Minhas experiências com a oração me ensinaram que a idéia essencial não muda muito, quer o problema esteja relacionado com meu trabalho, com minha cabeça ou com meu pé ou, até mesmo, com o pé de outra pessoa. Os ensinamentos de Cristo Jesus me ajudaram com relação a esse assunto. Atendendo ao anseio da humanidade por respostas às suas várias preocupações, ele disse: “...buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6).
Descobri que, em tempos de necessidade, a tendência de se começar com Deus é, de certa forma, intuitiva. Meus amigos também comentam que o volver-se a Deus é instintivo. Além disso, as palavras de Jesus são sempre instrutivas. Observei que, nas poucas vezes em que suas orações são citadas na Bíblia, ele começa com algo mais ou menos assim: “Ó Pai...,” além de, naturalmente, a própria Oração do Senhor, que começa com “Pai Nosso...” (ibidem).
Eu também gosto de começar a orar assim. Ademais, estou descobrindo que, à medida que a oração continua, a chave é manter o pensamento em Deus e em Sua natureza bondosa, vê-Lo como a Vida e o Amor divinos. Permitir que nosso pensamento permaneça apegado aos sintomas ou aos talhes de um problema, leva-nos para a direção errada. Isso acontece porque o propósito da oração é o de nos aproximar mais de Deus, que é completamente bom. Portanto, ao desenvolver nossa compreensão de Deus, estamos nos alinhando com aquela bondade e o efeito natural desse alinhamento é que o mal desaparece.
Entretanto, quando tudo o que desejamos é alívio e a cura de um problema, pode parecer difícil abandonar esse anseio e se concentrar somente em Deus e em conhecê-Lo melhor. Mas, embora pareça paradoxal, essa é a oração que cura.
Lembrei-me disso há alguns meses, quando, certa noite, não conseguia manter nenhum alimento no estômago. Comecei fazendo o que normalmente faço quando não me sinto bem, comecei a orar. Lembrei-me de que Deus me criou e mantém tudo aquilo que a mim me concerne, inclusive minha saúde. Além disso, como parte de Sua criação, como parte do universo que O expressa, eu simplesmente não podia ficar doente, não podia me sentir nem um pouco diferente da maneira como Ele havia me criado, ou seja, livre de dor e saudável. Logo adormeci, e, quando despertei na manhã seguinte, estava ótimo.
Entretanto, aconteceu a mesma coisa outras duas vezes, no decorrer das noites seguintes. Depois de algum tempo, compreendi que precisava dar uma abordagem diferente às minhas orações. Embora tudo o que eu havia reconhecido, sobre Deus e meu relacionamento com Ele, fosse verdadeiro, eu ainda estava orando para curar um estômago desarranjado. Sabia que eu estava permitindo que os sintomas direcionassem minha oração e precisava ultrapassar esse ponto e seguir além.
Minha oração precisava começar em Deus, permanecer em Deus, e terminar em Deus.
Compreendi que o ponto crucial era o fato de que eu estava sentindo uma espécie de ausência de Deus. A solução era me tornar mais ciente de Sua presença. Minha oração precisava começar em Deus, permanecer em Deus, e terminar em Deus, como Mary Baker Eddy ensinou em Ciência e Saúde: “Para raciocinar corretamente deve estar presente no pensamento um só fato, a saber, a existência espiritual (p. 492)”.
Isso não era fácil, visto que não estava me sentindo bem e era difícil não deixar que meu pensamento divagasse. Comecei a constatar como, às vezes, pode ser difícil ser grato a Deus e manter o pensamento totalmente concentrado nEle. Com isso, percebi que não era Deus que estava ausente, mas que eu precisava me esforçar mais para reconhecer Sua presença, para vê-Lo em toda parte e sendo Tudo.
Afirmei que Deus é tudo o que existe, que Ele está em toda parte e que é totalmente bom. Isso significava que não havia nada mais sobre o que pensar ou vivenciar, e nada — nenhuma mente ou força — para distrair minha atenção. Na verdade, dei uma risada gostosa, aliás, vàrias, porque fiquei muito contente pelo fato de isso ser tão verdadeiro, muito embora as aparências afirmassem o contrário.
Então, exatamente quando não estava mais pensando em meu problema físico, repentinamente, veio-me ao pensamento que eu estivera me sentindo perturbado sobre outra coisa em minha vida. Era o momento de minha esposa e eu renovarmos o contrato de aluguel do nosso apartamento, mas, simplesmente não havíamos decidido ainda o que fazer.
Quando não estava mais pensando em meu problema físico, veio-me ao pensamento que eu estivera perturbado sobre outra coisa em minha vida.
Na verdade, não achávamos que a cidade onde morávamos fosse o lugar certo para nós. As opções educacionais não pareciam muito satisfatórias para nossos filhos e nossas carreiras estavam estagnadas. Além disso, achávamos que tínhamos habilidades adicionais que não estavam sendo utilizadas. O problema era que não tínhamos dinheiro para a mudança, como também não tínhamos uma noção clara do local para onde iríamos, mesmo se tivéssemos os recursos necessários. Embora eu estivesse um tanto ciente desses sentimentos, não tinha me dado conta do quanto estavam me incomodando.
Agora, eu sabia o que realmente precisava de cura: Minha crença de que alguma coisa em minha vida pudesse estar fora do controle de Deus. Tinha de reconhecer que Ele sempre estava guiando cada parte de Sua criação — minha família, também — no caminho certo. Que Seu plano incluía bênçãos para toda a humanidade e que esse plano não podia ser dificultado ou limitado, de nenhuma maneira.
Quando conversei com minha esposa sobre isso na manhã seguinte, chegamos à conclusão de que realmente tínhamos opções. Se fosse certo nos mudarmos, Deus proveria os recursos necessários e nos mostraria para onde deveríamos ir. Podíamos confiar em que Ele faria o que seria certo para todos nós. De repente, em vez de limitação, antevi possibilidades. Com essa nova perspectiva, o incômodo físico simplesmente desapareceu. Em seis semanas, havíamos nos mudado para o outro lado do país e nos estabelecido em uma comunidade que não havíamos sequer considerado antes — uma comunidade que achávamos simplesmente perfeita para cada um de nós.
O mais interessante disso tudo é que minhas orações foram respondidas somente quando parei de orar para que fossem atendidas. Quando coloquei de lado meu próprio ponto de vista sobre aquilo pelo qual estava orando e me concentrei completamente em minha conexão com Deus, Ele me revelou o que eu precisava saber. Nesse processo, descobri um aspecto inteiramente novo da incrível bondade de Deus. Além disso, fui curado, ao longo do processo todo.
