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RELACIONAMENTO

A busca pelo amor

Da edição de maio de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã


Para a maioria de nós, o desejo de amar e ser amado é o que mais impulsiona nossa vida. Isso é natural, uma vez que somos inteiramente constituídos de amor, do Amor divino. Até que sejamos capazes de vislumbrar a profundidade insondável do amor de Deus pelo que somos, exatamente aqui, agora e para sempre, parece que estamos em uma jornada buscando estima alheia. O que acelera essa viagem?

Imaginemos que estamos na beira de uma floresta, com várias trilhas a escolher. Uma vista aérea do local ajudaria, como também um mapa ou o conselho gentil de alguém que já tivesse trilhado aqueles caminhos. O mesmo é verdadeiro em nossa busca pelo amor. Uma visão mais elevada nos mostra o caminho. A obediência é o atalho.

Uma visão mais profunda

Uma visão profunda do amor só pode ser obtida quando elevamos o pensamento. Esse tipo de progresso mental e espiritual não pode ser alcançado fisicamente, mas, sim, pela oração e pela cura. A solução para o vazio e a dor não é encontrada enquanto procuramos o amor em “lugares errados”. Vou dar dois exemplos disso, um bíblico e um próprio.

O exemplo bíblico é o de Jacó. Em sua experiência, a visão limitada sobre o amor começou com a mãe que o estimava, o pai que não o protegia e o irmão que Jacó achava estivesse roubando sua porção do afeto paterno. Que pesadelo! Procurando pelo amor na aprovação de sua mãe e na herança de seu pai, ele se distancia do Amor divino ao mentir. Disfarçando sua identidade, reivindica uma herança que não é sua. “Quem és tu?” pergunta seu cego pai.

“Sou Esaú, teu primogênito”, responde (Gênesis 27:19). Jacó tem um pouco de felicidade, antes de ser forçado a abandonar o conforto do lar para escapar das conseqüências de seus atos. Contudo, o verdadeiro amor, o sentido real de bondade e realização que ele procura, não o abandona.

Na primeira noite de seu exílio, sonha com anjos que vêm até ele e ouve a promessa de que Deus cuidará dele e lhe dará todo o bem, aconteça o que acontecer.

O pleno reconhecimento e compreensão desse amor acontecem vinte anos mais tarde, quando Jacó é colocado frente-a-frente com o erro que cometeu. Seu irmão Esaú estava para abordá-lo com um exército. Gosto da maneira como Mary Baker Eddy descreve a auto-avaliação de Jacó em Ciência e Saúde: “Jacó estava , lutando contra o erro — combatendo um conceito mortal de que a vida, a substância e a inteligência existem na matéria com seus falsos prazeres e dores...” Todos nós já não passamos por isso? A Sra. Eddy continua: “...uma mensagem da Vedade e do Amor lhe apareceu e lhe tocou o tendão, ou força, do seu erro, até que Jacó reconheceu a irrealidade do erro”... Mais adiante, ela descreve essa mensagem como uma “comunicação incorpórea, sem nome, do Amor divino ao homem, a qual... refrigerou-lhe a Alma — deu-lhe o sentido espiritual do ser e repreendeu-lhe o sentido material” (pp. 308—309).

Uma visão profunda do amor só pode ser obtida quando elevamos o pensamento. Esse tipo de progresso mental e espiritual não pode ser alcançado fisicamente, mas, sim, pela oração e pela cura.

Essa visão elevada transformou Jacó. Ele prosseguiu rumo ao cumprimento de seu destino como pai das doze tribos de Israel.

Testemunhei uma transformação de caráter semelhante, quando uma amiga me ligou pedindo ajuda. Mal podia compreendê-la porque estava chorando. Após alguns suspiros profundos, ela me contou que havia traído alguém. O que a deixava mais triste, era o fato de essa pessoa ser muito doce e inocente. Ela o descreveu como o tipo de homem que “quando via um grupo de crianças, as chamava de 'anjinhos' ”.

Conversamos um pouco sobre o fato de que ela fora enganada pela voz da tentação, que sempre promete liberdade e diversão, mas traz confusão e sofrimento. Ela estava determinada a esclarecer as coisas. Assegurei-lhe que estaria orando, enquanto ela contava a verdade e desfazia o mal-entendido.

À medida que orava, sentia-me muito grata pela inocência inata, que não pode conviver com a culpa por ter praticado o mal. Foi fácil perceber sua desonestidade como um disfarce, um caso de identidade equivocada, exatamente como Jacó, vestindo-se para parecer alguém que ele não era, a fim de reivindicar algo que não era seu. Sabia que os motivos puros de minha amiga abençoariam a ela e a todos os envolvidos.

Fiquei imaginando por que ela me contara sobre a maneira do rapaz ver as crianças como “anjinhos”, naquele momento de crise. Então, ocorreu-me que ela desejava se ver daquela forma, restaurar sua pureza de alma, exatamente como Jacó o fez. Sabia que Deus, o Amor, lhe proporcionava aquela visão mais elevada exatamente naquele momento. De fato, dentro de pouco tempo, tudo foi perdoado, danos reparados e lições aprendidas.

Hoje, é uma pessoa mais fortalecida, mais compassiva, menos disposta a julgar os outros e muito mais alerta ao engano das falsas promessas.

O mapa

O mapa para os braços do Amor é fácil de ler. Se aparecesse em um “site de direções” da Internet, somente dois itens talvez estivessem relacionados:

1. Siga os Dez Mandamentos.

2. Consulte o Sermão do Monte.

Então, por que constantemente erramos o caminho? Por que nos esquecemos de olhar o mapa, decidimos não segui-lo e nos distraímos com pessoas que seguem outra direção?

Muitas vezes, desviamo-nos da simplicidade dos Mandamentos e do Sermão do Monte, porque somos iludidos a pensar que devemos seguir outro caminho.

Quando Deus ditou os Dez Mandamentos para Moisés como pilares para a proteção e a liberdade, ele não os priorizou. O estilo de vida das celebridades, letras de músicas, namorados e namoradas, melhores amigos, colegas de quarto, tudo isso talvez possa argumentar em contrário. Contudo, o mandamento para não cometer adultério não vem com um asterisco, por exemplo: *exceto se você realmente estiver apaixonado...; *exceto se for o ano de 2006 e todos fizerem isso...; *exceto se você precisar viver com alguém para descobrir se são compatíveis.

O caminho para a liberdade e o amor se caracteriza pela simplicidade, não pela argumentação: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8).

Muitas vezes, desviamo-nos da simplicidade dos Mandamentos e do Sermão do Monte, porque somos iludidos a pensar que devemos seguir outro caminho. Os sentidos físicos podem obscurecer o julgamento lúcido e parecer irresistíveis, mas são, em última análise, insubstanciais.

Por mais estranho que possa parecer, li em um livro infantil a melhor descrição de como nos sentimos impuros com esse tipo de experiência. Nessa história, uma garotinha recebe permissão especial para colher morangos para o jantar da família, se ela prometer não comer nenhum. Ela rapidamente nota: “Ninguém à vista...” Não havia ninguém olhando e algo a fez esquecer da promessa e pensar que ninguém jamais saberia se ela comesse apenas alguns...

Naturalmente, em poucos minutos, ela está comendo os morangos com avidez. Enche a cesta, mas, quando chega a hora de voltar para casa, tem um sentimento estranho de não querer ver a mãe ou o pai, um sentimento que ela nunca havia sentido antes. A mãe lhe pergunta se ela comeu algum morango. A história continua: “Aquilo que havia sugerido à Elizabeth que ninguém saberia, agora movia sua língua para dizer: 'Não, mãe' ”.

A autora da história é uma Praticista e Professora de Christian Science, que estava relembrando suas próprias experiências. Ela descreve como foi importante aprender a verdade sobre seu erro. “Se não identificarmos o erro, explicou ela, “podermos ser enganados por ele, da mesma forma que Elizabeth o foi naquele dia”. Ela diz: “...o erro era uma mentira, quando disse que ninguém saberia. Como também quando me fez acreditar que me sairia bem se dissesse a minha mãe que não havia comido os morangos”. (Telling the truth makes us happy, [Contar a verdade nos faz feliz], Elizabeth and Andy, The Christian Science Publishing Society, Boston, 1959).

Uma experiente orientadora educacional de Ensino Médio me contou que, em todos os anos ajudando alunos que passavam por problemas de relacionamento, uma constante era a tendência de eles subestimarem o poder da consciência. Ela havia observado bastante sofrimento por parte dos alunos que se sentiam “muito pior do que esperavam” depois de um ato sexual. Por um lado, ela achava isso um bom sinal. Podemos constatar que a Verdade e o Amor estão sempre em ação na consciência. Por outro lado, ficava triste porque eles freqüentemente se sentiam desesperados para silenciar sua aflição, por meio da justificaçãoprópria e envolvimentos ainda mais complicados.

Conheço uma aluna recémformada que se libertou desse tipo de envolvimento de forma permanente. Quando as festas deixaram de satisfazê-la, começou a estudar a Christian Science. Ela conta: “À medida que comecei a estudar a Bíblia e Ciência e Saúde, a influência do Cristo em meu coração trouxe à tona a inocência que sentia quando criança. Grande parte dessa cura foi uma recém-descoberta autoestima, que trouxe a libertação dos falsos apetites. Isso me ajudou a superar uma timidez profunda e a compreender que a vida se constitui em dar, ao invés de preencher vazios imaginários”.

Mostrando o caminho

Graças ao desbravamento abnegado de muitos, especialmente de Cristo Jesus, temos direções precisas para chegar ao Amor, as quais incluem as armadilhas a serem evitadas. Essas não são orientações para uma vida e um amor menos satisfatórios. Jesus prometeu: “...eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10).

Jesus se dedicou tanto ao ensino de como tratar aqueles que haviam temporariamente se desviado, como para curá-los. Em seu tratamento dado a três mulheres adúlteras, ele expressou compaixão.

Para a mulher de Samaria, com quem conversou na fonte de Jacó, ele ofereceu: “...uma fonte [de água] a jorrar para a vida eterna”. A mulher respondeu: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não mais tenha sede”...

Talvez, por perceber seu desejo por paz e satisfação permanentes, Jesus a colocou frente-a-frente com o fato de que ela tinha tido cinco maridos e um sexto homem, que não era nem sequer seu marido. Jesus não fez um longo discurso. Ele apenas lhe disse que adorasse o Pai “...em espírito e em verdade”. Ela seguiu seu caminho, reconhecendo e anunciando o Cristo (ver: João 4:7–29).

Quando os escribas e fariseus cercaram uma mulher apanhada em “flagrante adultério”, exigindo que fosse apedrejada, ele proferiu a reprimenda imortal, não para a mulher, mas para todos os futuros julgadores de caráter: “...Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra" (ver João 8:1–11).

Ademais, como reagiu ele quando a prostituta da cidade interrompeu um jantar festivo? Ciência e Saúde responde a essa pergunta precisamente: “Tratou Jesus a mulher com desprezo? Repeliu ele sua adoração? Não! Ele a olhou com compaixão" (p. 363). Quem de nós não se identifica com o grande alívio e gratidão que a mulher deve ter sentido ao ser amada tão incondicionalmente?

Naquele momento, Madalena percebeu o que o amor de Jesus pusera a descoberto: ela nunca havia se desviado do Amor. Ela nunca o poderia. Nem nenhum de nós.

O caminho para amar e ser amado foi revelado. Esse é o nosso destino divino.

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