Quando eu tinha 14 anos, comecei a me preocupar demais com o corpo, com o que poderia, ou não, comer, que exercícios devia fazer. Pesava 50 quilos mas me achava gorda demais. Nem sei como tudo isso começou, mas sei que foi ficando cada vez mais grave. Comia sempre menos e achava que isso estava me fazendo bem.
Não me dava conta do que estava acontecendo. Fui perdendo meus amigos e não ia mais à academia, onde antes praticava capoeira. Todos começaram a notar que alguma coisa estava errada. Meus pais me mostravam trechos de Ciência e Saúde que achavam apropriados, mas eu parecia não me importar. Eles falavam, e era como se eu não ouvisse. Vivi assim por cinco meses; cheguei a pesar 36 quilos.
Meus pais estavam orando por mim. Eu nunca tinha ouvido falar da doença chamada anorexia, mas meu pai percebeu o quanto se falava dela na televisão e nas revistas e começou a orar especificamente sobre isso. Ele diz que afirmava que nenhuma doença faz parte da criação de Deus, não importa o quanto se fale dela; também se apegou à verdade de que Deus enche todo o espaço e, por isso, não sobra lugar para o mal.
Um dia, meu pai me chamou para conversar. Falamos sobre Deus e sobre aquilo que eu estava aprendendo na Escola Dominical da Christian Science. Foi uma conversa longa, mas realmente inspirada. A cura foi instantânea, foi como se me abrissem os olhos, finalmente. “...não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir” (Mateus 6:25). Essas palavras de Jesus, que meu pai citou, entre outras coisas, calaram fundo e me despertaram. Desse dia em diante minha vida mudou completamente, comecei a encará-la de maneira mais espiritual. Descobri a importância de não pensar sempre no corpo.
Depois disso, passei a me alimentar normalmente, recuperei o peso saudável e voltei a praticar esportes, inclusive a capoeira, de que sempre gostei.
