Deus e a saúde. Tantas pessoas fazem especulações sobre essa conexão, que até mesmo originou uma reportagem de capa da revista Newsweek, de novembro de 2003, com várias páginas dedicadas aos esforços dos pesquisadores médicos, no sentido de dar validade, de forma científica, ao efeito da oração sobre a saúde. Há aproximadamente duas décadas, venho acompanhando reportagens sobre espiritualidade e saúde, e o que mais me chamou a atenção nesse artigo da Newsweek foi o tempo que essas pesquisas têm durado. Os pesquisadores estão abrindo brechas nos tradicionais muros que separam o pensamento e a espiritualidade da medicina científica.
Na maior parte do século passado, a medicina moderna se definiu como independente da influência do pensamento sobre o corpo e, até mesmo, separada dessa influência. Por exemplo, antes de um remédio ser comercializado, ele precisa ser testado para se ter certeza de que está claramente dissociado do efeito placebo. Esse efeito é uma melhora na saúde produzida por uma resposta mental do paciente ao tratamento que, na verdade, não tem nenhuma eficácia curativa. As clássicas “pastilhas de açúcar” são um exemplo de placebo. Todas as pessoas do grupo de teste são informadas de que irão receber um novo medicamento; no entanto, a metade do grupo recebe um placebo, a fim de testar o poder da crença sobre o corpo. Se o remédio produzir uma melhora maior do que a porcentagem de curas efetuadas das pelo efeito placebo, ele será considerado um remédio científico. O efeito do pensamento sobre o corpo, embora reconhecido, é geralmente considerado “ruído” de pesquisa, ou uma “peste” a ser expurgada, ao invés de investigada.
Mas isso está mudando. A relação entre o pensamento e o corpo está sendo pesquisada e demonstrando que uma mudança no pensamento produz alterações fisiológicas específicas no corpo. Por ser o termo Placebo considerado tão negativo, inclusive como algo de caráter mental ou espiritual, muitos perquisadores estão se referindo ao seu próprio trabalho, hoje em dia, como uma medicina mente/corpo. Estão questionando e pesquisando questões muito importantes, tais como: “Como é que o pensamento se traduz em alteração física? O que está realmente sendo tratado e qual é esse tratamento? Acaso o pensamento do médico exerce algum efeito sobre a saúde do paciente? Qual o papel que o paciente exerce no cuidado de sua saúde? Além disso, por que a medicina moderna está tão fortemente concentrada na doença”? Eles se perguntam: “Quando cinco entre quinze pessoas ficam gripadas, por que ficamos estudando os cinco doentes e não as dez pessoas que permaneceram saudáveis”? Tais perguntas são tão essenciais, que têm o poder de mudar os fundamentos dos modernos métodos de cuidados com a saúde.
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