Atuar como profissional, esposa, dona de casa e mãe nem sempre é fácil. Muitas vezes, nos sentimos sobrecarregadas ao tentar dividir o tempo entre o trabalho, cuidar da casa e do marido, fazer compras, educar os filhos e exercer outras tarefas. Foi o que aconteceu comigo logo que meus dois filhos nasceram.
Havia me formado em Letras e lecionava inglês e português para jovens e adultos. Mas, enquanto as crianças eram pequenas, resolvi trabalhar em casa, com traduções. Nessa época, fiz um curso de Christian Science para aprofundar meus conhecimentos dessa Ciência. Aprendi a orar, diariamente, aceitando somente o bem como realidade espiritual. As idéias desse curso e as orações diárias me ajudaram bastante na educação dos filhos.
Superei choques de opinião, quando compreendi que, como filhas de Deus, as crianças são idéias espirituais, completas, independentes e expressam qualidades divinas.
Certa vez, quando estava vestindo nosso filho, que começava a falar, ele me perguntou porque eu sempre estava com pressa. Causou-me impacto ouvir algo tão profundo de uma criança tão pequena. Eu me sentia sobrecarregada com as diversas responsabilidades, mas meu filho me ensinou que eu precisava viver a vida com alegria, aproveitar cada momento e não correr de um lado para outro.
Lembro-me desse ensinamento até hoje. Por meio da oração, compreendi que a tranqüilidade e sabedoria que esse filho expressou é um dom que sempre fez parte de sua natureza espiritual e eterna. Como afirma Mary Baker Eddy: “O homem, por ser o reflexo de seu Criador, não está sujeito a nascimento, a crescimento, a maturidade e a decadência” (Ciência a Saúde, p. 305).
Em outra ocasião, toda a família estava fazendo um passeio em uma praia muito bonita, onde havia um morro de difícil acesso, que prometia uma vista deslumbrante. Minha família andava rapidamente e eu me esforçava para segui-la, me equilibrando sobre as pedras. Ao ver minha demora e indecisão, nossa filha, então com nove anos, se virou e disse com muito amor: “Vem, mãe, tu podes!”
Grata pela confiança que ela expressou, dei um passo firme e me lembrei de que “tudo posso naquele que me fortalece” (Filip. 4:13). Suas palavras de amor e inocência me ajudaram a prosseguir e pude apreciar, do alto do morro, a linda vista do mar.
Essa experiência me despertou para a conscientização da infinita capacidade espiritual que Deus dá a cada um e também me ajudou, anos depois, quando prestei exame vestibular para Direito, carreira que exerço até hoje.
Aprendi e continuo aprendendo muito com meus dois filhos. Ciência e Saúde define filhos como “pensamentos e representantes espirituais da Vida, da Verdade e do Amor” (p. 582). Para mim, essa definição esclarece que todos, independentemente de idade, crescemos harmoniosamente sob a orientação da Mente divina, Deus.
