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Matéria de capa

Força espiritual — muito além do doping

Da edição de agosto de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


À medida que um número cada vez maior de atletas de alto nível se envolve com drogas anabolizantes, tais como a corredora Marion Jones, que no ano passado foi sentenciada à prisão e obrigada a devolver as cinco medalhas que ganhou durante as Olimpíadas de Sydney de 2000, o problema do doping levanta importantes questões, não somente no mundo dos esportes, como também na sociedade em geral. As pessoas foram educadas a recorrer às drogas para tudo, desde para uma melhor concentração na escola, até uma vida mais romântica. Portanto, não é de se admirar que atletas se voltem para as drogas a fim de realçar seu desempenho. Muitos atletas de destaque, especialmente aqueles que recebem altos salários, enfrentam forte pressão para manter a estabilidade psicológica e financeira. Eles se arriscam a perder muito, em alguns casos, salários muito altos, de seis dígitos, caso seu desempenho não esteja à altura das expectativas. Influenciados freqüentemente pelos exemplos ou conselhos dos outros, até mesmo atletas bem-intencionados algumas vezes cedem e recorrem a drogas ilegais para melhorar seu desempenho.

Contudo, o propósito e o valor da competição não têm nada a ver com o ganhar um salário de seis dígitos, embora a questão seja freqüentemente apresentada nesses termos. Em minha carreira como esquiadora 'cross-country' internacional, descobri que o atletismo é uma arena estimulante para se vencer limitações corporais e mentais. O lema olímpico: “mais rápido, mais alto, mais forte”, aponta para esse objetivo de esforço consistente. Observem que o lema não é o mais rápido, o mais alto, o mais forte, ou seja, quem é todos os demais. Ao contrário, é um padrão que encoraja cada atleta a continuamente superar os limites daquilo que parece possível e quebrar as barreiras do medo, da dor e do ser finito.

O melhor exemplo disso vem de um homem que não é conhecido por lançar dardos até o céu ou maravilhar os espectadores com seu nado borboleta. Contudo, Jesus é o exemplo consumado de alguém que venceu as limitações da matéria, pois triunfou sobre a maior de todas as limitações: a morte.

O interessante é que Jesus se defrontou essencialmente com a mesma tentação que está na raiz do doping hoje.

No início de seu ministério, a Bíblia relata que ele foi levado para o deserto, onde foi tentado três vezes pelo diabo. Depois que Jesus refutou as duas primeiras tentações, o diabo o levou a “um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (Mateus 4:8,9).

Não é esta exatamente a tentação que os atletas enfrentam? “Se você apenas admitir que não é nada mais do que uma máquina fisiológica e que precisa da ajuda de substâncias materiais para ter êxito”, aí a voz do tentador promete: “então lhe darei tudo o que você desejar, alegria, satisfação, glória, riqueza, libertação da pressão e um senso imbatível de auto-estima”.

Isso talvez pareça algo muito bom, mas será verdade? Será que as drogas podem realmente trazer todos esses benefícios à nossa vida, de uma forma permanente e duradoura? A denúncia de Jesus a respeito da terceira tentação oferece uma resposta inequívoca. Ele disse: “Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mateus 4:10). Ele conhecia a verdadeira fonte do poder.

Essa declaração não significa que o bem, que alguém espera alcançar por meio do atletismo ou de qualquer outra forma de excelência, precisa ser abandonado ou que o treinamento e a prática sejam inúteis. Ao contrário, compreender nosso relacionamento com Deus e nossa genuína espiritualidade, é a chave para se encontrar alegria, paz, um amor ilimitado e o bem abundante. Essa é a verdadeira substância que está por trás do ouro olímpico.

Qual é a satisfação real por trás dos contratos publicitários, da fama e da realização de um sonho? Será que podemos desfrutar da fama, se não nos sentimos verdadeiramente amados? Descobrir, cada vez mais, nossa natureza espiritual, à medida que chegamos mais perto de Deus, é o que realça nossos talentos e nos capacita a vencer as limitações materiais mais rapidamente.

Jesus é o exemplo consumado de alguém que venceu as limitações da matéria, pois ele triunfou sobre a maior de todas as limitações: a morte.

Contudo, a verdadeira excelência não permite meias medidas para os que desejam alcançá-la. A maneira de fazer uso dessas qualidades, conforme Jesus declarou tão inequivocamente, é adorar somente a Deus. Nenhum outro poder pode proporcionar o be, duradouro. Vivenciamos a plenitude desse bem, na proporção em que reconhecemos a Deus como sua fonte e não nos iludimos com os milhares de falsas promessas de bem, que talvez sejam oferecidas pelo tentador.

A Bíblia revela o homem, isto é, todos os filhos de Deus, tanto homens como mulheres, como plenamente satisfeito e consciente de sua inerente auto-estima e do valor que tem para Deus. Ela afirma a perfeição de toda a criação de Deus, um ponto trazido à luz no primeiro capítulo do Gênesis. Além disso, ela nos assegura que nossa identidade espiritual e nosso propósito na vida satisfazem aos padrões mais elevados possíveis, ou seja, a perfeição infinita.

Esta declaração de Salmos expressa bem o que os atletas fazem quando reconhecem um poder mais elevado como impelindo seu desempenho: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (Salmo 139:14).

A solução se encontra na verdade maravilhosa e tranqüilizadora de que Deus está satisfeito com Sua criação e que, como Sua semelhança, cada um de nós reflete essa satisfação.

Entretanto, quando os atletas optam pelo uso de drogas que realcem o desempenho, perdem os direitos desse fundamento divino de perfeição. Apesar de todo o esforço, dedicação e disciplina para derrubar a limitação, eles na verdade se submetem a ela, ao invés de vencê-la. Isso impede a obtenção da alegria, da realização, da riqueza e da auto-estima que pertencem a cada um, como a imagem de Deus.

A solução se encontra na verdade maravilhosa e tranqüilizadora de que Deus está satisfeito com Sua criação e que, como Sua semelhança, cada um de nós reflete essa satisfação.

Mary Baker Eddy revelou este fato espiritual em Ciência e Saúde: “A Divindade estava satisfeita com Sua obra. Acaso poderia não estar satisfeita, já que a criação espiritual era o produto, a emanação, do conteúdo infinito de Deus e de Sua sabedoria imortal? ... Assim as idéias de Deus na existência universal são completas e estão expressas para sempre, pois a Ciência revela a infinidade e também a paternidade e a maternidade do Amor” (p.519).

Essa clara compreensão de que Deus fez Sua criação perfeita e que o homem reflete e glorifica para sempre essa perfeição, garante a cada um de nós satisfação, alegria, realização e prosperidade, quer ganhemos ou não uma medalha olímpica. Essa satisfação é permanente porque assenta sobre a bondade do Espírito, não na matéria. Como a Bíblia o coloca: "Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente, nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar" (Eclesiastes 3:14).

Uma compreensão crística sobre Deus como a fonte sempre disponível do bem capacita as pessoas, quer sejam atletas, treinadores, esposos, homens de negócio ou presidentes, a compreenderem que o bem que eles buscam já lhes pertence, porque o Senhor os ama e porque Ele criou cada um deles perfeito.

Ao apoiar a inocência, a sabedoria, a força e a disciplina inerentes aos atletas olímpicos, os leitores desta revista podem elevar não somente os Jogos, mas também todas as esferas da experiência humana, nas quais essas qualidades são exigidas e colocadas à prova.

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