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Não é preciso temer!

Da edição de dezembro de 2007 dO Arauto da Ciência Cristã


A Sociedade Bíblica do Brasil elegeu 2008 como o “Ano da Bíblia”, com o intuito de promover o conhecimento das Escrituras no Brasil. Para estar em sintonia com as comemorações, que terão início em dezembro, O Arauto publicará, a partir desta edição, artigos que mostram como os ensinamentos bíblicos podem ajudar, de forma prática, o dia-a-dia de todos.

Jesus nunca disse: “Bem-aventurados os que temem”. Embora demonstrasse profunda compaixão por aqueles que pareciam temer algo, Jesus nunca justificou o medo. Ao contrário, ele demonstrou, por meio de suas curas, que o medo não tinha nenhum fundamento, pois elas comprovavam a união espiritual, inquebrantável, de cada um, com Deus. A resposta de Jesus às pessoas em situações difíceis era incisiva: “Não temais”. Depois de acalmar uma violenta tempestade no Mar da Galiléia, ele perguntou a seus discípulos: “Por que sois tímidos, homens de pequena fé”? (Mateus 8:26). Além disso, antes de ressuscitar a filha de Jairo, Jesus disse ao pai da menina: “Não temas, crê somente, e ela será salva” (Lucas 8:50).

Por que era tão importante para Jesus que “não temêssemos?” Talvez seja porque ele compreendia como o medo nos cega para a realidade de que nossa vida existe somente em Deus e que é dEle, indestrutível e harmoniosa, ou seja, a realidade que Jesus demonstrou continuamente, ao longo de todo o seu ministério de cura. Enquanto seus discípulos não alcançaram essa compreensão, estavam temerosos à simples idéia de perder Jesus.

Os discípulos de Jesus ficaram ansiosos antes da Última Ceia, porque ele lhes disse que logo ia deixálos. Contudo, também lhes prometeu que não os deixaria sem consolo. Naquela noite, Jesus lhes ministrou os mais profundos ensinamentos sobre sua união com o Pai celestial. Também lhes assegurou a respeito da unidade de Deus com todos aqueles que obedecessem a seus mandamentos e lhe seguissem os ensinamentos.

Durante a ceia, Jesus advertiu duas vezes os discípulos a que não temessem. Na primeira vez, ele disse: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim” (João 14:1). Na segunda vez, ele foi ainda mais imperativo e lhes ordenou: “...nem se atemorize[m]” (João 14:27).

Incapazes de compreender integralmente o que Jesus lhes estava ensinando, os discípulos ficaram bastante temerosos do que talvez pudesse acontecer ao Mestre. Nesse estado de temor, eles não prestaram a devida atenção às exigências do momento e não conseguiram permanecer despertos e em oração, vigiando com Jesus, no Jardim do Getsêmani, na noite anterior à sua crucificação (ver Mateus 26:36-46).

Os discípulos também temiam por sua própria segurança. Por exemplo, quando a assembléia dos escribas e anciãos estava interrogando Jesus, por três vezes Pedro negou conhecêlo. Não foi senão após a ressurreição de Jesus, que os discípulos assimilaram integralmente a verdade de seus ensinamentos a respeito da indestrutibilidade da existência espiritual em Deus. No dia de Pentecostes, quando os discípulos ficaram cheios do Espírito Santo, Pedro falou a partir de uma perspectiva diferente daquela que tinha antes da crucificação de Jesus. Sem medo, Pedro pregou a eles com confiança a respeito de “Jesus [a quem] Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas” (Atos 2:32). Um pouco antes de dizer isso, Pedro re-assegurou aos outros discípulos, nas palavras do Salmista Davi, que Jesus “nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção” (Atos 2:31, ver Salmo 16:10).

Os discípulos continuaram a operar curas, mas em um nível muito mais elevado do que antes de testemunharem o Jesus ressurreto. As Escrituras relatam que multidões de pessoas trouxeram aos apóstolos “doentes e atormentados de espíritos imundos, e todos eram curados” (Atos 5:16). Em uma ocasião, Pedro curou um homem incapacitado de andar desde o nascimento (Atos 3:1-10), e até ressuscitou uma pessoa da morte (Atos 9:36-43). Jesus esperava que, não somente seus discípulos, mas todos aqueles que seguissem seus ensinamentos pudessem conhecer a confiança corajosa que advém de uma compreensão da vida em Deus.

Vivenciei o poder sanador dessa compreensão há muitos anos, durante meu último ano de ensino médio. Um dia, havia ficado até tarde depois das aulas, esperando por um amigo da equipe masculina de natação, a fim de terminarmos o treino. Quando estávamos saindo, passamos por um estacionamento deserto da escola e um grupo de cinco jovens, a quem meu amigo e eu jamais havíamos visto antes, aproximou-se de nós. Quando chegaram mais perto, começaram a insultar meu amigo. Um deles puxou uma faca.

Fiquei aterrorizada. Não havia ninguém por perto. Embora meu amigo fosse alto e fisicamente forte, isso não me tranqüilizou.

Dei alguns passos para frente e fechei os olhos. Em desespero, recorri a Deus em oração. Meu desejo profundo era me encher da convicção de nossa identidade espiritual, a realidade de que, não apenas meu amigo e eu, mas todos nós, existíamos em Deus. Sabia que nessa realidade espiritual havia somente o Amor divino, Deus, em ação, ao invés de ódio.

A resposta à minha oração veio muito rápido, porque, de repente, fiquei cheia de uma convicção profunda e sagrada de que, naquele exato momento, nós todos estávamos harmoniosamente unidos em Deus. Ali, de pé com meus olhos fechados, lembro-me de ter uma sensação interior de luz e radiação envolvendo a nós todos. Acredito que essa luz era Deus me tranqüilizando de que Ele estava conosco e que eu não devia ficar com medo.

Depois de uns dois ou três minutos, um dos jovens disse ao que estava com a faca que era para guardá-la e nos deixar em paz. Ele atendeu e todos foram embora.

Quando nos encaminhamos para a saída do estacionamento, meu amigo parecia abalado. Sentindo-me profundamente grata pela proteção de Deus, fui impelida a lhe dizer que estivera orando e que a presença e o poder de Deus haviam anulado aquela situação potencialmente perigosa. Não posso saber com certeza, mas me pareceu que meu amigo, que se auto-intitulava um ateu, estava agora um pouco mais aberto à idéia da existência de Deus.

O mandamento de Jesus para não temermos não diz que somente umas poucas pessoas corajosas podem obedecer. A boa-nova do Evangelho é que Deus nos capacita a todos a sermos corajosos, elevando nossa consciência a um nível mais alto de compreensão espiritual da Vida divina, onde todos habitamos, compreensão essa que cura. Quando Jesus nos ordenou que não temêssemos, ele sabia que estaríamos capacitados por Deus a obedecer-Lhe integralmente.

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