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Reflexão sobre o trabalho escravo

Da edição de julho de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em dezembro de 1948, proíbe a escravidão e o tráfico de escravos.

O trabalho escravo rouba ao ser humano sua liberdade e dignidade. Ocorre quando a pessoa, na relação de trabalho, é forçada a condições ilegais de domínio do empregador, crime esse previsto no Código Penal.

No Brasil e em outros países existem ainda várias formas de trabalho escravo, como: Carvoarias que abastecem as indústrias de aço e empregam menores; crianças utilizadas no trabalho rural para uma longa jornada de trabalho, sem freqüentar a escola; menores submetidos a trabalho informal, que não lhes garante salário digno, educação e saúde; exploração de imigrantes ilegais e, o problema mais grave de todos, a exploração sexual infantil.

Ações governamentais estão sendo implementadas no sentido de eliminar essas atividades. Grupos móveis de fiscalização do Ministério do Trabalho realizam vistorias de empresas, aplicando multas e libertando pessoas quando são constatadas irregularidades.

Esse quadro inquietante me levou a pensar em como ajudar na solução desses conflitos e o que fazer para reconhecer em minha consciência que todos nós somos livres e que temos o direito a uma vida digna, justa e plena. As respostas me vieram: “O Senhor é meu pastor; nada me faltará... Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo...” (Salmo 23). Voltando-me em oração, para ver e ouvir o que Deus sabe a respeito da escravização, dei-me conta de que Deus, a única Mente criadora, fundou a terra e tudo o que nela existe como Sua própria semelhança e viu que tudo o que havia feito era muito bom. Sendo assim, Ele não criou a escravidão ou seres escravizados. Ele criou a todos, indistintamente, como Suas idéias, o reflexo de Sua natureza pura, completa, plenamente ativa, inteligente e merecedora de ser justamente recompensada, livres para pensar e agir.

Podemos confiar inteiramente na bondade e misericórdia divinas, pois quando nos refugiamos na Verdade, em Deus, na Sua justiça, Ele nos livra, resgata e salva.

Ao reconhecer que somos e estamos livres porque Deus assim nos criou, expulsamos do nosso coração sentimentos de tirania, prepotência, ganância, esperteza, avareza, pobreza, crueldade e tantos outros que querem nos influenciar para que acreditemos estarmos diante de situações complexas, e talvez até impossíveis de serem resolvidas.

Perceber a verdadeira natureza de cada indivíduo como inteiramente espiritual e pura é ver como o Amor divino vê; ver a retidão, o desprendimento, a bondade, a liberdade, a riqueza, a pureza e o amor em tudo e em todos. Essa maneira de pensar foi ensinada por Cristo Jesus e dessa forma podemos ajudar a curar as situações conflitantes, reconhecendo que não são reais para Deus, o Princípio criador e governante de tudo e de todos.

Na Bíblia há diversos relatos de homens e mulheres que vivenciaram a escravidão. José e Hagar, por exemplo, são exemplos do bem e da liberdade que a confiança em Deus traz.

Quando os hebreus viveram no Egito como escravos, trabalhavam sem receber salário. Continuaram assim até que Moisés, ouvindo o chamado do Senhor e sendo obediente, convocou-os a sair do Egito. Segundo a Bíblia, passaram 40 anos no deserto até chegar à Terra Prometida. Moisés confiava inteiramente em Deus, embora o povo, algumas vezes, desejasse voltar à escravidão por medo de perecer. Moisés fez o povo confiar em Deus, o Amor, e os conduziu à terra de onde manava leite e mel. Durante os anos no deserto muitas foram as bênçãos recebidas: O mar foi dividido e tiveram um caminho seguro; foram guiados de dia por uma nuvem e de noite por um clarão de fogo; da pedra brotaram torrentes; água manou como um rio; do céu mandou Deus seu alimento.

Mas, por que levaram os hebreus tantos anos para alcançar a liberdade, passando por tantas experiências difíceis? Em dois anos haviam chegado à porta da Terra Prometida mas, dos doze homens que foram espiar a terra, dez ficaram impressionados com coisas negativas que viram, e se deixaram influenciar e influenciaram o povo a voltar para o deserto por mais trinta e oito anos, até fazerem uma nova tentativa e, então, entrarem na Terra Prometida. Tal como ocorreu aos hebreus, também atualmente, argumentos mentais sutis — de dúvida diante do futuro, medo do desemprego, crise, violência, sorte e azar — muitas vezes accorrentam as pessoas com cadeias de ferro ao medo, impedindo-as de prosseguir rumo à liberdade e ao progresso.

Os hebreus tiveram de compreender a relação indivisível entre Deus perfeito e homem perfeito; vencer o medo, a dúvida, a carência, a fome, a desconfiança, o desentendimento e a revolta para perceber a vitória que o Senhor reservara para eles. No Egito tinham a panela cheia, porém não recebiam um salário pelo trabalho diário. Outras passagens bíblicas, escritas muito mais tarde, apresentam uma postura mental bem diferente: “Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem” (Salmo 128). Em Lucas 10: “...porque digno é o trabalhador do seu salário.”

Para alcançar a liberdade é necessário realmente confiar no Amor divino e obedecer a ele. Só quando aceitaram a liderança de Moisés é que os israelitas tiveram a percepção espiritual e se libertaram.

A lição desse povo nos inspira a reconhecer que todo tipo de escravidão, antiga ou atual, adulta ou infantil, deve ser anulada primeiramente em nossa consciência, ou seja, temos de purificar nossos pensamentos para vermos a todos livres agora mesmo, prontos para agir conforme os decretos de Deus. É preciso orar, com muito amor, por todos os que sofrem injustiças e esperar bons resultados dessa oração.

Dias atrás assisti a uma reportagem na televisão, na qual foram entrevistadas menores que haviam passado pela prostituição e que por meio de uma ONG estavam tendo a oportunidade de escolarização e formação profissional em atividade ligada à confecção, produção e comercialização de bijuterias finas artesanais. Haviam saído das estradas e estavam em sua cidade sendo assistidas em tempo integral e remuneradas pelo seu trabalho.

Devemos estar alerta e nos elevar em pensamentos e ações que contribuam para o progresso da humanidade, aceitando somente o que vem do Bem, Deus, e agir em comunhão com a Verdade que atende aos anseios por uma vida melhor e digna para homens, mulheres, crianças e idosos.

Para alcançar a liberdade é necessário realmente confiar no Amor divino e obedecer a ele.

Mary Baker Eddy, em Ciência e Saúde, escreveu: ‘ “Desenvolvei a vossa salvação’, é o mandado da Vida e do Amor, pois para esse fim Deus opera convosco ... Esperai a vossa recompensa e ‘não vos canseis de fazer o bem’... Quando a fumaça da batalha se tiver dissipado, discernires o bem que tiverdes feito, e recebereis segundo o vosso merecimento (p. 22).

O Amor nos liberta de todo o tipo de escravidão mental e física, nos leva para o alto e para cima, ou seja, para o progresso onde crescemos em graça. Deus, nosso Pai-Mãe amoroso e cuidadoso, sempre nos recompensa com o bem. Libertemo-nos da escravização mental dos pensamentos de tirania e opressão, pois não fazem parte do ser criado por Deus. Assim, reconheceremos que, espiritualmente, não há escravos nem algozes mas, somente idéias de Deus, perfeitas, inteligentes, espirituais e livres. Essa é uma maneira de orar para minimizar e finalmente eliminar a escravização humana.

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