava bastante com as outras colegas na escola.

Não notei nada de errado, em especial, até que comecei a receber umas cartas anónimas, que apareceram no meu armário no colégio. Quando fui pegar meus livros, antes da aula, esses bilhetes caíram no chão. Fiquei chocadíssima com o que estava escrito neles. Diziam coisas como: "Eu te odeio", "Fica longe de mim", "Você é horrível". De início, fiquei desconcertada. Depois, reconheci a letra de Aninha e fiquei furiosa. O que é que eu tinha feito para merecer esse ódio?

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