O Que Devemos fazer se, após orar por um longo período com relação a um problema físico, constatarmos que aparentemente não houve o mínimo sinal de cura? Será que devemos abandonar os ensinamentos da Ciência Cristã e recorrer a algum outro método de cura? Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy diz: "O poder da Ciência Cristã e do Amor divino é onipotente. É, com efeito, adequado para obrigar a doença, o pecado e a morte a soltarem sua presa, e adequado para destruí-los."Ciência e Saúde, p. 412.
Quando a cura parece não se manifestar, o que precisamos fazer é afastar completamente nosso pensamento da dificuldade e procurar adquirir uma compreensão mais profunda sobre Deus, o Amor divino, e sobre nosso relacionamento com Ele. Essa mudança em nossa base de pensamento é necessária devido ao fato de que Deus é o Princípio divino do ser do homem, e toda realidade origina-se nEle.
Talvez você esteja pensando: "Eu quero muito fazer isso, mas como é que vou conseguir? Sinto muita dor e muito medo."
Por mais doloroso que seja o problema, ou por maior que seja nosso medo, somos fortalecidos pelo desejo sincero de conhecer melhor a Deus. Nada pode impedir que nos voltemos de todo o coração para o Princípio divino, o Amor. E nada pode impedir que ponderemos sobre as verdades maravilhosas a respeito de Deus e do homem, que encontramos na Bíblia. Talvez possamos começar com estas ternas palavras de conforto de Isaías, que expressam o Amor de Deus por nós: "não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel." Isaías 41:10.
A eficácia curativa da presença, do poder e da paz de Deus manifesta-se em nossa experiência quando afastamos nosso pensamento da evidência material e procuramos deixar o Amor, o Princípio divino de nosso ser, iluminar nosso entendimento. Quando o pensamento cede a essa compreensão que vem de Deus, as situações discordantes, de qualquer espécie, perdem sua realidade em nossa consciência e desaparecem. Sobre esse ponto importante, a Sra. Eddy escreve: "É nossa ignorância acerca de Deus, o Princípio divino, que produz aparente desarmonia, e compreendê-Lo corretamente restabelece a harmonia."Ciência e Saúde, p. 390.
Tive a oportunidade de comprovar o fundamento cristãmente científico dessa afirmação algum tempo atrás. Na época comecei a sentir uma dor muito forte na parte inferior da coluna. Durante muitos meses tentei sem sucesso curar essa dificuldade, porém meu pensamento já estava mesmerizado pelo problema. Certa noite, quando a dor estava muito forte, dei-me conta de que o que eu precisava mesmo era fazer um esforço consciente para afastar meu pensamento imediatamente do problema. Eu precisava volver-me exclusivamente para Deus, cedendo ao que o Amor divino me estava revelando de Sua supremacia. Antes disso eu havia começado meu trabalho de oração partindo do que me parecia ser um estado físico bastante desarmonioso, tentando aplicar as verdades espirituais da Ciência Cristã a ele.
Imediatamente decidi fazer um esforço mental específico para manter meu pensamento totalmente voltado para Deus. Embora a dor e o medo tentassem fixar meu pensamento no meu corpo, eu me recusava a permitir que isso acontecesse. Com persistência, expressei em minha oração silenciosa a gratidão que eu sentia pelo fato de Deus estar sempre presente e ser o bem todo-poderoso, gratidão por Sua criação espiritual, que incluía a mim e era naquele exato momento perfeita e harmoniosa. Também agradeci por ser Ele o Amor infinito e, por isso, eu estar sempre envolto no Amor de Deus. Muitas idéias sobre a harmonia e a perfeição absolutas de Deus, o Princípio divino, começaram a vir ao meu pensamento. Depois de algum tempo, adormeci calmamente, com um profundo desejo de conhecer melhor a Deus.
Quando acordei na manhã seguinte, já não sentia dor, o que acontecia pela primeira vez em muitos meses, e eu estava certo de que a cura aconteceria naturalmente, enquanto continuava a ceder ao que Deus estava me revelando a respeito de Si mesmo e de Sua criação perfeita. Durante as semanas que se seguiram utilizei todo minuto livre para estudar e ponderar sobre as verdades contidas na Bíblia e no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde. O verdadeiro motivo para isso era compreender a Deus, e não tentar aplicar as verdades espirituais a um problema físico. A cura completou-se logo. Isso ocorreu há mais de vinte e cinco anos, e desde aí passo muitas horas felizes, procurando aumentar meu conhecimento sobre nosso Deus, a Verdade e o Amor, aprendendo a expressá-Lo de forma mais completa em minha vida diária.
Quando progredimos em nossa compreensão da onipresença, onipotência e onisciência de Deus, a fraude de qualquer condição discordante torna-se aparente ao nosso pensamento. A medida que espiritualizamos nosso pensamento nesse sentido, a discórdia desaparece naturalmente de nossa experiência.
O estudo sobre as curas de Cristo Jesus nos quatro evangelhos revela que ele nunca se deixava levar pela aparência exterior das coisas, mas sempre permanecia leal à Verdade espiritual. Ele nunca permitia que as doenças, enfermidades, ou seja, o erro de qualquer espécie, se tornasse realidade em seu pensamento. Seu método curativo estava fundamentado no conhecimento da falta de poder e da irrealidade das reivindicações materiais, bem como na onipotência e realidade de Deus.
Por meio de seus ensinamentos e de sua obra de cura, o exemplo de Jesus continua a nos mostrar que percebemos a irrealidade das situações discordantes quando adquirimos um conhecimento maior de toda a harmonia que Deus, a Mente divina, nos proporciona. A esse respeito, Jesus aconselha: "Não julgueis segundo a aparência, e, sim, pela reta justiça." João 7:24. J. B. Phillips, numa versão moderna do Novo Testamento, apresenta esse versículo da seguinte forma: "Não deveis julgar pela aparência das coisas, mas sim pela realidade!"
O trabalho sanador dos apóstolos mostra que, em suas curas, eles também se baseavam na supremacia da realidade espiritual, ou seja, na compreensão de que seria impossível existir discórdia na presença da harmonia absoluta de Deus.
Todos os sistemas materiais de medicina, e as curas que supostamente são obtidas pela mente humana, partem do princípio de que o pecado, a doença e a morte são reais. Esse é o ponto que desvincula completamente esses sistemas do método de cura de Jesus e, conseqüentemente, da cura na Ciência Cristã, que é fundamentada nos ensinamentos de Jesus, no método que ele e seus apóstolos colocaram em prática.
Em seu livro Unity of Good, a Sra. Eddy faz esta pergunta notável: "Qual é o ponto cardeal que diferencia meu sistema metafísico dos outros sistemas?" Em seguida ela responde: "Este: que, ao conhecer a irrealidade da doença, do pecado e da morte, demonstramos a totalidade de Deus." Ela continua: "Esta diferença separa completamente o meu sistema de todos os outros. Nego a realidade dessas supostas existências, pois elas não são encontradas em Deus, e o meu sistema apóia-se nEle como a única causa. Seria muito difícil indicar quem utilizou e ensinou anteriormente esse método, com exceção de Jesus e seus apóstolos."Unity of Good, pp. 9–10.
Quando aprendemos mais sobre a eterna presença de Deus, nos regozijamos e somos gratos por ela, podemos negar com compreensão a realidade da doença e do pecado. Estaremos então colocando em prática o método de cura ensinado por Jesus, que é sempre eficaz, e poderemos ficar certos de que não há influência mesmérica que se oponha ao todo-poder divino. Não há dificuldade que resista a uma compreensão mais profunda e à humilde aceitação da presença, do poder e do amor de Deus. A cura na Ciência Cristã sempre se manifesta por meio da compreensão espiritual que Deus dá ao homem.
 
    
