El Heraldo de la Ciencia Cristiana conversou com Dan Schoening, de Seattle, Washington, EUA. Dan tem vinte anos e cursa o segundo ano de Economia Quantitativa na Universidade Tufts, em Boston, Massachusetts. Dan adora esportes e joga futebol. Ele também gosta de esquiar e já jogou lacrosse (jogo norte-americano de origem indígena, semelhante ao hóquei) no ensino médio.
El Heraldo: Como você se preparou para vir estudar na costa leste?
Dan Shoening: Desde pequeno, a oração tem sido um fundamento sólido para mim. Existem duas coisas grandiosas que me são realmente familiares: a igreja e o futebol. Ambos são bastante espirituais e estão profundamente ligados às minhas orações. Portanto, foi muito gratificante vir para Boston e começar imediatamente a jogar futebol e a freqüentar A Igreja Mãe, todas as semanas. Isso realmente me ajudou a reencontrar aqui esse fundamento. Depois disso, todas as outras coisas simplesmente se encaixaram.
Você se prepara espiritualmente para treinar e antes de jogar?
DS: Minha perspectiva está fundamentada no meu crescimento espiritual. Percebi que os esportes são um caminho por meio do qual posso expressar a Deus.
Um dos meus grandes objetivos é conseguir me conscientizar dessas idéias espirituais, e não apenas pensar sobre elas. Empenho-me em reconhecer que jogar futebol é uma das maneiras de expressar a Vida divina, portanto, nada pode impedir essa expressão. O bom de tudo isso é que essa conscientização pode ser aplicada em ocasiões de lesões, nos relacionamentos com treinadores e jogadores, em qualquer situação que eu possa vir a enfrentar.
Você disse que os esportes são como um caminho para se expressar a Deus. O mesmo pode ser aplicado aos seus estudos em economia?
DS: Isso às vezes é difícil para mim. Os esportes têm desempenhado um enorme papel em minha vida e venho obtendo muito crescimento nessa área, porque eles fazem parte do meu dia-a-dia. Quando jogo, meus pensamentos são tão claros que sinto que o esporte é uma expressão de Deus. No entanto, com relação às outras áreas de minha vida, essa aplicação específica nem sempre é muito clara. Por isso, tento transferir esse mesmo princípio para os meus estudos, a fim de obter aquela conscientização que obtive nos esportes.
Que tipo de pensamentos você tem sobre si mesmo e as outras pessoas no campo?
DS: Reconhecer-me como uma idéia perfeita e um filho perfeito de Deus é algo muito poderoso. Ajuda-me em meus relacionamentos com os outros no campo, porque compreendo que todos são, na verdade, filhos perfeitos de Deus. Isso faz uma grande diferença. Especialmente se ocorrer uma colisão, é bom perguntar: “O que de negativo poderia ocorrer com o choque de duas idéias perfeitas de Deus”? Quero dizer que não haveria nenhuma maneira de que algo danoso pudesse resultar dessa colisão.
Às vezes, as pessoas ficam muito frustradas umas com as outras no compo. Eu conheço bem essa sensação. Contudo, ajuda-me pensar que todos ali, inclusive o árbitro, expressam o Amor divino. Esse pensamento simples, porém poderoso, de que “O Amor se reflete em Amor” (Ciência e Saúde, p.17), torna essas situações muito mais harmoniosas.
Também trabalho com a idéia de competição. Há alguns anos, li um artigo de um atleta profissional que era Cientista Cristão, em que ele falava que uma das definições da palavra “competir” era “reunir-se”, definição essa que é de fato um ótimo pensamento para se levar para o campo. Também é bom saber que você pode apenas encontrar essas idéias perfeitas de Deus, ali reunidas. Portanto, não pode haver nenhum ressentimento entre os atletas. Você conseguirá amá-los completamente, pelo fato de todos serem essa imagem e semelhança, o tempo inteiro.
Percebi que os esportes são um caminho por meio do qual posso expressar a Deus. Empenho-me em reconhecer que jogar futebol é uma das maneiras de expressar a Vida divina, portanto, nada pode impedir essa expressão.
Você teve algum desafio físico jogando futebol?
DS: Sim. Este ano acabei machucando o tornozelo e o treinador me levou ao vestiário e começou a me dizer alguma coisa sobre o local da luxação. Em seguida, encaminhou-me para que o preparador físico me examinasse. Ele disse que não acreditava que eu pudesse voltar a jogar antes das próximas 4 a 6 semanas. Os preparadores físicos são ótimos, mas tendem a nos dar diagnósticos, e isso é algo que tenho procurado evitar. Naquele momento, compreendi que precisava ficar completamente ciente da Verdade a meu respeito e trabalhei com a passagem em que Mary Baker Eddy fala: “Monta guarda à porta do pensamento” (Ciência e Saúde, p.392).
Temos de proteger o pensamento após uma lesão, mas também nos resguardar dos pensamentos das outras pessoas. Essa é a razão pela qual, quando algo acontece comigo no campo, não faço muito alarde. Quanto maior o número de pensamentos contra os quais tenho de me proteger, mais difícil se torna alcançar a conscientização da totalidade de Deus e ainda mais difícil obter a demonstração.
Parece que você teve de expressar muito amor também.
DS: Sim, foi exatamente isso que fiz em relação ao preparador físico e ao técnico. Além disso, essas são situações com as quais preciso lidar com freqüência nos esportes. O técnico, que me fez falar com o preparador físico, expressava amor e cuidado. Na verdade, essa é uma grande oportunidade de trabalhar com esta citação que ouvi há algum tempo: “todo infortúnio é apenas uma oportunidade para se regressar mais forte”. Gosto muito dessas idéias, porque cada vez que tenho de enfrentar um problema, seja uma lesão ou outra questão com o preparador físico, percebo a oportunidade de ter uma grande demonstração, de expressar afeto e talvez aproveitar a ocasião para mostrar a eles um pouco do estado de meu pensamento.
Mais ou menos uma semana depois, estava pronto para voltar a jogar novamente. O preparador físico também me disse que eu precisava usar a tornozeleira durante toda a temporada. Esse era o procedimento. Porém, em poucas semanas pedi para retirá-la, pois estava seguro de que não precisava mais dela, e ele concordou.
Reconhecer-me como uma idéia perfeita e um filho perfeito de Deus é algo muito poderoso. Ajuda-ma em meus relacionamentos com os outros no campo, porque compreendo que todos são, na verdade, filhos perfeitos de Deus.
O que se passava em sua mente, que logo lhe permitiu voltar rapidamente às quardras?
DS: Procuro orar para mim mesmo diariamente e compreender plenamente que, como a expressão de Deus, quando pratico esportes, nada pode me tolher. Conscientizome de Sua presença todos os dias.
Há cerca de dois anos, você teve um problema em uma das pernas, correto?
DS: Quebrei gravemente a perna na escola, durante o primeiro ano do ensino médio. Esse deveria ter sido um grande ano para mim. Eu era o capitão-reserva do time da escola e colaborava com a equipe do meu clube. Após dois jogos na temporada, durante o intervalo do jogo, sofri uma colisão e acabei com uma perna quebrada. Fui levado para o hospital para engessar a perna. Essa foi uma experiência complicada para mim no começo, porque era difícil ficar no hospital. Mas, enquanto o médico engessava minha perna, tive uma maravilhosa demonstração espiritual, porque ficou muito evidente que Deus estava presente ali comigo.
Voltei para casa e fiquei afastado por um tempo. Minha recuperação foi demorada. O médico tinha me indicado um fisioterapeuta, que mencionou não ter certeza se eu conseguiria jogar novamente, com o mesmo desempenho. Aliás, ele praticamente me disse que não tinha certeza de que eu conseguiria jogar na faculdade.
No início, foi um duro golpe. Jogar futebol na faculdade havia sido meu objetivo durante muito tempo. Por isso, comecei a negar essa suposição e, fundamentado em minha identidade espiritual, a declarar a Verdade de que eu iria sair dessa e voltar mais forte do que antes.
Outra boa oportunidade de crescimento foi a de que aprendi a ficar mais alegre durante toda essa experiência. Talvez possa ter havido alguns momentos em que fiquei um pouco deprimido, mas ficou muito nítido para mim que Deus conduzia meu crescimento espiritual.
Certo dia, meu primo me disse que, quando tudo terminasse, eu acabaria achando que foi uma das melhores coisas que havia me acontecido. De fato, sete ou oito meses mais tarde, reconheci que ele estava certo. Tive a oportunidade de voltar como um jogador muito mais forte que antes. Além disso, meu último ano do ensino médio foi um dos períodos mais surpreendentes que já tive no futebol.
Você tem de fazer malabarismo para dar conto dos esportes, estudos, exames. Como você lida com tudo isso?
DS: Oro bastante com a idéia de confiança, para saber que, como uma manifestação de Deus, posso fazer tudo muito bem. Por exemplo, há algum tempo, saí de um simpósio em Boston e, quando entrei no metrô, percebi que minha carteira havia sumido. Contudo, senti-me totalmente inundado por uma sensação enorme de confiança, não senti medo algum e voltei para apanhá-la. Sabia que o bem não dependia de mim e que Deus estava no controle da situação. Primeiro, verifiquei no McDonalds, onde havia lanchado com meus amigos, mas eles não a tinham visto. Em seguida, fui até o lugar que ocupara no auditório durante o simpósio e minha carteira estava exatamente ali. Um dos meus amigos sorriu e disse: “Você é tão sortudo”! Veio-me ao pensamento que palavras como sorte, coincidência e acaso são palavras que as pessoas usam para justificar atos de Deus. Também, foi muito bom estar consciente de que temos o controle em qualquer situação, porque Deus governa tudo, completamente, o tempo todo.
Veio-me ao pensamento que palavras como sorte, coincidência e acaso são palavras que as pessoas usam para justificar atos de Deus. Temos o controle em qualquer situação, porque Deus governa tudo, completamente, o tempo todo.
Freqüentemente converso com amigos, que também estudam a Ciência Cristã, sobre meu “método de sentar e me recostar”, que é sentar-se e apenas se deixar envolver completamente pelo Amor, confiando totalmente em que Deus governa e que não há nada, nenhuma decisão física, que eu tenha de tomar para que as coisas acabem bem. Estou sempre no lugar certo e as coisas fluem de forma harmoniosa, porque sei que Deus tem o controle total.
