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Matéria de capa

Governos podem melhorar, se trabalharmos juntos

Sempre existe algo que podemos fazer

Da edição de julho de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


Às vezes, acho que a maioria das pessoas neste planeta não confia em seus governos. Essa falta de confiança pode aparecer, esporadicamente, em manifestações de massa, sob a forma de violência, ou talvez possa ser percebida na cobiça insaciável dequeles que estão no topo do poder e no sentimento de desamparo dos que estão mais abaixo. Entretanto, como ponto positivo, nações desenvolvidas estão ajudando países menos desenvolvidos em seus esforços para estabelecer instituições democráticas. Considerando-se os desafios que esses países enfrentam, se não houver algum tipo de espiritualidade sustentando esse idealismo, é muito provável que as pessoas fiquem desanimadas.

Uma das idéias atuais em economia política é a de que, para se alcançar uma boa governabilidade, as instituições democráticas, tais como um judiciário independente, uma imprensa livre e associações cívicas, precisam ser fortalecidas. Isso funciona bem em países onde a democracia tenha alcançado um certo grau de aceitação. Mas, em lugares onde essas instituições nunca existiram ou onde a população em geral não tem nenhuma confiança na integridade delas, isso parece idealista demais. Uma rápida olhada nas manchetes sobre crises de governabilidade em diversos países, tanto na América Latina quanto na África, demonstra exatamente isso, como também muitas notícias provenientes do Iraque. Para construir uma estrutura democrática é preciso que o povo confie no que ela tem para oferecer.

Um bom governo, precisa começar em nível individual, com os ideais que norteiam a vida das pessoas.

Parece claro que um bom governo, embora expressado de forma local, precisa começar em nível individual, com os ideais que norteiam a vida das pessoas. Mas, quando nos defrontamos com a expectativa de vários bilhões de pessoas, todas elas com conceitos diferentes do que seja ou não aceitável, pode ser fácil o cinismo assumir o controle. “Não há solução”, talvez pensem aqueles que vivem confortavelmente em democracias bem estabelecidas, ou então: “Esse povo nunca terá paz, estabilidade e prosperidade econômica”. Além disso, essas pessoas poderiam acrescentar que o problema é grande demais para que algo possa ser feito. Entretanto, descobri que a oração pode ser um modo prático e eficaz de ajudar a apoiar um bom governo.

Há alguns anos, eu estava trabalhando em Mali, um país da África ocidental, com uma curta história de governo democrático. As eleições estavam se aproximando e essa era uma ocasião de muita dissidência. A retórica da campanha parecia estar polarizando a sociedade. Havia até mesmo explosões ocasionais de raiva entre as pessoas que trabalhavam comigo, devido a opiniões políticas divergentes.

Eu desejava contribuir com algo de natureza sanadora para o que estava acontecendo. Portanto, orei a Deus, o único Pai-Mãe de toda a criação, para saber o que eu poderia fazer. Lembrei-me de uma oração que Mary Baker Eddy escreveu e intitulou “Oração diária”, que diz: “ ‘Venha o Teu reino'; estabeleça-se em mim o reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos, eliminando de mim todo pecado; e que a Tua palavra enriqueça as afeições de toda a humanidade, e as governe”! (Manual d'A Igreja Mãe, p. 41). Acho significativo que a Sra. Eddy tenha encorajado as pessoas a orar pela humanidade, não apenas para si mesmas. Também eu queria ajudar a enriquecer “as afeições de toda a humanidade”, portanto, ponderei sobre essas palavras, perguntando-me o que eu poderia fazer para ajudar.

Quase que imediatamente tive uma idéia. Meu escritório poderia iniciar uma transmissão de televisão para promover um diálogo entre os participantes em nosso estúdio e algumas pessoas em Washington, DC. Esses diálogos haviam provado, no passado, ser uma maneira muito eficaz de estabelecer vínculos entre as pessoas. Portanto, decidi convidar mulheres de Mali, que eram membros ativos de vários partidos políticos do país, para participarem do diálogo com as representantes da Liga Feminina de Eleitoras, em Washington.

No dia marcado, o estúdio estava lotado e a atmosfera tensa, quando muitas personalidades políticas se encontraram, frente a frente, com oponentes hostis. Entretanto, na medida em que o diálogo se desenvolvia, as malinesas descobriram que tinham mais coisas em comum umas com as outras — especialmente como mulheres em uma sociedade islâmica — do que diferenças. Após a transmissão televisiva, essas mulheres ainda conversaram durante horas. Quando deixaram o estúdio, antigas inimigas caminhavam de braços dados, conversando animadamente sobre suas metas em comum. Até mesmo voltaram, alguns dias mais tarde, para usar nosso escritório como um território neutro, a fim de continuar o diálogo.

Corrija primeiro a você mesmo, reconhecendo o reino de Deus em sua própria vida e depois ore pela humanidade.

O resultado foi a formação de um novo grupo de mulheres, cujo propósito era informar a todas as malinesas sobre seus direitos, de acordo com a Constituição daquele país. Isso foi surpreendente não só pelo passo de progresso dado, mas também pelo fato de essa nova organização ser a primeira na história de Mali a ir ao encontro de todas as barreiras políticas. Embora a campanha política continuasse, o tom violento dos ataques pessoais cessou. Aquela eleição, como também a seguinte, alguns anos mais tarde, resultaram em uma pacífica transição de poder. As mulheres de Mali se tornaram conhecidas por toda a África ocidental, não só por seu ativismo político, mas também por sua habilidade em firmar acordos. Claro que nem todas as diferenças foram eliminadas. Mas, com certeza, as afeições foram enriquecidas.

Gosto da maneira como as ações estão ordenadas na “Oração diária”. Corrija primeiro a você mesmo, reconhecendo o reino de Deus em sua própria vida e depois ore pela humanidade. Não acho que seja necessário que a pessoa esteja no próprio país, para orar pela paz e estabilidade. Exatamente quando o correspondente internacional no noticiário da TV estiver comentando os recentes distúrbios no exterior, podemos nos volver em oração para perceber que o controle de Deus não é apenas um pensamento positivo ou um sonho irreal. A lei de Deus está em ação em toda parte.

Durante uma ocasião de turbulência política nos Estados Unidos, quando o presidente McKinley tinha acabado de ser assassinado, a Sra. Eddy escreveu: “Por meio do Amor divino chegase se a um governo mais semelhante ao correto, o caminho fica claro, o progresso acontece mais rapidamente, e alcança-se a alegria do consenso harmonioso” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista e Outros Escritos], p. 292). Acho essa uma receita maravilhosa para o estabelecimento de uma boa governabilidade mundial e todos podem ajudar por meio de suas orações diárias pela humanidade.

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