Há mais de quarenta anos, passei por uma situação que me abalou muito. Eu não tinha emprego e estava em um processo de separação legal de meu marido, pois, naquela época, o divórcio ainda não havia sido instituído no código civil brasileiro. Cheguei a passar fome para assegurar que meus três filhos tivessem o que comer. Além disso, sofria com a violência física e verbal de meu ex-marido, que não aceitava o meu pedido de separação e a divisão dos bens.
Nesse período, aceitei o convite de uma amiga para ir a uma igreja da Ciência Cristã na cidade do Rio de Janeiro. Identifiquei-me muito com o que ouvi sobre o amor incondicional e infinito de Deus. Senti paz pela primeira vez depois de muito tempo. Conforme aprendi mais tarde, “a extrema necessidade do homem é a oportunidade de Deus” (Ciência e Saúde, p. 266). Estava receptiva naquele momento a aceitar aquela nova forma de pensar e deixar que a sabedoria divina me guiasse.
Pedi ajuda a uma Praticista da Ciência Cristã, que orou comigo durante um ano. Aos poucos, o Cristo, a manifestação de Deus, foi agindo na minha consciência e na de meu marido. A situação se harmonizou, as soluções certas apareceram, decisões sábias foram tomadas e a separação foi amigável.
Durante esse ano, tive várias curas instantâneas e permanentes. O problema de emprego também foi resolvido. Por intermédio de uma amiga, soube de uma vaga no consulado australiano no Rio de Janeiro para atender a pessoas que queriam emigrar do Brasil para a Austrália. Como falo inglês fluentemente, pois sou natural da Inglaterra, aquela era uma boa oportunidade para mim. Orei antes da entrevista e reconheci que estaria manifestando a Mente divina a cada resposta. Permaneci nesse trabalho aproximadamente um ano, até sair a pensão de meu marido, a qual foi suficiente para garantir o sustento de que necessitava para criar meus filhos sem que precisasse trabalhar fora.
Comecei a estudar a Ciência Cristã com muito afinco. Após cinco anos freqüentando uma igreja da Ciência Cristã no Rio de Janeiro fiz o Curso Primário de Ciência Cristã. Um ano depois, em 1972, tornei-me membro d'A Igreja Mãe.
Com muita gratidão por tantas curas e provas do amor de Deus, senti um forte desejo de ajudar os outros pela oração. Comecei a receber pedidos de pessoas para que orasse com elas a fim de vencer males físicos. Diante dos bons resultados e da imensa alegria que essa atividade me trazia, três anos após receber instrução em classe primária, resolvi entrar para a Prática Pública da Ciência Cristã.
Quando se tem a consciência plena do poder e do amor de Deus, estreitamos nosso relacionamento com Ele e o compreendemos como a única causa e o único Criador. Esse entendimento anula o mal, promove o progresso espiritual e traz cura. No meu ofício, é necessário sempre separar o real do irreal, ou seja, reconhecer a nulidade e a inexistência do mal, das doenças e da morte e afirmar continuamente na consciência a bondade do Amor divino, que cura e satisfaz as necessidades de todos.
O amor a Deus e à humanidade me impulsionou a entrar para a Prática Pública da Ciência Cristã e continuam me motivando nessa missão de cura.
