Lembro-me de estar bem triste há uns doze anos, pois, naquela época, eu fumava e tomava muita bebida alcoólica.
Triste ou alegre, eu sempre encontrava um motivo para beber. A ressaca era tão horrível, que precisava tomar injeção de glicose e ficava com uma depressão que durava dias. Eu vivia nas trevas.
Certa vez, em 1995, passei por um local que parecia uma livraria e resolvi entrar para conhecê-lo. Após uma conversa com a pessoa que estava de plantão naquele dia, tomei emprestado o livro Ciência e Saúde.
Apesar de não ter gostado muito do livro, voltei a visitar o lugar. Nessa segunda visita, uma pessoa me explicou que aquela era uma Sala de Leitura da Ciência Cristã, a qual fazia parte de uma igreja da mesma denominação. Também me esclareceu que na Ciência Cristã as pessoas aprendem que não precisam fumar nem beber, pois Deus é a fonte da alegria genuína e está sempre presente suprindo todas as nossas necessidades. Então, eu disse para ela que não voltaria lá porque não desejava mudar meus hábitos.
Mas, como a Sala de Leitura ficava no caminho de minha casa, eu continuava a visitá-la. Até que um dia ganhei um Arauto de presente da pessoa que ficava de plantão. Adorei essa revista, pois encontrei o que me faltava, a certeza de que o bem está sempre presente. Achar uma verdade em que podia me apoiar foi a melhor coisa do mundo para mim.
Meu marido, naquela época, também bebia e, às vezes, passava as noites fora de casa. Em uma dessas noites, quando o esperava chegar, li a revista inteira. O dia amanheceu e ele não tinha chegado.
Pela manhã, fui para minha loja. Estava ansiosa e preocupada, mas procurava me apegar às verdades que havia lido no Arauto para me manter bem. Enquanto atendia uma freguesa, vi que meu marido vinha em minha direção.
Percebi que ele estava embriagado e isso geralmente o levava a ter um comportamento hostil e deplorável. Quando olhei para ele, vi aquele quadro horrível, mas logo pensei e afirmei: “ele é a imagem e semelhança de Deus”. Quando ele se chegou a mim, apesar de bêbado, estava dócil. Eu fiquei impressionada e pensei: “essa oração que aprendi no Arauto funciona mesmo”!
Comecei a estudar bastante a Ciência Cristã. Não conseguia parar de ler O Arauto. Por meio da leitura, passei a ocupar meus pensamentos com idéias novas. Compreendi que não precisava beber e após uns seis meses, esse hábito desapareceu de forma espontânea.
Percebi que estava curada do vício da bebida, quando, certo dia, fui a uma festa muito chique, em que estavam servindo muitos tipos de bebidas. Então, pensei: “Não tem ninguém aqui para me ver bebendo esse uísque, que, pelo cheiro, deve ser muito bom”.
Recusei por duas vezes a pegar um copo de uísque, mas na terceira vez em que o garçom me ofereceu, resolvi aceitar. Entretanto, quando me aproximei da bebida, senti uma repugnância tão grande ao seu aroma que não consegui bebê-la. Disse a mim mesma: “Chega, agora acabou de vez”! Desde aquele dia, nunca mais ingeri bebida alcoólica, e isso já faz 11 anos.
Pude comprovar o que está escrito em Ciência e Saúde: “...se destruíres a ilusão de que há prazer na embriaguez, o desejo de bebidas alcoólicas desaparecerá. Os apetites e as moléstias residem na mente mortal, não na matéria”(p. 398). Comigo, isso aconteceu de forma espontânea quando compreendi que “O Amor divino corrige e governa o homem” (Ibidem, p. 6). Também entendi que não preciso me preocupar, porque Deus é minha vida. Isso me dá muita confiança.
Sei que Deus é o bem e vigio constantemente meus pensamentos para estar em sintonia com Ele e sentir que não posso sofrer nenhum tipo de injustiça.
Sinto que renasci após começar a estudar a Ciência Cristã. Entendi que, porque Deus é Amor, ele cuida de todos. Por meio desse estudo, transformei-me de maneira muito natural. Não pedi que nenhuma praticista orasse comigo, mas simplesmente me despreocupei e, após um ano, sem que percebesse, também deixei de fumar.
Sei que Deus é o bem e vigio constantemente meus pensamentos para estar em sintonia com Ele e sentir que não posso sofrer nenhum tipo de injustiça.
Gosto muito de um verso de um poema de Mary Baker Eddy, que diz: “Sentido escuro, vai-te já! Deus é Amor” (Hinário da Ciência Cristã, 160). Foi isso que aconteceu comigo e sinto muita gratidão e alegria por Deus ter me libertado do alcoolismo.
