Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Reflexões

Armagedom? O conflito final

Da edição de maio de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


Quarenta por cento dos americanos acreditam que o mundo vai acabar no conflito final conhecido como Armagedom. Esse nome vem de um antigo reduto dos hebreus chamado Megido, local onde antigamente os reis israelitas mantinham seus carros de guerra e onde as batalhas entre as tribos e as nações eram travadas. O livro do Apocalipse na Bíblia cristã utiliza esse nome para descrever a natureza da batalha final dos “reis do mundo inteiro”, possuídos pelo demônio (Apoc. 16:13, 14 e 16).

O desfecho dessa batalha é definido quando os poderes demoníacos ilusórios expostos (a besta, o falso profeta e o dragão) são derrotados por um cavaleiro veloz (cujo nome é O Verbo de Deus) montado num cavalo branco, pela cavalaria celestial e pelo fogo vindo do céu. Com a queda da ilusão, a cidade santa é revelada. Então “os reis da terra” trazem a sua glória para a luz do Deus todo-poderoso e do Cordeiro (Ver Apoc. 19:11, 13; 20:9 e 21:22 e 24).

Durante séculos, as imagens e profecias contidas nesse livro tiveram inúmeras interpretações. Richard Bauckham, um dos principais estudiosos do assunto, classifica o Apocalipse como “não somente um dos melhores trabalhos literários do Novo Testamento, mas também uma das maiores realizações teológicas dos primórdios do Cristianismo” (The Theology of the Book of Revelation — A Teologia do Livro do Apocalipse — Cambridge, Inglaterra: Cambridge University Press, 1993, p. 22). Com o passar do tempo, à medida que se vão adquirindo percepções espirituais mais claras, é inevitável que o Apocalipse de São João passe a ser mais bem compreendido.

Mary Baker Eddy prestou uma homenagem ao trabalho de São João, dedicando o capítulo inteiro de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, intitulado “O Apocalipse”, à interpretação espiritual desse livro bíblico.

O tempo que servi no exército sulafricano que apoiava o apartheid, o sistema oficial de segregação racial que vigorava no país, acabou sendo meu Armagedom. Fui criado numa sociedade que acreditava na superioridade étnica e racial, mas durante o tempo que passei trabalhando em prol de um movimento que se opunha ao apartheid percebi a riqueza existente em um ambiente multirracial e multicultural. Comecei a compreender que o mito da superioridade racial era uma terrível ilusão, e lembrei-me de que o livro do Apocalipse descreve o mal como uma ilusão, que confunde a humanidade.

Quando eu estava no Exército, orava diariamente. Decorei o Salmo 91. Eu descobria a cada dia o que significava morar “no esconderijo do Altíssimo” com “anjos” me guardando “em todos os [meus] caminhos”. Após o treinamento correspondente, recebi do comandante-em-chefe a patente de general-de-brigada.

Após a cerimônia de minha promoção, fui conversar com aquele homem que eu acreditava fosse a corporificação da ilusão que o apartheid representava. Para minha surpresa, acabei ficando profundamente comovido com sua humildade e sua autoridade tão suave. As linhas de batalha do meu próprio pensamento começaram a se transformar. Eu não poderia pensar mal de alguém que compartilhava da essência de minhas próprias orações. Sua presença apagou meu ódio.

Mais tarde, quando fazia um curso de pós-graduação e era responsável por uma escola num vilarejo da África, assisti a uma palestra do comandante-em-chefe do exército que se opunha ao apartheid. Este homem tinha sido libertado havia pouco tempo, após passar 27 anos na prisão. Seu nome era Nelson Mandela. Sem se basear em nenhum texto escrito, ele falou conosco da mesma forma como meu amoroso avô teria falado. A autoridade natural fluía de seu respeito tanto por amigos quanto por adversários.

Dois generais, como os reis da terra descritos no Apocalipse, haviam comandado exércitos de dois povos: os africânderes (brancos) e os africanos (negros). Nenhuma dessas nações poderia ser separada de sua adoração a Deus. Eu encarava esses dois grandes líderes, que negociavam pacificamente o fim do colonialismo na África do Sul, como se eles estivessem do mesmo lado. A glória e a autoridade de Deus brilhavam através da humildade que eles expressavam.

O desfecho dessa batalha é definido quando os poderes demoníacos ilusórios expostos (a besta, o falso profeta e o dragão) são derrotados por um cavaleiro veloz (cujo nome é O Verbo de Deus) montado num cavalo branco, pela cavalaria celestial e pelo fogo vindo do céu.

E o outro lado? Bem, o combate final sangrento, profetizado para o meu país, foi evitado. Esse desfecho se assemelhou muito ao que o livro do Apocalipse diz sobre a besta que “era e não é...” Apesar de ter sido muito profetizado um futuro perverso, as decisões de líderes bons e humildes atingiram esse futuro e o modificaram, e a mim também.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / maio de 2002

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.