Talvez Você Nunca tenha pensado que você era um herói. Mas talvez você creia, como muitos outros jovens de hoje, que o mundo está precisando de heróis. Precisando desesperadamente. Gente de extraordinária coragem, altruísmo, nobreza e amor. Gente que vive para melhorar o universo ao seu redor. Gente cujas realizações sirvam de padrão de grandeza para esta época.
Então, o que é que impede você e outros jovens como você, de ser um desses heróis? O que é que impede que você faça com que as coisas mudem para melhor, de uma vez por todas, do ponto de vista moral, espiritual, ético, governamental, artístico, para todas as raças e nações? O que é que o impede de ser o exemplo para o próximo milénio?
Eu sei muito bem o que alguns críticos dizem sobre essa geração a que vocês pertencem. Dizem que vocês vivem numa cultura peculiar, no mundo veloz das imagens apresentadas pela mídia. Um conglomerado gritante de televisão, música estridente, canções mórbidas e linguagem cibernética. E dizem que vocês não confiam nos mais velhos, e não têm nenhum interesse em melhorar o mundo em que eles vivem.
Em alguns casos, essa imagem é reforçada quando dizem que na vida que vocês levam não cabem as "grandes realizações", que não dá para vocês abrirem caminho para o futuro da humanidade. Que vocês só pensam no AGORA, só querem ficar olhando para ver o que acontece. Só querem passear pela Internet. Só absorver sem parar esse fluxo de imagens e sons artificiais. Wendy Murray Zoba, "The Class of '00", Christianity Today, February 1997, pp. 1828.
Mas muita gente sabe que não é só isso que vocês fazem. Sabem que a vida de vocês é muito mais do que as imagens da mídia. Estão conscientes de que vocês são ajuizados, bem motivados, inteligentes e amáveis. E que vocês têm muito interesse em ajudar a humanidade.
Um comentarista social, por exemplo, diz o seguinte, sobre os jovens de hoje: "Eles serão os heróis. Observem bem, e vão ver. Na virada do milénio, as capas das revistas vão anunciar que se trata de uma geração maravilhosa ..." William Strauss, Fourth Turning, citado em Zoba, p. 23.
O pessoal sde uma nova revista estudantil em Boston recentemente publicou alguns "achados" que apontam para esse rumo. Fizeram uma pesquisa entre jovens bostonianos para ver o que eles queriam ler. E a redação dessa revista descobriu que, acima de tudo, esses estudantes se interessavam por "assuntos importantes." "Survey: What do you want from us?" What's Up, Spring 1997, p. 18.
Outra pesquisa, realizada pela Associação Horatio Alger, define esses "assuntos importantes" como violência, crime, meio-ambiente, AIDS. A pesquisa mostra que os jovens também se preocupam com a "queda dos valores morais e sociais" ao seu redor. Um adolescente contou à publicação Christianity Today, há pouco tempo, que os jovens "precisam desesperadamente tomar posição a favor de alguma coisa."Christianity Today, Zoba, p. 20.
Pois bem, temos boas notícias. Muitos jovens desta geração estão encontrando os valores que buscam. E os estão encontrando num lugar onde não haviam imaginado: um lugar chamado igreja. E num Ser chamado Deus. Aliás, de cada dez jovens, sete agora dizem que "a religião é importante na vida."Ibidem, p. 24.
Alguns desses jovens, no entanto, tiveram de pôr de lado uns conceitos bastante equivocados sobre a igreja. Como, por exemplo, de que a igreja é só para gente velha. Ou, como me disse uma garota o ano passado, na Europa, que os membros da igreja "não nos prestam atenção". Ou que os cultos nas igrejas são rígidos, chatos, sem sentido.
Mas o outro lado da moeda é que esses mesmos jovens, quando experimentaram, começaram a gostar da igreja. Começaram a gostar de reunir-se com gente de todas as idades, que deseja aprender algo mais a respeito de Deus, que deseja sentir o poder sanador da presença de Deus. Gente que quer apoiar-se mutuamente, orar uns pelos outros.
E há algo mais que vocês precisam saber. Os membros das igrejas, no mundo inteiro, gostam de estar com vocês. Gostam mesmo! Gostam de sua honestidade e de sua maneira nova de encarar as coisas. E, francamente, precisam disso. Vocês nos estão ajudando a voltar ao verdadeiro propósito da igreja.
O que estou dizendo é que quando vocês têm suficiente sinceridade para declarar que "a Igreja não foi feita para ser chata, porque Deus está vivo"... Bem, essa maneira de ver as coisas realmente adianta. Ajuda todo o mundo a lembrar o que realmente deve ser um culto na igreja — um ato de cura. Porque aí está a presença de Deus. E se apenas uma pessoa que esteja na igreja, tanto faz se ela estiver na Escola Dominical ou no culto, se essa pessoa se der conta desse fato, podem acontecer coisas magníficas. Coisas nobres. Coisas heróicas!
E é justamente aí que eu quero chegar. A igreja é um lugar para aprendermos a ajudar-nos uns aos outros e a nós mesmos do modo mais essencial possível — o modo espiritual. E aí que se aprende a forma mais sublime de heroísmo. Um heroísmo que procede do fato de vocês serem o que realmente são, filhos de Deus, e de ver em todo o mundo o filho de Deus. Assim ser, e assim ver, determina a diferença enorme entre as ações comuns e as extraordinárias, entre viver de acordo com a rotina ou viver com heroísmo. Quando você sabe quem você é e reconhece também quem são todos os outros, ou seja, a expressão espiritual de Deus, então você realmente pode ajudar os outros, porque seus pensamentos e ações têm por base o poder da Verdade divina, Deus.
Pode parecer que tudo isso esteja um pouco nas nuvens. Mas na verdade é bem concreto, aqui e agora. E acontece naturalmente. Para mim, o desejo de ajudar os outros começou há muitos anos, na Escola Dominical, aprendendo, pouco a pouco, a amar a espiritualidade. A estender-me para além de mim mesma e meus próprios assuntos, e chegar aos outros e a Deus.
Os exemplos que eu tive me ensinaram essas coisas, muito mais do que as palavras que ouvi. Exemplos como o de um de meus professores da Escola Dominical, quando eu estava na faculdade, e o de sua mulher. Eles tinham quatro filhos, mas sempre tinham tempo para orar conosco e ajudarnos. Uma vez eu fiquei doente, e eles me hospedaram em sua casa duas semanas, até eu ficar boa e poder assistir às aulas novamente. Senti um enorme apoio e conforto, com o carinho dessa família.
Além disso, há os exemplos heróicos que aprendemos nas Lições Bíblicas que estudamos na igreja. Exemplos grandiosos, como o de Moisés, que salvou sua nação inteira. E o do profeta Jeremias, que infundiu esperança ao seu povo, quando este foi derrotado. E o de Neemias, que reconstruiu os muros de Jerusalém, que haviam sido destruídos. E acima de tudo, Cristo Jesus, cujo perfeito amor a Deus e à humanidade realizou surpreendentes atos de heroísmo: alimentar milhares de pessoas, curar horríveis doenças, ressuscitar mortos, e ele mesmo ressuscitar e sair da própria tumba.
Todos esses heróis tinham algo em comum: extraordinário altruísmo, fé e amor. E de onde vêm esses atributos extraordinários, se não for daquele ÚNICO extraordinário, que é Deus? É Deus quem faz com que sejamos heróis. Um dos meios pelos quais Ele faz isso é Sua Igreja.
Mary Baker Eddy, uma das grandes reformistas desta era, escreveu o seguinte, numa mensagem à Igreja por ela estabelecida: "A Verdade vem de uma profunda sinceridade, que precisa sempre caracterizar os corações heróicos; é o melhor aspecto do desenvolver-se da natureza do homem."Ibidem.
Pertencer a uma igreja tem esse efeito, para gente de todas as idades. Traz à tona o "melhor aspecto", nosso aspecto espiritual e real. Traz à tona o herói que Deus fez de cada um de nós. O herói que Deus reconhece em nós hoje, amanhã e para sempre.
 
    
