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Matéria de capa

Ser político para fazer o bem à comunidade

Da edição de agosto de 2003 dO Arauto da Ciência Cristã


: Como o Sr. conheceu a Christian Science?

: Quando era Secretário de Obras da cidade do Rio de Janeiro, houve um acidente numa região que fora muito atingida devido às chuvas. Fui visitar essa região e determinei uma série de intervenções para minimizar os estragos. Acabei conhecendo uma moradora e ao conversar com ela sobre espiritualidade, conheci a Christian Science.

LL: O Sr. sempre foi ligado à espiritualidade?

LP: Desde criança. Na minha juventude, eu queria contribuir para o processo de transformação e melhoria das relações sociais e verifiquei que o meu fundamento holístico, ligado à espiritualidade, poderia ser útil na via democrática. Sempre quis saber de onde viemos, onde estamos e para onde vamos e a abordagem da Christian Science é profundamente racional, desmistificadora, e nos aproxima de Deus. Estou iniciando meus estudos de Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy, e tentando reconstruir a visão de homem e de Deus.

LL: Qual foi o impacto que o livro causou na sua vida?

LP: Derrubou os dogmas e as crenças religiosas que eu trazia; mostrou-me que Deus não é uma entidade distante; compreendi que estou sempre com Deus e que sou Sua imagem e semelhança; entendi que nossos verdadeiros valores são espirituais, que Deus não nos criou para sofrer e que alcançamos nossos objetivos pela razão e não pela fé cega.

LL: Como o Sr. vê o seu papel na comunidade?

LP: Eu me sinto como um representante do povo, eleito para transformar a sociedade para o bem. O meu trabalho profissional no campo da engenharia, no campo das obras públicas, levou-me para o processo político eleitoral. Não foi algo que eu tenha buscado obstinadamente. É como se fosse um dos desígnios de Deus para mim. Ser político é uma atividade difícil e mal-falada, mas praticá-la com o objetivo de proporcionar o bem para a comunidade, faz diferença. Na política, faz-se muitos discursos, mas o importante é ligar as palavras à ação. E essa ação deve ser coerente e deve deixar efeitos positivos.

LL: As pessoas reconhecem esse seu lado?

LP: Ouço comentários como: “Você é uma pessoa séria. As coisas que você faz têm sentido”. As pessoas conhecem meu posicionamento com relação à vida. Ninguém me procura para propor algo que esteja fora da boa conduta.

LL: O que fazer para que o ambiente político seja menos corrupto?

LP: Na democracia, se a decisão política não for positiva, o processo não avança. Há necessidade de escolher melhor os candidatos, o que só pode acontecer se a população entender mais sobre política. O político está sujeito a tentações, a começar pela vaidade. Ele só conjuga o verbo na primeira pessoa: “eu faço”, “eu posso”, “eu quero”. Para eliminar a corrupção, é necessário combater a vaidade e reconhecer que as decisões devem se submeter ao desejo coletivo. Para isso, o político precisa de força, e essa força vem da espiritualidade. A oração é uma das formas de alimento para obter essa força.

LL: A oração faz parte do seu dia-a-dia?

LP: A palavra “oração”, para mim, é composta por duas: “orar” mais “ação”. É preciso pensar na palavra de Deus, no que Ele quer que seja feito aqui na terra, e agir de acordo.

A noção de que o homem é governado pelas leis divinas é um grande ensinamento para a sociedade.

LL: Há algo em especial que o Sr. aprendeu estudando a Christian Science?

LP: No Poder Legislativo trabalhamos muito com leis. A noção de que há leis divinas e de que o homem é governado segundo essas leis é um grande ensinamento para a sociedade, principalmente para o Brasil, onde as leis valem muito pouco. Aprendi que a lei divina é imutável, inflexível, contínua, enfim, a maior. Também gosto muito de um trecho da Bíblia: “É claro que somos humanos, mas não lutamos por motivos humanos. As armas que usamos na nossa luta não são do mundo; são armas poderosas de Deus, capazes de destruir fortalezas. E assim destruímos idéias falsas e também todo o orgulho humano que não deixa que as pessoas conheçam a Deus...” (2 Coríntios 10:3—5, Nova Tradução na Linguagem de Hoje). Esse trecho tem muito a ver não só com a questão legislativa, mas com o cenário político mundial em que estamos vivendo.

LL: E o que o Sr. diria sobre a questão da violência no Rio de Janeiro?

LP: O grande problema do Rio está ligado ao narcotráfico. A droga é um mal social que atinge desde o mais humilde até o mais rico. É uma sociedade que se desconstruiu. Dos 10 milhões de pessoas na região metropolitana da nossa cidade, provavelmente, um milhão tenha alguma experiência com droga, seja como dependente, iniciante ou apreciador, No Estado do Rio de Janeiro, o narcotráfico movimenta R$850 milhões por ano, o equivalente a um terço do orçamento da arrecadação de ICMS do Estado. Por que será que essas pessoas procuram as drogas? Creio que é porque sentem um vazio interior, porque estão vivendo uma desesperança muito grande. Se o governo não trabalhar essa questão, será difícil solucionar o problema. Gasta-se dinheiro para combater os bandidos, mas se gasta muito pouco na conscientização das pessoas, para mostrar que o branco da cocaína está tingido de vermelho do sangue. É preciso trazer esperança para nosso povo.

LL: Como?

LP: A ação religiosa faz renascer os valores, assim como reconstrói a família, restabelece metas e um ambiente de confiança. Mas, os formadores de opinião — a mídia, os políticos, os juízes, os homens da cultura, da ciência, da educação — também têm o papel de propagar a esperança. As escolas deveriam incentivar as discussões sobre temas profundos para que crianças e jovens pensem em algo além do cotidiano. Vivemos na sociedade de consumo, num país em que grande parte da população vive abaixo da linha da miséria. É um momento social muito difícil.

LL: Mas onde está a esperança diante desse quadro?

LP: A minha mensagem de esperança tem de vir da espiritualidade. Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus e cada um de nós tem um projeto divino a cumprir aqui na terra, e não há nada divino que possa ser do mal. O plano divino tem de ser do bem. Temos de acreditar nele e trabalhar com honestidade. Ele vai dar certo. Não podemos perder a esperança. Não fomos criados para vivenciar o mal. Deus é o Deus do bem e da paz.

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