Recentemente, lembreime de um fato que minha avó contava com muita graça: era a revolta de sua sobrinha, que certa vez, quando pequena, ao ser corrigida por estar cometendo um erro de gramática, colocou as mãos na cintura e, batendo o pé, disse repetidas vezes “uma vez é desse jeito, outra vez é daquele. Como vou saber o que é o certo?”
Regras de todos os tipos, gramaticais ou religiosas, e leis civis e sociais são necessárias, pois indicam como agir no convívio familiar, profissional, social e protegem os que as respeitam.
Uma jovem contou-me que durante muito tempo pensava que, em relacionamentos amorosos, só importava a vontade dos envolvidos e não o estado civil ou o compromisso. Para ela, a fidelidade ao parceiro não era o essencial, mas sim o prazer.
Entretanto, depois de observar o sofrimento nos casos de infidelidade em relacionamentos, chegou à conclusão que jamais desrespeitaria um casamento, seja o dela ou o de outros, por não querer fazer ao próximo o que não deseja para si mesma. E acrescentou: “não quero fazer ninguém sofrer como eu sofreria se isso acontecesse comigo.”
Alegrei-me muito com a conclusão a que a jovem havia chegado. Ela não sabia, mas estava obedecendo à Regra de Ouro, um preceito religioso, seguido por judeus, cristãos e por seguidores de outras denominações, inclusive budistas, hinduístas e islamitas. As palavras são um pouco diferentes, mas mantêm o ponto principal: fazer aos outros só o que se deseja para si próprio. Na Bíblia, em Levítico, aparece com as seguintes palavras: “...amarás o teu próximo como a ti mesmo” (19:18). No evangelho de Mateus, Jesus ensinou assim: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazeio vós também a eles...” (7:12).
Se líderes espirituais de épocas e lugares diferentes foram inspirados a ensinar o mesmo preceito, é porque ele realmente traz uma solução sanadora para problemas pessoais e mundiais, assim como para a paz e a justiça.
Percebi que, em meus relacionamentos, ao tratar os outros do modo como gostaria que me tratassem, estou promovendo a paz e a ordem. Lembro-me de que, na educação de minhas filhas, era bem fácil estabelecer o fim de uma discussão entre as crianças ou mesmo entre mim e elas, quando orava inspirada nessa regra.
Certa vez, quando as duas meninas discutiam muito e ameaçavam partir para tapas e beliscões, eu lhes perguntei: “Vocês gostariam que o pai e eu brigássemos assim?” Elas responderam que não e imediatamente pararam a briga. Depois desse incidente, as brigas foram diminuindo. Já se passaram mais de dez anos e hoje elas se dão muito bem.
O amor ao próximo é mais do que um sentimento, uma atração física ou uma emoção. É um ato consciente que não exclui a ninguém. E isso me faz lembrar que Mary Baker Eddy, referindo-se a Deus, escreveu em seu livro Ciência e Saúde sobre “o solvente universal do Amor” (p. 242). O Amor dissolve qualquer tipo de problema e fortifica aqueles que estão reconstruindo a vida profissional, familiar, ou emocional.
